22 abril, 2025

Arima | Eugénio de Andrade








ARIMA

Uma gaivota – dizes.

Sim, uma gaivota

passa distante e arde.

O teu rosto é azul,

e contudo está cheio

do oiro da tarde.



Uma gaivota.

Alma do mar e tua,

abandona-se à luz.



E na boca nem eu sei

se me nasce o coração

ou é a lua.




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