Mostrar mensagens com a etiqueta Fotografia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fotografia. Mostrar todas as mensagens

23 março, 2025

O Meu Rumo!

 



A casa da Rosa dos Ventos mapeia oito pontas e nela nunca perdemos o rumo.
Seja qual for o trilho escolhido será sempre com sentido e tino.

_____________


A casa da Rosa dos ventos é o abraço da orientação, o guia das almas sonhadoras.
Com os seus oito braços estendidos, norteia destinos e sussurra segredos do vento, do sol e dos deuses.
Em perfeita harmonia sobre o azul intenso do mar, ela é a bússola do coração humano.
O meu rumo! 


Nota: escrita criativa a partir do livro as casas das coisas, de João Pedro Mésseder (texto) e Rachel Caiano (ilustração)

13 abril, 2024

Dia do Beijo - Horas Rubras

                                                        
                                                 Man Ray | o Beijo | 1922




Horas Rubras 

Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas...

Oiço olaias em flor às gargalhadas...
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p'las estradas...

Os meus lábios são brancos como lagos...
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras...

Sou chama e neve e branca e mist'riosa...
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

Florbela Espanca, Livro de Soror Saudade


10 janeiro, 2024

haiku - Escrita criativa

 





Haiku (haicai):
nome masculino

1. [Literatura] Forma poética muito breve, de origem japonesa, composta geralmente por três versos de cinco, sete e cinco sílabas.

"haicai", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/haicai.





31 dezembro, 2023

As escadas, Manuel António Pina



                                               George Brassaï - Les escaliers de Montmartre - 1938




As Escadas


Toma, este é o meu corpo, o que sobe as escadas
em direção à tua escuridão, deixando-me,
ou a alguma coisa menos tangível,
no seu lugar.

Também elas envelheceram, as escadas,
também, como eu, desabitadas.
Anoiteceu, ao longe afastam-se passos, provavelmente os meus,
e, à nossa volta, os nossos corpos desvanecem-se como terras estrangeiras.



Manuel António Pina



29 dezembro, 2023

REPENSAR


                                                                            Foto GR | Sines


Nestes últimos dias, visitou-me a melancolia. Dias longos, frios, tristes, saudosos.

Álibi perfeito para uma rememoração: reabrir gavetas  trancadas, intocáveis (pensava eu), repletas de saudade de pessoas, de instantes, de lugares...; abrir gavetas caóticas, atulhadas de desilusão, desencanto, ingratidão, inquietação, desassossego, alegria, sonhos, muitos sonhos...; separar o trigo do joio; arrumar o caos.

O que partiu? O que permanece? O que pode ser resgatado?

É urgente a reflexão, o separar das águas, o REPENSAR. 

Nesta contagem regressiva, melancolicamente revejo o passado - o distante e sobretudo o mais recente - retiro ilações, teço considerações, oblitero memórias nocivas, tomo decisões, defino metas, aponto objectivos...

Depender única e exclusivamente de MIM. Começar por pensar primeiro em MIM. Conquistar palavras belas, livres, quentes.  Recomeçar. 

Silêncio é o  sossego do meu RECOMEÇO.  

Leitura é, cada vez mais, a minha primeira morada do silêncio. 


14 outubro, 2023

Silêncio !


                                                          © Foto GR - Fundão Dez 2022


Eu amei esses lugares
onde o sol
secretamente se deixava acariciar.

Onde passaram lábios,
onde as mãos correram inocentes,
o silêncio queima.

Amei como quem rompe a pedra,
ou se perde
na vagarosa floração do ar.


Eugénio de Andrade, in Matéria Solar

17 setembro, 2023

Chove

                                         

                                                 © Rui Palha - https://www.ruipalha.com/


Chove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...
Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...
Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...


Fernando Pessoa, in Poesias.




06 setembro, 2023

Leio o amor

 

                                       ©  Man Ray - Primacy of Matter over Thought (1929)





Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.


Nuno Júdice



18 agosto, 2023

Il pleure dans mon coeur

 


                                      Henri Cartier-Bresson | Pluie | Paris



Il pleure dans mon cœur
Comme il pleut sur la ville;
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon cœur?


Ô bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits!
Pour un cœur qui s’ennuie,
Ô le chant de la pluie!


Il pleure sans raison
Dans ce cœur qui s’écœure.
Quoi ! nulle trahison?…
Ce deuil est sans raison.


C’est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi
Sans amour et sans haine
Mon cœur a tant de peine!


Paul Verlaine



17 agosto, 2023

Abraços


                                                
                             Alfred Eisenstaedt | Couple ao bord de la Seine | Paris | 1963




Sei –
Que outros abraços te apertam
E outras bocas vão beijar
O teu saboroso corpo
Onde mora o meu destino;
Mas, não me zango nem fujo
Nunca mais de te falar –
Como se em ti desconhecesse
O vício de atraiçoar...

Nesta vida transitória,
Afinal, - o que sou eu?
- A força de um pensamento que diz aquilo que diz
E o resumo de uma história
Que ninguém compreendeu.


António Botto



13 abril, 2023

Dia do Beijo


O beijo 

Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.

Jorge de Sena, In Antologia Poética




        Henri Cartier Bresson                              Man Ray                                    Robert Doisneau


30 dezembro, 2022

Votos para 2023

                                                                             Foto Filipe Miguel 


Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Ricardo Reis 


10 dezembro, 2022

Saber o que és

 

Foto minha


Saber o que és, dizer o teu corpo,
ouvir-te num breve instante,
dizer o que é amor sem o dizer,
tirar de mim um poema que te cante;

e ver passar-te por entre os dedos
o fio de luz que prende os teus olhos,
e vê-lo enrolar-se em segredos
quando a tua voz o apaga e acende;

tocar-te os lábios num fim de verso,
ver-te hesitar entre sorriso e mágoa,
perguntar se o teu rosto tem reverso,

e ter nele uma transparência de água:
é o que vejo em ti no cair de véu
em que me dás a terra que vale o céu.

Nuno Júdice


17 outubro, 2022

Exercício de escrita criativa - Da minha janela...

Foto minha



Da minha janela avisto uma imensidão de telhas alaranjadas mesclada de paredes brancas.
Vejo, ainda, a casa do Gama grande, forte, vigilante.
Mas esta visão simples e objectiva não é sedutora!
O que me leva diariamente à minha janela, é outra imensidão!
Uma imensidão azul, prateada, brilhante!
Da minha janela, vivo o MAR!



 

27 setembro, 2022

Silêncios!

 

   
                                                            @Man Ray – An Other Body

(...)

sabes por vezes queria beijar-te
sei que consentirias
mas se nos tivéssemos dado um ao outro ter-nos-íamos separado
porque os beijos apagam o desejo quando consentidos
foi melhor sabermos quanto nos queríamos
sem ousarmos sequer tocar nossos corpos
hoje tenho pena
parto com essa ferida
tenho pena de não ter percorrido o teu corpo
como percorro os mapas com os dedos teria viajado em ti
do pescoço às mãos da boca ao sexo
tenho pena de nunca ter murmurado o teu nome no escuro
acordado
perto de ti as noites teriam sido de ouro
e as mãos teriam guardado o sabor do teu corpo
(...)


Al Berto, O Medo - Carta da Flor do Sol (a meu amigo)


19 janeiro, 2014

Um poema de Eugénio de Andrade


Robert Doisneau



Urgentemente 

É urgente o Amor, 
É urgente um barco no mar. 

É urgente destruir certas palavras 
ódio, solidão e crueldade, 
alguns lamentos, 
muitas espadas. 

É urgente inventar alegria, 
multiplicar os beijos, as searas, 
é urgente descobrir rosas e rios 
e manhãs claras. 

Cai o silêncio nos ombros, 
e a luz impura até doer. 
É urgente o amor, 
É urgente permanecer. 


 Eugénio de Andrade



23 novembro, 2013

Brassaï à Paris



Exposition gratuite | 8 novembre 2013 - 8 mars 2014
Tous les jours de 10h à 19h sauf  dimanges et jours fériés



La Ville de Paris poursuit son exploration de la capitale à travers le regard de ses plus grands photographes en présentantl’oeuvre intense et lumineuse de Brassaï. 


L’exposition "Brassai, Pour l’amour de Paris" relate l'histoire exceptionnelle d'une passion, celle qui a uni pendant plus de cinquante ans Brassaï l'écrivain, le photographe, le cinéaste, aux coins et recoins de la capitale mais aussi à tous ceux, intellectuels, artistes, grandes familles, prostituées et vauriens, bref à tous ceux et celles qui font la légende de Paris. Toute sa vie en effet, Paris demeure au cœur de sa réflexion, le fil rouge de son travail.



Brassaï



Né en 1899 à Brasso en Transylvanie, Gyulus Halasz qui prendra le nom de Brassaï lorsqu'il commencera à photographier en 1929, vient tout juste de fêter ses quatre ans lorsque son père professeur de littérature l’embarque avec lui à Paris où il est invité à passer une année sabbatique. Cette période d'enchantement miraculeuse reste à jamais gravée dans la mémoire du jeune homme.

Cette fascination pour Paris amène Brassaï à rejoindre la capitale française en 1924 après ses études d'art à Berlin. Il va rapidement rencontrer Desnos, Prévert qui l’intègrent dans le milieu brillant des artistes et intellectuels qui font la renommée des Années Folles à Montparnasse et l'introduisent dans la nébuleuse surréaliste. 


in Que faire à Paris?



19 agosto, 2013

Dia Mundial da Fotografia

                          S. Torpes - Sines (GR)


"Quando ceguei decidi ser fotógrafo"

Al Berto

09 março, 2013

Sapatos Louboutin pescam no Carvalhal

250681_10151364379076865_956792788_n
 
 
601254_10151364377626865_1397817384_n
 
74101_10151364378611865_886068603_n
 
486063_10151364378846865_1589052914_n
 
182209_10151364377676865_91373919_n
 
602955_10151364377506865_313212785_n
 


A nova coleção primavera/verão 2013 de Christian Louboutin surge com um conceito inovador.

Os sapatos são apresentados como isca de pesca. O designer Peter Lippmann inspirou-se no surrealismo de René Magritte para fotografar esta coleção num cenário magnífico que é a praia do Carvalhal (perto da Comporta).
 
 

16 fevereiro, 2013

Daniel Rodrigues ganha prémio de fotografia




 Março de 2012, Daniel Rodrigues  encontrava-se  na Guiné-Bissau, numa missão humanitária. Num jogo de futebol com  crianças, tirou várias fotografias... esta ganhou o prémio World Press Photo, na categoria "Daily Life".