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29 abril, 2012

Há 75 anos Guernica foi devastada

                                    Com esta obra, Picasso imortalizou o massacre de Guernica, em1937.

Há 75 anos, a cidade basca de Guernica foi devastada pela aviação alemã, num dos episódios mais negros da Guerra Civil de Espanha.
Um avião  sobrevoou  o povoado e  lançou seis bombas explosivas e uma saraivada de granadas. Logo a seguir apareceu outro avião. E depois outro. Começava o massacre e um dos episódios mais trágicos da Guerra Civil de Espanha.
No final do ataque aéreo, as esquadras de bombardeiros Heinkel 111 e Junker 52, num total de quarenta aviões, tinham lançado trinta toneladas de bombas e metralhado sem piedade homens, mulheres, crianças e até gado. A cidade estava completamente destruída.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/as-bombas-de-guernica=f721328#ixzz1tRgNzopK

04 novembro, 2011

Exposição de Picasso em Cascais



Obras de Pablo Picasso para ver em Cascais | © DR


«Le Carnet de La Californie»
3 de novembro 2011 a 8 de Janeiro de 2012.
                                                          Centro Cultural de Cascais 

Uma exposição da obra gráfica de Pablo Picasso, com 39 trabalhos realizados em diversas técnicas durante a época em que viveu em Cannes. 

A exposição  resulta de um protocolo de colaboração estabelecido em 1997 entre a Fundação Bancaja, detentora das obras, e a Fundação D. Luís I, que gere o espaço cultural em conjunto com a Câmara Municipal de Cascais. 
Com sede em Valência, Espanha, a Fundação Bancaja é uma entidade privada que possui a maior coleção da obra gráfica do artista.

Esta exposição cobre o período em que Pablo Picasso (1881-1973) viveu com a sua mulher Jacqueline Roque, entre 1955 e 1960, na mansão La Californie rodeada por jardins, em Cannes.

Os esboços realizados pelo pintor e depois reproduzidos na série «Le Carnet de La Californie», adquirida pela Fundação Bancaja em 2007, constituem o ponto de partida das obras em exposição.
A apresentação da série é complementada com gravuras e livros ilustrados do pintor, também pertencentes à coleção.
Nestes, Picasso utilizou várias técnicas gráficas, como a gravura calcográfica, água-tinta, linóleo e litografia.


in TVI24

10 outubro, 2011

3 poemas de Ana Luísa Amaral


 
                                                    Picasso, Mulher lendo, 1934

INTERTEXTUALIDADES

Microscópica quase,
uma migalha entre as folhas de um livro
que ando a ler.

Emprestaram-me o livro,
mas a migalha não.
No mistério mais essencial,
ela surgiu-me recatadamente
a meio de dois parágrafos solenes.
Embaraçou-me o pensamento,
quebrou-me o fio (já ténue) da leitura.
Sedutora, intrigante.

Fez-me pensar nos níveis que há de ler:
o assunto do livro
e a migalha-assunto do leitor.
(era pão a matéria consumida no meio
de dois parágrafos e os olhos
consumidos: virar a folha, duas linhas lidas
a intriga do tempo quando foi
e levantou-se a preparar o pão
voltando a outras linhas)

Fiquei com a migalha,
desconhecida oferta do leitor,
mas por jogo ou consumo
deixei-lhe uma migalha minha,
não marca de água, mas de pão também:
um tema posterior a decifrar mais tarde
em posterior leitura
alheia

De Minha Senhora de Quê, 1990.



O EXCESSO MAIS PERFEITO

Queria um poema de respiração tensa
e sem pudor.
Com a elegância redonda das mulheres barrocas
e o avesso todo do arbusto esguio.
Um poema que Rubens invejasse, ao ver,
lá do fundo de três séculos,
o seu corpo magnífico deitado sobre um divã,
e reclinados os braços nus,
só com pulseiras tão (mas tão) preciosas,
e um anjinho de cima,
no seu pequeno nicho feito nuvem,
a resguardá-lo, doce.
Um tal poema queria.

Muito mais tudo que as gregas dignidades
de equilíbrio.
Um poema feito de excessos e dourados,
e todavia muito belo na sua pujança obscura
e mística.
Ah, como eu queria um poema diferente
da pureza do granito, e da pureza do branco,
e da transparência das coisas transparentes.
Um poema exultando na angústia,
um largo rododendro cor de sangue.
Uma alameda inteira de rododendros por onde o vento,
ao passar, parasse deslumbrado
e em desvelo. E ali ficasse, aprisionado ao cântico
das suas pulseiras tão (mas tão)
preciosas.

Nu, de redondas formas, um tal poema queria.
Uma contra-reforma do silêncio.

Música, música, música a preencher-lhe o corpo
e o cabelo entrançado de flores e de serpentes,
e uma fonte de espanto polifónico
a escorrer-lhe dos dedos.
Reclinado em divã forrado de veludo,
a sua nudez redonda e plena
faria grifos e sereias empalidecer.
E aos pobres templos, de linhas tão contidas e tão puras,
tremer de medo só da fulguração
do seu olhar. Dourado.

Música, música, música e a explosão da cor.
Espreitando lá do fundo de três séculos,
um Murillo calado, ao ver que simples eram os seus
anjos
junto dos anjos nus deste poema,
cantando em conjunção com outros
astros louros
salmodias de amor e de perfeito excesso.

Gôngora empalidece, como os grifos,
agora que o contempla.
Esta contra-reforma do silêncio.
A sua mão erguida rumo ao céu, carregada
de nada —


De Vezes o Paraíso, 1998.



Silogismos

A minha filha perguntou-me
o que era para a vida inteira
e eu disse-lhe que era para sempre.

Naturalmente, menti,
mas também os conceitos de infinito
são diferentes: é que ela perguntou depois
o que era para sempre
e eu não podia falar-lhe em universos
paralelos, em conjunções e disjunções
de espaço e tempo,
nem sequer em morte.

A vida inteira é até morrer,
mas eu sabia ser inevitável a questão
seguinte: o que é morrer?

Por isso respondi que para sempre
era assim largo, abri muito os braços,
distraí-a com o jogo que ficara a meio.

(No fim do jogo todo,
disse-me que amanhã
queria estar comigo para a vida inteira)



Vozes, 2011

23 outubro, 2010

um poema de Al Berto

L'absinthe de Picasso
6

hoje é o sexto dia
sexta morada do silêncio

anotar os nomes das flores e
suas significações emblemáticas
absíntio/amargura, tristeza
asfódelo/coração abandonado
cinerária/dor de coração
glicínea/ternura
junquilho/melancolia
silindra/ recordações

anotar os nomes das areias e das argilas mais profundas
os nomes dos insectos e dos minerais
as marcas discretas das coisas cortantes
e recopiar algumas palavras de Amers:

…Toi que j’ai vu dormir dans ma tièdeur de
femme, comme un nomade roulé dans son étroite
laine, qu’il te souvienne, ô mon amant, de toutes
chambres ouvertes sur la mer où nous avons aimé.

manter a imobilidade absoluta dos rochedos
recear as falésias onde a lua abriu um sulco
tactear teu rosto disperso pelos ventos
recolher a dor na penumbra do entardecer

anunciar a noite com a ponta dum punhal de veludo
espiar o frémito súbito das estrelas…reler tudo
mantendo o corpo em surdina

Al Berto, O Medo (2ª ed.), Lisboa, Assírio & Alvim. p.256.

_________________________________________

6

aujourd'hui c'est le sixième jour
sixième demeure du silence

noter les noms des fleurs et
leurs significations emblématiques
absinthe/amertume, tristesse
asphodèle/ coeur abandonné
cinéraire/ douleur au coeur
glycine/ tendresse
jonquille/ mélancolie
seringat/ souvenirs

noter les noms des arènes et des argiles plus profondes
les noms des insectes et des minéraux
les marques discrètes des objets coupants
et recopier quelques mots d' Amers:

…Toi que j’ai vu dormir dans ma tièdeur de
femme, comme un nomade roulé dans son étroite
laine, qu’il te souvienne, ô mon amant, de toutes
chambres ouvertes sur la mer où nous avons aimé

maintenir l'immobilité absolue des rochers
craindre les falaises où la lune a creusé un sillon
tâter longuement ton corps écartelé par les vents
recueillir la douleur dans la pénombre du soir

annoncer la nuit avec la pointe d'un poignard de velours
épier le frémissement subit des étoiles... tout relire
le corps maintenu en sourdine.

Al Berto, Salsugem, l'Escampette, 2003, p. 14


13 junho, 2010

Al Berto


étreinte - Pablo Picasso

Cartas

Quando o vento se levanta e passa, tua cabeça adormecida põe-se a brilhar. Em redor dela um halo de sombra onde a minha mão entra, vagarosamente, pedindo-te um sinal.
Procuro o rosto com os dedos afiados pelo desejo. Toco a alba das pálpebras que, de súbito, se abrem para mim.
Um fio de luz coalha na saliva do lábio.
Ouvimos o mar, como se tivéssemos encostado a cabeça ao peito um do outro. Mas não há repouso nesta paixão.
O dia cresce, sem luz - e os pássaros soltam-se do pólen dos sonhos, embatem contra os nossos corpos.
Nada podemos fazer.
Um risco de passos ensaguentados alastra pelo chão da cidade. A noite cerca-nos, devora-nos. Estamos definitivamente sozinhos.
Começamos, então, a imitar a vida um do outro. E, abraçados, amamo-nos como se fosse a última vez...
O tempo sempre esteve aqui, e eu passei por ele quase sempre sozinho.
No entanto, recordo, deixaste-me sobre a pele um rasgão que já não dói. Mas quando a memória da noite consegue trazer-te intacto, fecho os olhos, o corpo e a alma latejam de dor.
Dantes, o olhar seduzia e matava outro olhar. Agora, odeio-te por não me pertenceres mais. Odeio-te. Abro os olhos. Regresso ao meu corpo e odeio-te. E, quem sabe se no meio de tanto ódio não te perdoaria - mas ambos sabemos que o perdão não existe.
Se fugias, perseguia-te. Mas o olhar começava a cegar. Sentia-te, já não te via. E o pior é que o tacto também esqueceu, rapidamente, a sensualidade da pele e o calor do sexo. O rosto aprendido de cor.
Hoje, tudo se sobrepõe. Nomes, rostos, gestos, corpos, lugares...um montão de cinzas que me deixaste como herança.
Não devo perder tempo com o ciúme. A paixão desgastou-me. E nunca houve mais nada na minha vida - paixão ou ódio.
Só isto: se me aparecesses agora, tenho a certeza, matava-te.




Al Berto, O Anjo Mudo

07 outubro, 2008

Picasso et les maîtres

Picasso e seus Mestres, no Grand Palais,em Paris, a partir de 8 de Outubro 2008 e até 2 de Fevereiro de 2009.

Será certamente uma exposição excelente e for do comum. Para além das obras patentes nas galerias do Grand Palais, haverá dois outros conjuntos temáticos Picasso-Delacroix, no museu do Louvre e Picasso-Manet no museu d'Orsay.


Eis algumas das obras expostas. É só um aperitivo! O manjar completo terá de ser em Paris, bien sûr!

Pablo Picasso, Grand nu au fauteuil rouge Francisco Goya, La maya desnuda

Manet, Olympia

Titien, Venus se divertissant avec l'amour et la musique


Ingres, Odalisque

15 agosto, 2008

A Multiplicidade do Vértice - Picasso


"A Multiplicidade do Vértice", comissariada por Pedro Pizarro, revela algumas das melhores obras gráficas e ilustrações de Pablo Picasso em exposição no Centro de Artes, de Sines


Centro de Exposições:15 Agosto - 19 Outubro


Parceria Centro de Artes de Sines, Fundação António Prates, Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC), Asociacion de Amigos del Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporaneo, Junta de Extremadura.