31 dezembro, 2023

As escadas, Manuel António Pina



                                               George Brassaï - Les escaliers de Montmartre - 1938




As Escadas


Toma, este é o meu corpo, o que sobe as escadas
em direção à tua escuridão, deixando-me,
ou a alguma coisa menos tangível,
no seu lugar.

Também elas envelheceram, as escadas,
também, como eu, desabitadas.
Anoiteceu, ao longe afastam-se passos, provavelmente os meus,
e, à nossa volta, os nossos corpos desvanecem-se como terras estrangeiras.



Manuel António Pina



30 dezembro, 2023

𝑨 𝑴𝒂𝒅𝒐𝒏𝒂, de Natália Correia

 




Autora: Natália Correia
Título: A Madona
N.º de páginas: 171
Editora: Casa das Letras
Edição: Fevereiro 2011
Classificação: Romance
N.º de Registo: (BE)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


Conhecemos a Natália Correia como sendo uma mulher intelectual de personalidade exuberante e excessiva que se debatia convicta e vigorosamente na bancada parlamentar. Sabemos também que teve um papel activo de confronto com o Estado Novo e que viu muitas das suas obras censuradas. Conhecemos alguma da sua poesia, e ouvimos falar das suas famosas tertúlias, que resultavam a maioria das vezes em vigorosas discussões, promovidas em sua casa ou no Botequim, à Graça. E da sua prosa? O que conhecemos?

Confesso que A Madona, editado em 1968, foi o primeiro romance que li dela. E li-o agora porque a biografia O Dever de Deslumbrar, de Filipa Martins me deslumbrou e convenceu.

Em boa hora o fiz. Não foi uma leitura fácil, e esta narrativa não linear, centrada nas memórias e num percurso espiritual da protagonista, complica a compreensão inicial do enredo, mas a sua escrita, num estilo grandiloquente e erudito, é muito poética e irónica. O que me apraz sobremaneira.

Neste romance, Natália Correia conta-nos a história de Branca, filha única e rica, que é incentivada pela mãe, após uma tragédia familiar, a estudar no estrangeiro.
Branca instala-se inicialmente em Paris. Aí é confrontada com uma mentalidade intelectual e moralmente comprometida. Vive excessos. Procura acompanhar as diversas manifestações de feminilidade. Abandona-se a paixões. Conhece pessoas inquietas e perturbadas. Conhece mulheres que vivem o amor livremente. Ilude-se com as suas emoções. É Infeliz. Duvida de si, da sua beleza, da sua capacidade de amar. Facilmente compra um “bilhete para a solidão.” Regressa à aldeia em busca de soluções.

Numa sociedade patriarcal, onde os desejos e as práticas sexuais livres eram censurados pela moral vigente salazarista, Natália Correia retira Branca da sua aldeia provinciana e preconceituosa, dominada pelos homens e onde as mulheres levam uma vida de submissão, e coloca-a primeiro a viver em Paris, e mais tarde a viajar pela Europa, para lhe dar a conhecer novas formas de viver e de pensar. “Estúpida civilização que não percebe que definha porque atrofiou o sentimento.” (p. 165)

Natália Correia põe assim em destaque a mulher em busca da liberdade sexual, em busca de uma liberdade interior. Afinal o que está em causa é sobretudo o respeito pela mulher, pelas suas escolhas, pela sua liberdade.





«𝑪𝒂𝒓𝒐 𝑷𝒓𝒐𝒇𝒆𝒔𝒔𝒐𝒓 𝑮𝒆𝒓𝒎𝒂𝒊𝒏» 𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂𝒔 𝒆 𝑬𝒙𝒄𝒆𝒓𝒕𝒐𝒔, de Albert Camus

 


Autor: Albert Camus
Título: «Caro Professor Germain» Cartas e Excertos
Tradutora: Maria Etelvina Santos
N.º de páginas: 81
Editora: Livros do Brasil
Edição: Setembro 2023
Classificação: Cartas 
N.º de Registo: (BE)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐



Duas partes constituem este pequeno e tocante livro. As cartas trocadas entre o autor e o seu professor da escola primária (agora 1.º ciclo) e um capítulo “A Escola” do seu livro ainda em rascunho e inacabado O Primeiro Homem.

Considero este livro como uma verdadeira homenagem aos professores e à escola pública. A relação entre aluno e professor testemunhada nas cartas revela sentimentos ternos, afectuosos, de reconhecimento, gratidão e respeito mútuo. Ambos revelam um forte amor à escola, o professor pelo empenho, ensinamentos e benevolência (“ amava os meus alunos e, de todos eles, um pouco mais aqueles que a vida desfavorecera”); o aluno pela alegria e empenho que dedicava já que nas aulas podia saciar a sua fome de descoberta e de aprendizagem.

As cartas são tendencialmente curtas, claras e simples. As fórmulas usadas “Meu caro rapaz” e “Caro Professor Germain” confirmam o grande apreço e carinho que os une. Em todas, Camus agradece ao seu mestre por ter acreditado e investido nas suas capacidades e de lhe ter aberto as portas para um futuro melhor.
Na segunda parte (autobiográfica), o episódio que envolve a avó e a mãe é narrado em pormenor. Não vou adiantar muito mais, pois entendo que retiraria ao leitor o prazer da descoberta. Convido-vos, sim, a lê-lo.
Transcrevo, contudo, uma carta que considero marcante e que reverbera o que já disse.
Trata-se de uma humilde e breve missiva escrita no dia 19 de novembro de 1957, um mês após a anunciada atribuição a Albert Camus do Prémio Nobel da Literatura (p. 34).

«Caro Professor Germain,

Deixei que acalmasse um pouco todo o ruído que me envolveu nos últimos dias, antes de vir falar-lhe um pouco e de coração aberto. Acabam de me conceder uma grande honra, que não busquei nem pedi.
Mas quando soube da notícia, o meu primeiro pensamento, depois da minha mãe, foi para si. Sem o senhor, sem essa mão afetuosa que estendeu à pequena criança pobre que eu era, sem o seu ensinamento e exemplo, nada disto me teria acontecido.
Não imaginava para mim um mundo com essa espécie de honra, mas ele veio criar, pelo menos, uma ocasião para lhe dizer o que o senhor foi e sempre continuará a ser para mim, e testemunhar que os seus esforços, o seu trabalho e o coração generoso sempre neles presentes estão ainda vivos num dos seus pequenos alunos que, apesar da idade, nunca deixou de ser seu aluno reconhecido.

Abraço-o fortemente,
Albert Camus”

Recomendo a leitura deste e de outros livros do autor. Já li alguns, tenciono ler mais e fiquei com vontade de adquirir e ler O Primeiro Homem.




29 dezembro, 2023

REPENSAR


                                                                            Foto GR | Sines


Nestes últimos dias, visitou-me a melancolia. Dias longos, frios, tristes, saudosos.

Álibi perfeito para uma rememoração: reabrir gavetas  trancadas, intocáveis (pensava eu), repletas de saudade de pessoas, de instantes, de lugares...; abrir gavetas caóticas, atulhadas de desilusão, desencanto, ingratidão, inquietação, desassossego, alegria, sonhos, muitos sonhos...; separar o trigo do joio; arrumar o caos.

O que partiu? O que permanece? O que pode ser resgatado?

É urgente a reflexão, o separar das águas, o REPENSAR. 

Nesta contagem regressiva, melancolicamente revejo o passado - o distante e sobretudo o mais recente - retiro ilações, teço considerações, oblitero memórias nocivas, tomo decisões, defino metas, aponto objectivos...

Depender única e exclusivamente de MIM. Começar por pensar primeiro em MIM. Conquistar palavras belas, livres, quentes.  Recomeçar. 

Silêncio é o  sossego do meu RECOMEÇO.  

Leitura é, cada vez mais, a minha primeira morada do silêncio. 


Nobel da Literatura | 2021 - 2023

 




2021 - Abdulrazak Gurnah (1948–) | Tanzânia | Ficção

“Pelo seu entendimento intransigente e compassivo dos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados no abismo entre culturas e continentes”


2022 - Annie Ernaux (1940–) | França | Romance, Memórias, Autobiografia

“Pela coragem e acuidade clínica com que desvenda as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal”


2023 - Jon Fosse (1959 - ) | Noruega | Drama, Romance

"Pelas suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível"


Nobel da Literatura | 2001 - 2020

 





2001 - Sir Vidiadhar Surajprasad Naipaul (1932–2018) | Reino Unido | Romance, Ensaio

“Por ter unido narrativa perceptiva e escrutínio incorruptível em obras que nos obrigam a ver a presença de histórias suprimidas”


2002 - Imre Kertész (1929–2016) | Hungria | Romance

“Pela escrita que defende a frágil experiência do indivíduo contra a bárbara arbitrariedade da história”


2003 - John M. Coetzee (1940–) | Austrália | Romance, Ensaio, Tradução

“Que em inúmeras formas retrata o surpreendente envolvimento do estranho”


2004 - Elfriede Jelinek (1946–) | Áustria | Romance, Drama

“Pelo seu fluxo musical de vozes e contra-vozes em romances e peças que com extraordinário zelo linguístico revelam o absurdo dos clichês da sociedade e o seu poder subjugador”


2005 - Harold Pinter (1930–2008) | Reino Unido | Drama, Roteiro

“Que nas suas peças desvenda o precipício sob a tagarelice quotidiana e força a entrada nos quartos fechados da opressão”


2006 - Orhan Pamuk (1952–) | Turquia | Romance, Roteiro, Ensaio

“Que na busca da alma melancólica da sua cidade natal descobriu novos símbolos para o choque e o entrelaçamento de culturas”


2007 - Doris Lessing (1919–2013) | Reino Unido | Romance, Drama, Poesia, Conto, Memórias

“Aquela epicista da experiência feminina, que com ceticismo, fogo e poder visionário submeteu uma civilização dividida ao escrutínio”


2008 - Jean-Marie Gustave Le Clézio (1940–) | França | Romance, Conto, Ensaio, Tradução

“Autor de novas partidas, aventura poética e êxtase sensual, explorador de uma humanidade além e abaixo da civilização reinante”


2009 - Herta Müller (1953–) | Alemanha | Romance, Poesia

“Que, com a concentração da poesia e a franqueza da prosa, retrata a paisagem dos despossuídos”


2010 - Mario Vargas Llosa (1936–) | Peru, Espanha | Romance, Conto, Ensaio, Drama, Memórias

“Pela sua cartografia das estruturas de poder e pelas suas imagens incisivas da resistência, revolta e derrota do indivíduo”


2011 - Tomas Tranströmer (1931–2015) | Suécia | Poesia, Tradução

“Porque, através das suas imagens condensadas e translúcidas, nos dá um novo acesso à realidade”


2012 - Mo Yan (1955–) | China | Romance, Conto

“Com realismo alucinatório mescla contos folclóricos, história e contemporaneidade”


2013 - Alice Munro (1931–) | Canadá | Conto

“Mestre do conto contemporâneo”


2014 - Patrick Modiano (1945–) | França | Romance

“Pela arte da memória com a qual evocou os destinos humanos mais inapreensíveis e desvendou o mundo da vida da ocupação”


2015 - Svetlana Alexievich (1948–) | Bielorrússia | História, Ensaio

“Pela sua escrita polifónicos, um monumento ao sofrimento e à coragem em nosso tempo”


2016 - Bob Dylan (1941–) | estados Unidos | Poesia, Composição musical

“Por ter criado novas expressões poéticas dentro da grande tradição da canção americana”


2017 - Kazuo Ishiguro (1954–) | Japão | Romance

“Que, em romances de grande força emocional, descobriu o abismo sob o nosso sentido ilusório de ligação com o mundo”


2018 - Olga Tokarczuk (1962–) | Polónia | Romance, Poesia, Ensaio

“Por uma imaginação narrativa que com paixão enciclopédica representa o cruzamento de fronteiras como forma de vida”


2019 - Peter Handke (1942–) | Áustria | Romance, Drama

“Por um trabalho influente que com engenho linguístico explorou a periferia e a especificidade da experiência humana”


2020 - Louise Glück (1943–2023) | Estados Unidos | Poesia, Ensaio

“Pela sua inconfundível voz poética que com austera beleza torna universal a existência individual”




Nobel da Literatura | 1981 - 2000

 



1981 - Elias Canetti (1905–1994) | Reino Unido | Romance, Drama, Memórias, Ensaios

“Pelos escritos marcados por uma visão ampla, riqueza de ideias e poder artístico”


1982 - Gabriel García Márquez (1927–2014) | Colômbia | Romance, Conto, Roteiro

“Pelos seus romances e contos, nos quais o fantástico e o realista se combinam num mundo de imaginação ricamente composto, refletindo a vida e os conflitos de um continente”


1983 - William Golding (1911–1993) | Reino Unido | Romance, Poesia, Drama

“Pelos seus romances que, com a perspicácia da arte narrativa realista e a diversidade e universalidade do mito, iluminam a condição humana no mundo de hoje”


1984 - Jaroslav Seifert (1901–1986) | Checoslováquia | Poesia

“Pela sua poesia que, dotada de frescura, sensualidade e rica inventividade, fornece uma imagem libertadora do espírito indomável e versatilidade do homem”


1985 - Claude Simon (1913–2005) | França | Romance

“Que no seu romance combina a criatividade do poeta e do pintor com uma profunda consciência do tempo na representação da condição humana”


1986 - Wole Soyinka (1934–) | Nigéria | Drama, Romance, Poesia

“Que numa ampla perspectiva cultural e com conotações poéticas molda o drama da existência”


1987 - Joseph Brodsky (1940–1996) | Estados Unidos | Poesia, Ensaio

“Por uma autoria abrangente, imbuída de clareza de pensamento e intensidade poética”


1988 - Naguib Mahfouz (1911–2006) | Egipto | Romance

“Que, através de obras ricas em nuances – ora clarividente realista, ora evocativamente ambígua – formou uma arte narrativa árabe que se aplica a toda a humanidade”


1989 - Camilo José Cela (1916–2002) | Espanha | Romance, Conto

“Por uma prosa rica e intensa, que com compaixão contida forma uma visão desafiadora da vulnerabilidade do homem”


1990 - Octavio Paz (1914–1998) | México | Poesia, Ensaio

“Pela escrita apaixonada de amplos horizontes, caracterizada pela inteligência sensual e integridade humanística”


1991 - Nadine Gordimer (1923–2014) | África do Sul | Poesia, Ensaio

“Que através de sua magnífica escrita épica – nas palavras de Alfred Nobel – foi de grande benefício para a humanidade”


1992 - Derek Walcott (1930–2017) | Santa Lúcia | Poesia, Drama

“Por uma obra poética de grande luminosidade, sustentada por uma visão histórica, fruto de um compromisso multicultural”


1993 - Toni Morrison (1931–2019) | Estados Unidos | Romance

“Que em romances caracterizados pela força visionária e importância poética, dá vida a um aspecto essencial da realidade americana”


1994 - Kenzaburo Oe (1935–2023) | Japão | Romance, Conto

“Que com força poética cria um mundo imaginado, onde vida e mito se condensam para formar uma imagem desconcertante da situação humana de hoje”


1995 - Seamus Heaney (1939–2013) | Irlanda | Poesia

“Pelas obras de beleza lírica e profundidade ética, que exaltam os milagres quotidianos e o passado vivo”


1996 - Wislawa Szymborska (1923–2012) | Polónia | Poesia

“Pela poesia que com precisão irónica permite que o contexto histórico e biológico venha à luz em fragmentos da realidade humana”


1997 - Dario Fo (1926–2016) | Itália | Drama

“Que imita os bobos da Idade Média ao flagelar a autoridade e defender a dignidade dos oprimidos”


1998 - José Saramago (1922–2010) | Portugal | Romance, Drama, Poesia

Que com parábolas sustentadas pela imaginação, compaixão e ironia continuamente nos permite apreender mais uma vez uma realidade ilusória”


1999 - Günter Grass (1927–2015) | Alemanha | Romance, Drama, Poesia

“Cujas fábulas negras divertidas retratam a face esquecida da história”


2000 - Gao Xingjian (1940–) | China, França | Romance, Drama, Crítica literária

“Por uma obra de validade universal, insights amargos e engenhosidade linguística, que abriu novos caminhos para o romance e drama chinês”





Tangerina, de Eugénio de Andrade

 

VINCENT VAN GOGH | Natureza morta com cesta de laranjas




Pêssegos, peras, laranjas,
morangos, cerejas, figos,
maçãs, melão, melancia,
ó música de meus sentidos,
pura delícia da língua;
deixai-me agora falar
do fruto que me fascina,
pelo sabor, pela cor,
pelo aroma das sílabas:
tangerina, tangerina.


Poema infantil de Eugénio de Andrade



27 dezembro, 2023

Nobel da Literatura | 1961 - 1980





1961 - Ivo Andric (1892–1975) | Jugoslávia | Romance, Conto

“Pela força épica com que traçou temas e delineou destinos humanos tirados da história do seu país”


1962 - John Steinbeck (1902–1968) | Estados Unidos | Romance, Conto, Roteiro

“Pelos seus escritos realistas e imaginativos, combinando humor simpático e percepção social aguçada”


1963 - Giorgos Seferis (1900–1971) | Grécia | Poesia, Ensaio, Memórias

“Pela sua eminente escrita lírica, inspirada num profundo sentimento pelo mundo da cultura helênica”


1964 - Jean-Paul Sartre (1905–1980) | França | Romance, Filosofia, Drama, Crítica literária, Roteiro

“Pelo seu trabalho que, rico em ideias e cheio de espírito de liberdade e busca da verdade, exerceu uma influência de longo alcance em nossa época”


1965 - Mikhail Aleksandrovich Sholokhov (1905–1984) | União Soviética | Romance

“Pelo poder artístico e integridade com que, no seu épico do Don, deu expressão a uma fase histórica na vida do povo russo”


1966 - Shmuel Yosef Agnon (1888–1970) | Israel | Romance, Conto

“Pela sua arte narrativa profundamente característica com motivos da vida do povo judeu”


1966 - Nelly Sachs (1891–1970) | Suécia| Poesia, Drama

“Pela sua notável escrita lírica e dramática, que interpreta o destino de Israel com força tocante”


1967 - Miguel Angel Asturias (1899–1974) | Guatemala | Romance, Poesia

“Pela sua vívida realização literária, profundamente enraizada nos traços e tradições nacionais dos povos indígenas da América Latina”


1968 - Yasunari Kawabata (1899–1972) | Japão | Romance, Conto

“Pelo seu domínio narrativo, que com grande sensibilidade expressa a essência da mente japonesa”


1969 - Samuel Beckett (1906–1989) | Irlanda | Romance, Drama, Poesia

“Pela sua escrita, que – através de novas formas para o romance e para o drama – na miséria do homem moderno adquire a sua elevação”


1970 - Aleksandr Isayevich Solzhenitsyn (1918–2008) | União Soviética | Romance

“Pela força ética com que perseguiu as tradições indispensáveis ​​da literatura russa”


1971 - Pablo Neruda (1904–1973) | Chile | Poesia

“Por uma poesia que com a ação de uma força elemental dá vida ao destino e aos sonhos de um continente”


1972 - Heinrich Böll (1917–1985) | Alemanha | Romance, Conto

“Pela sua escrita que, através da combinação de uma ampla perspectiva sobre o seu tempo e uma sensível habilidade de caracterização, contribuiu para a renovação da literatura alemã”


1973 - Patrick White (1912–1990) | Austrália | Romance, Conto

“Por uma arte narrativa épica e psicológica que introduziu um novo continente na literatura”


1974 - Eyvind Johnson (1900–1976) | Suécia | Romance

“Por uma arte narrativa, que vê longe em terras e eras, ao serviço da liberdade”


1974 - Harry Martinson (1904–1978) | Suécia | Poesia, Romance, Drama

“Pelos escritos que captam a gota de orvalho e refletem o cosmos”


1975 - Eugenio Montale (1896–1981) | Itália | Poesia

“Pela sua distinta poesia que, com grande sensibilidade artística, interpretou os valores humanos sob o signo de uma visão de vida sem ilusões”


1976 - Saul Bellow (1915–2005) | Estados Unidos | Romance, Conto

“Pela compreensão humana e análise subtil da cultura contemporânea que se combinam em sua obra”


1977 - Vicente Aleixandre (1898–1984) | Espanha | Poesia

“Por uma escrita poética criativa que ilumina a condição do homem no cosmos e na sociedade atual, ao mesmo tempo que representa a grande renovação das tradições da poesia espanhola entre as guerras”


1978 - Isaac Bashevis Singer (1902–1991) | Estados Unidos | Romance, Conto, Memórias

“Pela sua arte narrativa apaixonada que, com raízes na tradição cultural polonesa-judaica, dá vida às condições humanas universais”


1979 - Odysseus Elytis (1911–1996) | Grécia | Poesia, Ensaio

“Pela sua poesia, que, no contexto da tradição grega, retrata com força sensual e perspicácia intelectual a luta do homem moderno pela liberdade e criatividade”


1980 - Czeslaw Milosz (1911–2004) | polónia | Poesia, Ensaio

"Que com clareza intransigente dá voz à condição exposta do homem num mundo de graves conflitos”



Nobel da Literatura | 1941 - 1960

 




1941, 1942 e 1943

Nenhum Prémio Nobel foi concedido nestes ano.


1944 - Johannes Vilhelm Jensen (1873–1950) | Dinamarca | Drama, Conto

“Pela rara força e fertilidade de sua imaginação poética com a qual se combina uma curiosidade intelectual de amplo alcance e um estilo ousado e recém-criado”


1945 - Gabriela Mistral (1889–1957) | Chile | Poesia

“Pela sua poesia lírica que, inspirada por fortes emoções, fez de seu nome um símbolo das aspirações idealistas de todo o mundo latino-americano”


1946 - Hermann Hesse (1877–1962) | Alemanha, Suíça | Romance, Poesia

“Pelos seus escritos inspirados que, embora crescendo em ousadia e penetração, exemplificam os ideais humanitários clássicos e as altas qualidades de estilo”


1947 - André Paul Guillaume Gide (1869–1951) | França | Romance, Ensaio

“Pelos seus escritos abrangentes e artisticamente significativos, nos quais os problemas e condições humanas foram apresentados com um amor destemido pela verdade e uma percepção psicológica aguçada”


1948 - Thomas Stearns Eliot (1888–1965) | Reino Unido | Poesia

“Pela sua notável e pioneira contribuição para a poesia atual”


1949 - William Faulkner (1897–1962) | Estados Unidos | Romance, Conto

“Pela sua contribuição poderosa e artisticamente única para o romance americano moderno”


1950 - Earl (Bertrand Arthur William) Russell (1872–1970) | Reino Unido | Filosofia

“Como reconhecimento pelos seus variados e importantes escritos nos quais defende os ideais humanitários e a liberdade de pensamento”


1951 - Pär Fabian Lagerkvist (1891–1974) | Suécia | Poesia, Romance, Conto, Drama

“Pelo vigor artístico e verdadeira independência de espírito com que se esforça na sua poesia para encontrar respostas para as eternas questões que confrontam a humanidade”


1952 - François Mauriac (1885–1970) | França | Romance, Conto

“Pelo profundo discernimento espiritual e pela intensidade artística com que em seus romances penetrou no drama da vida humana”


1953 - Sir Winston Leonard Spencer Churchill (1874–1965) | Reino Unido | História, Ensaio, Memórias

“Pelo seu domínio da descrição histórica e biográfica, bem como pela brilhante oratória na defesa de valores humanos exaltados”


1954 - Ernest Miller Hemingway (1899–1961) | Estados Unidos | Romance, Conto, Roteiro

“Pelo seu domínio da arte da narrativa, mais recentemente demonstrado em O Velho e o Mar, e pela influência que exerceu no estilo contemporâneo”


1955 - Halldór Kiljan Laxness (1902–1998) | Islândia | Romance, Conto, Drama, Poesia

“Pelo seu vívido poder épico que renovou a grande arte narrativa da Islândia”


1956 - Juan Ramón Jiménez (1881–1958) | Espanha | Poesia

“Pela sua poesia lírica, que em língua espanhola constitui um exemplo de alto espírito e pureza artística”


1957 - Albert Camus (1913–1960) | França | Romance, Conto, Drama, Filosofia, Ensaio

“Pela sua importante produção literária, que com seriedade clarividente ilumina os problemas da consciência humana do nosso tempo”


1958 - Boris Leonidovich Pasternak (1890–1960) | União Soviética | Romance, Poesia, Tradução

“Pela sua importante conquista tanto na poesia lírica contemporânea como no campo da grande tradição épica russa”


1959 - Salvatore Quasimodo (1901–1968) | Itália | Poesia

“Pela sua poesia lírica, que com fogo clássico exprime a trágica experiência da vida no nosso tempo”


1960 - Saint-John Perse (1887–1975) | França | Poesia

“Pelo voo alto e pelas imagens evocativas da sua poesia que reflete de forma visionária as condições de nosso tempo”





Nobel da Literatura | 1921 - 1940

 




1921 - Anatole France (1844–1924) | França | Romance, Poesia

“Em reconhecimento pelas suas brilhantes realizações literárias, caracterizadas como são por uma nobreza de estilo, uma profunda simpatia humana, graça e um verdadeiro temperamento gaulês”


1922 - Jacinto Benavente (1866–1954) | Espanha | Drama

“Pela forma feliz com que deu continuidade às ilustres tradições do drama espanhol”


1923 - William Butler Yeats (1865–1939) | Irlanda | Poesia

“Pela sua poesia sempre inspirada, que de uma forma altamente artística dá expressão ao espírito de toda uma nação”


1924 - Wladyslaw Stanislaw Reymont (1867–1925) | Polónia | Romance

“Pelo seu grande épico nacional, Os Camponeses ”


1925 - George Bernard Shaw (1856–1950) | Irlanda | Crítica literária, Drama

“Pela sua obra marcada pelo idealismo e pela humanidade, sendo a sua sátira estimulante muitas vezes impregnada de uma beleza poética singular”


1926 - Grazia Deledda (1871–1936) | Itália | Poesia, Romance

“Pelos seus escritos de inspiração idealista que retratam com clareza plástica a vida na sua ilha natal e com profundidade e simpatia lidam com os problemas humanos em geral”


1927 - Henri Bergson (1859–1941) | França | Filosofia

“Em reconhecimento pelas suas ideias ricas e vitalizantes e à brilhante habilidade com que foram apresentadas”


1928 - Sigrid Undset (1882–1949) | Noruega | Romance

“Principalmente pelas suas poderosas descrições da vida do Norte durante a Idade Média”


1929 - Thomas Mann (1875–1955) | Alemanha | Romance, Conto, Ensaio

“Principalmente pelo seu grande romance, Buddenbrooks , que ganhou reconhecimento cada vez maior como uma das obras clássicas da literatura contemporânea”


1930 - Sinclair Lewis (1885–1951) | Estados Unidos | Romance, Conto, Drama

“Pela sua vigorosa e gráfica arte de descrição e pela sua capacidade de criar, com sagacidade e humor, novos tipos de personagens”


1931 - Erik Axel Karlfeldt (1864–1931) | Suécia | Poesia

"A poesia de Erik Axel Karlfeldt"


1932 - John Galsworthy (1867–1933) | reino Unido | Romance

“Pela sua distinta arte de narrar que assume a sua forma mais elevada em The Forsyte Saga ”


1933 - Ivan Alekseyevich Bunin (1870–1953) | União Soviética | Conto, Romance, Poesia

“Pela arte estrita com a qual ele continuou as tradições clássicas russas na escrita em prosa”


1934 - Luigi Pirandello (1867–1936) | Itália | Drama, Romance, Conto

“Pelo seu renascimento ousado e engenhoso da arte dramática e cênica”


1935

Nenhum Prémio Nobel foi concedido este ano.


1936 - Eugene Gladstone O'Neill (1888–1953) | estados Unidos | Drama

“Pelo poder, honestidade e emoções profundas de suas obras dramáticas, que incorporam um conceito original de tragédia”


1937 - Roger Martin du Gard (1881–1958) | França | Romance

“Pelo poder artístico e verdade com que retratou o conflito humano, bem como alguns aspectos fundamentais da vida contemporânea em seu ciclo de romances Les Thibault 


1938 - Pearl Buck (1892–1973) | Estados Unidos | Romance, Biografia

“Pelas suas descrições ricas e verdadeiramente épicas da vida camponesa na China e pelas suas obras-primas biográficas”


1939 - Frans Eemil Sillanpää (1888–1964) | Finlândia | Romance

“Pela sua profunda compreensão dos camponeses do seu país e da arte requintada com que retratou o seu modo de vida e a sua relação com a Natureza”

1940 -

O Prémio Nobel de Literatura foi suspenso entre 1940 e 1943





Nobel da Literatura | 1901 - 1920

 





1901 - Sully Prudhomme (1839–1907) | França | Poesia, Ensaio

“Em especial reconhecimento da sua composição poética, que evidencia um elevado idealismo, perfeição artística e uma rara combinação das qualidades do coração e do intelecto”


1902 - Christian Matthias Theodor Mommsen (1817–1903) | Alemanha | História

“O maior mestre vivo da arte da escrita histórica, com especial referência à sua obra monumental, A História de Roma


1903 - Bjørnstjerne Martinus Bjørnson (1832–1910) | Noruega | Poesia, Romance, Drama

“Como uma homenagem à sua poesia nobre, magnífica e versátil, que sempre se distinguiu tanto pela frescura da sua inspiração como pela rara pureza do seu espírito”


1904 - Frédéric Mistral (1830–1914) | França | Poesia, Filologia

“Em reconhecimento da originalidade fresca e verdadeira inspiração da sua produção poética, que reflete fielmente a paisagem natural e o espírito nativo de seu povo, e, além disso, o seu significativo trabalho como filólogo provençal”


1904 - José Echegaray y Eizaguirre (1832–1916) | Espanha | Drama

“Em reconhecimento às numerosas e brilhantes composições que, de forma individual e original, reviveram as grandes tradições do drama espanhol”


1905 - Henryk Sienkiewicz (1846–1916) | Polónia | Romance

“Por causa dos seus excelentes méritos como escritor épico”


1906 - Giosuè Carducci (1835–1907) | Itália | Poesia

“Não apenas em consideração pelo sua profunda aprendizagem e investigação crítica, mas acima de tudo como uma homenagem à energia criativa, frescor de estilo e força lírica que caracterizam suas obras poéticas”


1907 - Rudyard Kipling (1865–1936) | Reino Unido | Romance, Conto, Poesia

“Pelo poder de observação, originalidade de imaginação, virilidade de ideias e notável talento para narração que caracterizam as criações deste autor mundialmente famoso”


1908 - Rudolf Christoph Eucken (1846–1926) | Alemanha | Filosofia

“Procura sincera pela verdade, pelo poder do seu pensamento e pela sua ampla visão”


1909 - Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf (1858–1940) | Suécia | Romance, Conto

“Em apreciação do idealismo elevado, imaginação vívida e percepção espiritual que caracterizam os seus escritos”


1910 - Paul Johann Ludwig Heyse (1830–1914) | Alemanha | Poesia, Drama, Romance, Conto

“Como uma homenagem à arte consumada, permeada de idealismo, que demonstrou durante a sua longa e produtiva carreira como poeta lírico, dramaturgo, romancista e escritor de contos de renome mundial”


1911 - Conde Maurice (Mooris) Polidore Marie Bernhard Maeterlinck (1862–1949) | Bélgica | Drama, Poesia, Ensaio

“Em reconhecimento da sua multifacetada atividade literária, e especialmente das suas obras dramáticas, que se distinguem por uma riqueza de imaginação e por uma fantasia poética, que se revela, às vezes sob a forma de um conto de fadas, uma inspiração profunda, enquanto - de forma misteriosa - apelam aos próprios sentimentos dos leitores e estimulam a sua imaginação”


1912 - Gerhart Johann Robert Hauptmann (1862–1946) | Alemanha | Drama, Romance

“Principalmente em reconhecimento da sua produção frutífera, variada e notável no campo da arte dramática”


1913 - Rabindranath Tagore (1861–1941) | Reino Unido | Poesia, Romance, Drama, Conto, Música

“Por causa dos seus versos profundamente sensíveis, frescos e belos, pelos quais, com habilidade consumada, fez o seu pensamento poético, expresso nas suas próprias palavras inglesas, uma parte da literatura do Ocidente”


1914
Nenhum Prémio Nobel foi concedido este ano. O Prémio em dinheiro foi alocado ao Fundo Especial desta seção de Prémios.


1915 - Romain Rolland (1866–1944) | França | Romance

“Como uma homenagem ao elevado idealismo de sua produção literária e à simpatia e amor à verdade com que descreveu diferentes tipos de seres humanos”


1916 - Carl Gustaf Verner von Heidenstam (1859–1940) | Suécia | Poesia, Romance

“Em reconhecimento da sua importância como o principal representante de uma nova era em nossa literatura”


1917 - Karl Adolph Gjellerup (1857–1919) |Dinamarca | Poesia

“Pela sua variada e rica poesia, inspirada em elevados ideais”


1917 - Pontoppidan (1857–1943) |Dinamarca | Romance

“Pelas suas descrições autênticas da vida atual na Dinamarca”


1918
Nenhum Prémio Nobel foi concedido este ano. O Prémio em dinheiro foi alocado ao Fundo Especial desta secção de Prémios.


1919 - Carl Friedrich Georg Spitteler (1845–1924) | Suíça | Poesia

“Em especial apreço pela sua épica Primavera Olímpica ”


1920 - Knut Pedersen Hamsun (1859–1952) | Noruega | Romance

“Pelo seu trabalho monumental, Crescimento do solo ”




26 dezembro, 2023

Maestro, de Bradley Cooper



Data de lançamento: 7 Dezembro 2023 (Portugal)
Diretor: Bradley Cooper
Intérpretes: Bradley Cooper, Vincenzo Amato, Matt Bomer, Carey Mulligan, Greg Hildre
Duração: 129 m.


Opinião: 

Maestro é um filme maravilhoso. Com  interpretações sublimes de Bradley Cooper e Carey Mulligan. 

Realizado e protagonizado por Bradley Cooper, a história centra-se na relação do compositor e maestro Leonard Bernstein com a actriz e, mais tarde, sua esposa Felícia Montealegre, interpretada por Carey Mulligan.

Oscilando entre fotografia a preto e branco e a cores, é-nos apresentada uma história de amor bela e genuína, mas imperfeita e complexa regida pelo percurso profissional e pessoal do compositor e maestro que durou de 1951 a 1978, data da morte de Felícia. 
Fica a sensação de que nem tudo nos é narrado. É através da troca de olhares, de sorrisos, de mãos que se entrelaçam e de corpos que se tocam que vamos captando a mensagem. Fica, contudo, claro que a carreira de Felícia ficou para segundo plano, que Bernstein é um génio apaixonado pela composição e pela direcção musical, mas que vive atormentado com a sua bissexualidade. Durante o casamento manteve vários casos amorosos com outros homens. Este segredo vai perturbar o relacionamento do casal, mas Felícia e apesar da mágoa,  tenta aceitar para manter o casamento.

O filme não se foca muito na vida profissional, contudo as representações do seu desempenho como maestro são fenomenais. Eu, pessoalmente, teria gostado que esse aspecto fosse mais aprofundado.


Breve nota biográfica: Leonard Bernstein (1918-1990), filho de judeus ucranianos,  foi um maestro, compositor, músico e pianista que dirigiu a Orquestra Filarmónica de Nova York durante 18 anos. 
Foi considerado um dos músicos mais importantes dos Estados Unidos, e ficou conhecido pelas suas composições musicais, como West Side Story, Candide e On the Town. 







25 dezembro, 2023

𝑨 𝑮𝒖𝒆𝒓𝒓𝒂, de José Jorge Letria e André Letria


Autor: José Jorge Letria
Título: A Guerra
Ilustrador: André Letria
N.º de páginas: 64
Editora: Pato Lógico Edições
Edição: Abril 2018
Classificação: Infanto-juvenil
N.º de Registo: (3501)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐



Livro infanto-juvenil, e que tal como o título o indica é um livro sobre guerras, sobre poder, prepotência, medo, dor e morte.

A guerra surge “como uma doença sussurrada e veloz” que “ não ouve, não vê e não sente” e se impõe, num crescendo, alimentada de ”ódio, ambição e rancor”. A guerra anula os sonhos, cala, esmaga, amedronta inocentes. A guerra não conta histórias felizes pelo contrário fabrica dor, sofrimento, raiva, gera “filhos de aço” com “sonhos de glória” que gostam de reinar entre destroços e ruínas. A guerra é o silêncio, a guerra é a morte.

Neste livro magnífico, a narrativa visual de André Letria dialoga com as frases curtas e incisivas de José Jorge Letria. A personificação da guerra sem rosto, sem data, sem local representada em tons sombrios (cinzento, preto, branco, verde e amarelo que se mesclam) alerta-nos para um mundo conflituoso onde o poder e a prepotência vingam sobre a inocência e a fragilidade.

Gosto da simbiose entre o texto e o traço. Predomina a ilustração. Todas as páginas estão inteiras e certeiramente ilustradas, a mensagem passa sem equívocos e as dezasseis frases curtas estrategicamente colocadas, complementam- na e reforçam-na, obrigando o leitor a reflectir sobre estes tempos de conflitos que vivemos.


Partilho a animação que descobri no Youtube produzida pelas bibliotecas municipais de Santiago do Cacém. 

Deixem-se deslumbrar pelas ilustrações e pelo texto.