Mostrar mensagens com a etiqueta Philip Roth. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Philip Roth. Mostrar todas as mensagens

11 dezembro, 2024

𝑮𝒐𝒐𝒅𝒃𝒚𝒆, 𝑪𝒐𝒍𝒖𝒎𝒃𝒖𝒔 𝒆 𝒄𝒊𝒏𝒄𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒕𝒐𝒔, de Philip Roth

 


Autor: Philip Roth
Título: Goodbye, Columbus e cinco contos
Tradutor: Francisco Agarez
N.º de páginas: 293
Editora: D. Quixote
Edição(4.ª): Maio 2012
Classificação: Novela e contos
N.º de Registo: (3521)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


O livro de Philip Roth é composto por uma novela e cinco contos. Todos incidem sobre aspectos da cultura, da religião e modos de vida dos judeus nos Estados Unidos. Neste seu livro de estreia, Roth já nos reverbera com o seu humor corrosivo tão presente em toda a sua obra.
Pelo viés da observação e com recurso a uma crítica humorada, Roth expõe de forma exímia os dogmas e os costumes do povo judaico.

Na novela Adeus, Columbus, Roth com uma escrita despojada entra no universo delicado de um primeiro amor entre Niel Klugman, um bibliotecário sem grandes recursos económicos, e Brenda Patimkin, uma rapariga de família riquíssima.
A narrativa, que se afasta da lamechice, do sentimentalismo barato, seduz de imediato o leitor que se deixa envolver pela subtileza da mensagem genuína e sensual da primeira experiência amorosa.

Os cinco contos que se seguem são uma sátira aos dogmas religiosos. Narram histórias intrigantes com consequências trágicas e finais absurdos. Roth recorre à ironia e à sátira para reflectir a respeito da fé e da tradição judaicas beliscadas pela civilização moderna.

Para quem conhece a obra de Roth e só agora lê este livro, percebe que o autor já no seu início dominava a arte da escrita. É um exercício interessante ler primeiro as obras de um autor consagrado e maduro e só depois descobrir a sua primeira obra. Não fiquei decepcionada. Philip Roth é um dos meus escritores de eleição.


03 setembro, 2023

𝑶 𝑷𝒓𝒐𝒇𝒆𝒔𝒔𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝑫𝒆𝒔𝒆𝒋𝒐, de Philip Roth

 

Autor: Philip Roth
Título: O Professor de Desejo
Tradutor: Francisco Agarez
N.º de páginas: 301
Editora: D. Quixote
Edição: Outubro 2020
Classificação: Romance
N.º de Registo: (3247)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐



Philip Roth é um escritor marcante e de leitura obrigatória. Possuidor de uma verve irónica, bem-humorada e, simultaneamente, devastadora e comovente, impõe-nos uma narrativa mordaz e reveladora de um erotismo “devasso”.

Philip Roth cria em David Kepesh uma personagem hedónica e cínica, numa luta constante com os seus instintos mais primitivos. Mas não temam, não é esta a imagem que prevalece de Kepesh. A sua história não se cinge a paixões e sexo, a partir de um dado momento, inflecte numa reflexão e num questionamento sobre a sua vida, sobre as suas frustrações pessoais e relacionamentos inconcludentes e circunstanciais que o levam ao cadeirão do psicólogo.”Todas as noites dou voltas na cama com o pesadelo de não amar ninguém. (,,,) Quanto tempo faltará até me fartar de tanta inocência- até que a doce sensaboria de uma vida com Claire comece a enjoar, a saturar, e eu volte a sair por aí, chorando aquilo que perdi e procurando o meu caminho?”

Como já referi, não é um livro só sobre erotismo, é sobretudo, e na minha opinião, um livro maravilhoso sobre literatura. Kepesh, extraordinário professor universitário, especialista em Tchekov e Kafk, faz incursões literárias magníficas e relaciona o seu hedonismo problemático com algumas histórias destes autores.

É nesta relação que reside a mestria e a genialidade de Roth. Na narrativa, ele atribui a Kepesh o papel de doutorando que tem de redigir uma tese “sobre a desilusão romântica” e assim, aproveita certas personagens da literatura para justificar o seu comportamento movido pelo desejo.

Outro exemplo demonstrativo da sagacidade do autor é a redacção da comunicação que Kepesh prepara para o seu primeiro dia de aulas. Em vez de abordar as ideias gerais do curso de Literatura 341, propõe aos alunos falar de si, de factos íntimos, da sua história erótica, de “confessar o inconfessável – a história do desejo do professor”. Kepesh refere ainda na sua comunicação que adora ensinar literatura e que “Raramente me sinto tão bem como quando estou aqui com as minhas páginas de apontamentos, e com os meus textos anotados, e com pessoas como vocês. Para mim não há nada na vida que se compare com uma sala de aula. (…) E fora daqui não é provável que encontrem facilmente oportunidades de falar sem constrangimento sobre aquilo que foi para homens tão sintonizados com os combates da vida como foram Tolstoi, Mann e Flaubert. Talvez não saibam como é comovente ouvir-vos falar com convicção e sinceridade sobre solidão, doença, perda, sofrimento, desengano, esperança, paixão, amor, terror, corrupção, calamidade e morte…” (p. 215).

Fica clara a relação do comportamento do protagonista com as suas personagens literárias que tanto admira.

É um livro apaixonante. Recomendo.




27 junho, 2017

A Mancha Humana de Philip Roth



Trata-se de um livro notável. Philip Roth escreve sobre as contradições existentes na América dos anos 90. Temos questões como o racismo, o amor, os judeus, o sexo na terceira idade, o politicamente correto, a guerra do Vietname, entre outros. Mas é sobretudo o tema da liberdade e o preço que se paga para se construir uma identidade própria, o eixo principal.
A Mancha Humana agarra o leitor pela descrição emocional de cada uma das personagens presentes. Todas se interligam e acabam por explicar a essência da personalidade de Coleman Silk.




30 setembro, 2013

Philip Roth nomeado Comandante da Legião de Honra de França



 



O escritor norte-americano Philip Roth recebeu, na sexta-feira, a insígnia de Comandante da Legião de Honra de França das mãos do ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, numa cerimónia realizada na única livraria francesa de Nova Iorque.

A mais alta distinção do governo francês foi concedida a Philip Roth pela sua contribuição para a literatura global e pela sua longa relação com França.


 
in LEYA BIS

07 junho, 2012

Philip Roth ganha Prémio Princípe das Astúrias 2012

Philip Roth
                                           (Sara Krulwich/The New York Times)

O romancista norte-americano Philip Roth , 79 anos, venceu o Prémio Príncipe das Astúrias para as Letras, juntando mais uma prestigiada medalha à sua vasta colecção de prémios literários. 

A escolha do autor de Pastoral Americana foi decidida por maioria, tendo havido, entre os 16 jurados do prémio espanhol, quem defendesse até à votação final o ficcionista japonês Haruki Murakami, já depois de terem ficado pelo caminho nomes como o espanhol Antonio Gala, o francês Doninique Lapierre, o colombiano Gabriel García Márquez, o guatemalteco Rodrigo Rey Rosa, o senegalês Cheikh Hamidou ou o chinês Yan Lianke.

Nesse duelo final com Murakami, talvez possa ver-se uma vitória do romance do século XX sobre o que poderá vir a ser o romance do século XXI. Na sua breve declaração, o júri destacou que “a obra narrativa de Philip Roth faz parte da grande novelística norte-americana, na tradição de [John] Dos Passos, Scott Fitzgerald, [Ernest] Hemingway, [William] Faulkner, [Saul] Bellow ou [Bernard] Malamud”.


Notícia completa em Público


A obra de Philip Roth está publicada em Portugal, sobretudo pela D. Quixote, incluindo títulos como "Pastoral Americana", "Casei com um comunista", "O complexo de Portnoy", "A mancha humana", "O fantasma sai de cena", "Todo-o-mundo", "A conspiração contra a América", "Património", "Humilhação" e "Nemésis".

18 maio, 2011

Philip Roth ganha Booker Prize




O romancista norte-americano Philip Roth foi galardoado com o Prémio Internacional Man Booker de 2011, que de dois em dois anos distingue um autor pelo conjunto da sua obra. A lista de nomeados de 2011 englobava 12 autores.
Os anteriores laureados com o prémio nos últimos anos foram a canadiana Alice Munro (2009), o nigeriano Chinua Achebe (2007) e o albanês Ismail Kadaré (2005).
"Durante mais de 50 anos, os livros de Philip Roth estimularam, provocaram e divertiram um publico imenso, que continua a aumentar", afirmou Rick Gekoski, presidente do júri, durante o anúncio do vencedor, em Sydney, na Austrália.
"A sua imaginação não só refundou a nossa ideia de identidade judaica, como reanimou a ficção, não apenas norte-americana, mas em geral", acrescentou.

Duas dezenas de romances


Philip Roth, 78 anos, escreveu duas dezenas de romances como "Adeus Colombo", "A Pastoral Americana", pelo qual recebeu o prémio Pulitzer em 1998, "O Complexo de Portnoy" e "A conspiração contra a América".
A sua obra foi particularmente dedicada à sua personagem fetiche e duplo literário Nathan Zuckerman, cujo ciclo começou com "O Escritor Fantasma", em 1979 e terminou com o "O Fantasma Sai de Cena", em 2007.
prémio Man Booker foi lançado em 2005, em complemento ao prestigiado Prémio Booker.
A diferença entre os dois prémios reside no facto do Prémio Internacional Booker não recompensar uma obra em particular mas o conjunto do trabalho do autor, qualquer que seja a sua nacionalidade.

in Expresso