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20 julho, 2025

Jantar memorável

 No dia 17, os meus colegas da Escola Secundária Poeta Al Berto (ESPAB) surpreenderam-me com uma linda homenagem que guardarei na gaveta das boas memórias. 

O evento teve lugar no Restaurante Arte e Sal, em S. Torpes. Vista maravilhosa para o mar e com direito a um pôr-do-sol brilhante. 

Foi um jantar memorável, de (re)encontros, sorrisos e abraços. Recebi muito afecto, muitas flores e presentes valiosos. Registei boa disposição, ouvi poesia da boa e houve poses para registos fotográficos. 
As três moças organizadoras, Rosarinho, Bete e Célia, pensaram em tudo com muito carinho. Posso garantir que me conhecem bem.  

Houve, ainda, tempo para um sorteio de  livros, leitura de um discurso e de um poema escrito a duas mãos.  

Partilho um pequeno vídeo que revisita os momentos importantes.
Transcrevo também o discurso e o poema   

a de Graciosa Reis


Quero agradecer muito, mas mesmo muito este momento. É um prazer enorme ter-vos a todos e a todas aqui presentes.
Como sei que estes encontros dão muito trabalho, sou grata às moças organizadoras, Rosarinho, Bete e Célia. E como para haver festejos é bom que haja participantes, também quero agradecer, a cada um e a cada uma, pessoalmente, a vossa presença.

Não vou fazer um grande discurso. O que tinha a dizer, já o disse num texto que vos enviei e que publiquei no primeiro dia de “boa vida”.

Retomo, apenas, a parte mais importante, a dos amigos, a das pessoas com quem me cruzei, em especial, na ESPAB.
Ao longo dos anos e foram muitos, conheci, lidei e convivi com muitas pessoas.
Pessoas bonitas e maravilhosas e outras menos bonitas e um pouco menos maravilhosas. Mas todas foram importantes, com todas aprendi e partilhei conhecimentos, ensinamentos, gargalhadas, sorrisos, tristezas, desabafos, abraços, fotografias, livros, leituras, muitas leituras, …; com muitas continuarei a aprender e a partilhar…
Muitas destas pessoas estão aqui;
Muitas não estão por múltiplas razões: pessoais, profissionais, familiares, ou porque simplesmente não o quiseram;
Algumas porque já não leccionam nesta escola, nem habitam por perto;
Outras, ainda, já não estão entre nós.

A TODAS o meu ENORME agradecimento e carinho.
Saberei manter vivas as boas memórias. E este momento, será para acrescentar.

Citando Epicuro “As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo.”

Que, assim, seja!



Ó Arte e Sal, quanto do teu manjar
São sorrisos destes comensais
Para aqui chegarmos, a S. Torpes
É preciso que topes
Quanta areia já roubou o mar
Quantos banhos ficaram por dar
Mas ainda, assim, valeu o jantar
E daqui saímos mais fraternais
Mesmo com um copito a mais.

(GR e JR)



15 julho, 2025

Encontro Regional de Bibliotecas Escolares



Nos dias 10 e 11 de Julho de 2025, em Évora, decorreu o Encontro Regional, subordinado ao tema “Legados de Engenho, Arte e Pedagogia”, colaboração entre o CFAE Beatriz Serpa Branco e as Bibliotecas Escolares do Alentejo. As sessões plenárias tiveram lugar no auditório da DGEstE e os workshops no Agrupamento de Escolas André de Gouveia.


Foram dois dias plenos de aprendizagens, partilhas e convívio.
Na abertura do encontro Jorge Serafim brilhou e animou o pessoal ainda entorpecido.
O programa seguiu o seu curso com uma homenagem a Beatriz Serpa Branco e com a apresentação de Boas Práticas de várias bibliotecas escolares do Alentejo (nos dois dias realizaram-se três sessões plenárias). São momentos enriquecedores e que evidenciam o que de bom se pratica nas nossas bibliotecas escolares.
Os dois momentos previstos de workshops simultâneos oferecem-nos possibilidades de aprendizagem, algumas fora da nossa zona de conforto, de contacto com outras artes, de partilha de saberes, de sorrisos e boa disposição. Gostei de descobrir a “Ciência em Camões” com o Mário e o Alexis, do Centro de Ciência Viva de Estremoz e adorei conhecer a actriz Cátia Terrinca que, sabia e assertivamente, nos envolveu nas “Palavras para lá do papel” . Trabalhámos a desconstrução da palavra, da escrita, da poesia; criámos sons com sentido; inventámos onomatopeias; percebemos o poder da palavra escrita, dita, ouvida, compreendemos a importância do silêncio, do saber escutar.

Nestes dois dias, fomos ainda brindados com duas conferências magníficas. A primeira, dita pelo Professor Carlos Reis – “Legados de um ‘épico d’outrora’: figurações camonianas”; a segunda, pelo Dr. Pacheco Pereira – “Engenho, arte e saber ao serviço das bibliotecas”.
Dois oradores cultos e inteligentes que nos concedem conhecimentos válidos e nos incitam à reflexão.

O encerramento do encontro contou com uma tertúlia sob o tema “Legados de Engenho, Arte e Pedagogia”. Cinco convidados, entre os quais o Professor Carlos Reis, moderados pela Doutora Zélia Parreira, Directora da Biblioteca Pública de Évora, discorreram sobre o assunto. Foi um momento empolgante com opiniões controversas de um dos palestrantes.
Entusiasmei-me com o rumo da conversa, com os argumentos dos restantes convidados e sobretudo com a arte e engenho do Professor Carlos Reis. Terminámos maravilhosamente. 

Após a conclusão dos trabalhos agendados para o primeiro dia, um grupo de amigas bibliotecárias do Alentejo Litoral, deambulou pelas ruas de Évora e refastelou-se numa esplanada para conversar, gargalhar, degustar uns saborosos petiscos e beber uma generosa sangria. Apesar do vento frio que se impôs ao anoitecer, fomos felizes.

Foram dois dias maravilhosos. Eu, no papel de aposentada, desfrutei serenamente de tudo.
Até pró ano, se ainda me aceitarem.




09 maio, 2025

A Agulha bailarina e o Piano encantador

 

 Foto criada por IA - Copilot | 9.05.2025

                                                 

     Na sala de estar de uma casa acolhedora, iluminada pelo suave brilho do amanhecer, onde o aroma de chá perfuma o ar e as paredes guardam memórias de gerações, vive um piano imponente de madeira polida, com teclas de marfim brilhantes que já sentiram o toque de várias gerações. Ele é o coração do espaço, reverenciado pela sua capacidade de evocar emoções profundas.
     Ao lado, numa pequena cesta de costura repousa um bastidor com um bordado e uma agulha pequena, silenciosa e presa no tecido.
Nessa casa, as mãos que enfiam, movem e orientam a agulha são as mesmas que acariciam e dedilham as teclas de marfim. Mãos finas, alegres e cheirosas. As mãos de Maria Eduarda, a senhora da casa.
     A agulha e o piano gostam delas, sentem-se embevecidos perante tanta agilidade e segurança.
     Porém, certo dia, ambos pressentem um nervosismo e uma desmesurada insegurança: a agulha ora fica suspensa e pensativa, ora desliza e cai; o piano, maltratado, solta sons irregulares, desafinados. Esta desorientação prolonga-se no tempo, até que, uma manhã, a sala permanece sombria e    silenciosa.

    A agulha que sempre aspirou a ser bailarina ao som do piano que tanto admira e, secretamente, inveja, suspira de inacção e tédio. O piano, por sua vez, sente-se inútil e solitário. As suas teclas há muito que não ressoam melodias, que não são acariciadas, que não ouvem aplausos.

     Cansada de esperar, a agulha começa a treinar alguns passos de dança, em bicos de pé e devagarinho salta para a direita, salta para a esquerda, experimenta o plié, o tendu, o rond de jambe… Suspira e recomeça…
    Mas, certo dia, enquanto ensaia os seus passos sobre o pano de bordado esticado, ouve um gemido, um som mágico vindo do piano, ali mesmo ao seu lado. É uma melodia triste e encantadora. A agulha bailarina não resiste — salta para o chão de madeira e desliza até ele, atraída pela música como se fosse um apelo do destino.
    - Olá, senhor Piano, diz a agulha, numa voz fina, mas firme.
O piano surpreendido, suspende os seus sons, e responde gentilmente.
     - Olá, senhora Agulha. O que a traz até mim?
   - Ouvi a sua música e não resisti. Sabe, estou angustiada porque não tenho ninguém com quem conversar, nem nada para fazer. Farta de ficar presa, até já comecei a treinar uns passinhos de dança para ocupar o tempo e sacudir o corpo. Se não for assim, enlouqueço e …
   - Pois é… sinto o mesmo, atalhou o piano. Confesso que ouvi uma certa agitação e foi por esse motivo que comecei a mover as teclas.
  - Importa-se que suba até aí para conversarmos melhor? Pergunta a agulha.
  - Suba, suba. Terei todo o prazer em conhecê-la. Retorque o piano, esboçando um sorriso.
     A Agulha esguia e graciosa, não se faz rogada, sobe por aí acima e, sem resistir, começa imediatamente a esboçar uns passinhos hesitantes…
Nesse instante, Piano, o velho cavalheiro, sente algo que jamais havia sentido. A pequena Agulha, com a sua elegância delicada de movimentos leves, desliza sobre as suas teclas como uma estrela num céu escuro, transformando cada nota num afago melodioso, numa poesia viva.

    Nesse dia, entre uma Agulha e um Piano nasceu uma amizade improvável, assente na cumplicidade e no desejo de manter vivo o que, inexplicavelmente, se tornou sombrio.
  Dia após dia, semana após semana, a Agulha bailarina e o Piano encantador tornam-se inseparáveis. Ela dança, ele toca. Ele tange, ela baila. Ele afina-se, ela eleva-se. Juntos compõem harmonias que ecoam pela sala desabitada.

   E assim, juntos, emergem por entre as cortinas da solidão e do abandono, da dor e do luto. Juntos criam a mais bela dança, uma sinfonia de amor entre a música e o movimento. Um amor selado na melodia do tempo.




A agulha bailarina
improvisa e treina
voltas e reviravoltas

intensamente

O piano encantador
desafina a dor
nas teclas brancas e pretas

perdidamente

A agulha e o piano
juntos
tocam e volteiam
melodias breves e soltas

apaixonadamente


GR

23 abril, 2025

Ler a Liberdade


O grupo de leitores de Uma Casa Sem Livros esteve ontem reunido para falar de livros, de poesia, de música, de liberdade. As autoras em destaque foram Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa e Maria Isabel Barreno. Três Marias, três Mulheres que lutaram para que nós, mulheres, possamos, hoje, estar reunidas e falar livremente.

Apresentámos as nossa leituras, lemos excertos e poemas e ouvimos o poema "Segredo" cantado por Cristina Branco.
Os livros lidos pelos presentes e discutidos foram os seguintes:
As Novas Cartas Portuguesas, das três autoras;
A Desobediente - biografia de MTH, de Patrícia Reis
Minha Senhora de Mim; A Paixão Segundo Constança H.; As Luzes de Leonor, de Maria Teresa Horta;
Maina Mendes e Lucialima, de Maria Velho da Costa;
De Noite, Maria Isabel Barreno.

Hoje, dia 23, celebramos O Dia Mundial do Livro, objecto que nos faculta conhecimento; daqui a dois dias celebraremos a Liberdade que nos permite falar, ver e ouvir.
Vivemos dias conturbados, estranhos, não podemos permitir o regresso a um país triste, vestido de cobardia e hipocrisia.

O verso de Sophia ressoa, outra vez, com urgência: "Vemos, ouvimos e lemos não podemos ignorar".

Viva a Leitura. Viva a Liberdade.

Nota: hoje, no auditório durante a representação de Uma peça de teatro, ouvi a actriz clamar que "A Liberdade é a cedilha da palavra esperança!" E eu gostei porque quero acreditar que assim é.



Segredo | Maria Teresa Horta

Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça
nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa
Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço
Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar
nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar


15 abril, 2025

Procuro-te

 



Procuro-te

nas palavras
nas entrelinhas 
de uma página, 
de outra 
e de outra... 
em vão

O tempo e os silêncios
impiedosos
apagam palavras,
esbatem gestos, olhares, sorrisos,
esvanecem sensibilidades

Nas noites insones
invento-te
palavras que não dirás
gestos, olhares, sorrisos que não repetirás
em vão

Sobejam-me
ilusões em ruína
silêncio 

GR



25 março, 2025

Dias emotivos e solarengos

 



Há dias em que a vida nos bafeja com abraços, sorrisos, carinho, miminhos. Podia ter resumido tudo com a palavra afectos, mas não era a mesma coisa. 

Hoje, foi um dia desses. Emotivo e solarengo! Mais um! Sou uma sortuda!
Ora vejam se não tenho razão!
Em mais um, dos muitos, encontros das professoras bibliotecárias do Alentejo Litoral, fomos principescamente recebidas pela Senhora Diretora e pela nossa colega Paula Gomes, anfitriãs da Escola Profissional de Desenvolvimento Agrícola de Grândola. Na visita à biblioteca requalificada ouvimos poemas lidos pelos alunos e, na sala de trabalho, os mesmos alunos e seus professores presentearam-nos com um buffet vistoso e apetitoso. Estão de parabéns!

Após uma manhã de trabalho (confesso que desta vez não registei nada) sempre enriquecedora e muito bem orientada pela nossa querida coordenadora Lucinda Simões, fui surpreendida , ou talvez não porque conheço muito bem este grupo maravilhoso, mas, como dizia, fui surpreendida pelas palavras gratificantes, carinhosas e emotivas das minhas (ex)colegas de labuta livrólica e pelos miminhos encantadores que me ofereceram. Conhecem-me muito bem. De mim, receberam em troca abraços (não chorei, contive-me) e um pequeno caderno com uma singela mensagem, mas muito sentida. Elas sabem que sim.
Depois destas emoções e dos respectivos registos fotográficos para memória futura, continuámos a celebração da minha saída, não despedida, do grupo de trabalho, no restaurante "Villa Mariscos". A boa disposição foi crescendo à medida que o repasto avançava. Até tive direito a um poema dedicado e lido pela minha amiga Fátima Nunes. Adorei. 

Só um aparte: se não conhecem, convido-vos a degustar o arroz de lingueirão ou as migas.
Para finalizar o dia, não podia faltar a já habitual visita cultural e, assim, fomos visitar o Núcleo Museológico Grândola Vila Morena. Pequeno mas muito interessante. Não percam quando forem almoçar ao tal restaurante que vos indiquei.

Partilho algumas fotos que confirmam a minha narrativa (palavra em moda) e que evidenciam o dia maravilhoso que vivi, vivemos.
Sou eternamente grata às minhas queridas colegas com quem tenho partilhado momentos inesquecíveis de aprendizagem, convívio e carinho.
Alda, Ana, Antónia, Bina, Catarina, Deolinda, Fátima, Lucinda, Maria José, Mariana, Noélia, Rosa, Rosinda, Rute estão no meu coração. Sabem disso!!! 





23 março, 2025

O Meu Rumo!

 



A casa da Rosa dos Ventos mapeia oito pontas e nela nunca perdemos o rumo.
Seja qual for o trilho escolhido será sempre com sentido e tino.

_____________


A casa da Rosa dos ventos é o abraço da orientação, o guia das almas sonhadoras.
Com os seus oito braços estendidos, norteia destinos e sussurra segredos do vento, do sol e dos deuses.
Em perfeita harmonia sobre o azul intenso do mar, ela é a bússola do coração humano.
O meu rumo! 


Nota: escrita criativa a partir do livro as casas das coisas, de João Pedro Mésseder (texto) e Rachel Caiano (ilustração)

15 março, 2025

A menina pequenina

 

 




Exercício de Escrita Criativa proposto por Carolina palminha no âmbito do grupo de leitoras da biblioteca municipal de Sines - Uma Casa sem Livros.

Premissas: 
 A partir de um início de texto (em itálico) desenvolver uma história criativa; ter em conta que uma página, ou página e meia seria suficiente. 


Sentei-me.
O comboio pôs-se em movimento.
Pelas janelas a paisagem deslizava em tonalidades de verdes, dourados, amarelos das azedas, vermelhos de papoilas e de quando em quando, o casario de um pequeno povoado mostrava-nos, pelo fumegar que saía das chaminés, que ali havia gente, havia vida, gargalhadas ou tristezas, calor ou frio…
No interior da carruagem o alegre riso de crianças e o tagarelar dos adultos.
Alguns farnéis foram retirados das cestas e um cheiro de fritos e frutos inundou-nos.
Tentei abstrair-me, abri o livro e recomecei a leitura.
Daí a instantes,
                  uma das crianças aproximou-se de mim, lentamente, com receio de me incomodar e estendeu a sua mãozinha com uma maçã bem vermelha e apetitosa.
- Toma - disse ela - também tens fome? Mal tive tempo de agradecer, saltou para o meu lado e metralhou-me com perguntas sobre o livro que estava a ler, de que falava, se tinha desenhos e, de seguida, com um sorriso maroto, pediu-me para lhe ler a história.
Quando, finalmente, me foi concedido um tempinho para falar, perguntei-lhe como se chamava e quantos aninhos tinha.
- Sou a Beatriz, mas todos me chamam Bia e tenho quatro anos, respondeu a despachar-me com os olhos bem abertos. E a história? Insistiu ela.
Expliquei-lhe que o livro que estava a ler não era para a idade dela e que não iria compreender a história, já que tratava de guerra. Li-lhe o título do livro – O Sangue dos Outros, indiquei-lhe o nome da autora (Simone de Beauvoir) e fiz-lhe um pequeno resumo para que ela percebesse que não era má vontade minha. Ela baixou tristemente a cabeça e pediu que lhe lesse então só um bocadinho que não falasse de guerra. É que eu gosto muito de histórias e não tenho livros em casa…
Pedi-lhe, então, que fechasse os olhos e que só os abrisse quando eu lhe dissesse.
Abri a mochila que levava comigo e retirei um livro. Como ia visitar a família e os sobrinhos, tinha uma vasta gama para lhes oferecer. Sabem, é que faço parte do clube das tias que só oferecem livros. Que falta de criatividade! Oferecer sempre o mesmo! Dir-me-ão.
Como dizia, retirei da mochila um livro. Um livro maravilhoso que sabia de antemão que iria agradar a esta menina ternurenta e carinhosa. E comecei a ler:
        Era uma vez uma menina muito, muito pequenina…
Assim, que ouviu a primeira frase, os seus olhos cresceram e o sorriso iluminou-se. Aquietou-se bem ao meu lado para acompanhar as páginas e observar as ilustrações.
No final da história com os olhinhos marejados de lágrimas, lançou os seus bracinhos ao meu pescoço e disse que tinha gostado muito da história da menina que não sabia chorar.
- Olha, não me disseste como se chama o livro, nem quem o escreveu – comentou ela, feliz a desenhar com os dedinhos o contorno dos desenhos.
- Tens razão, respondi. Chama-se “Os olhos GRANDES da menina pequenina”, foi escrito por Ondjaki, um escritor angolano, inventor de histórias bonitas, e foi ilustrado por Carla Dias.
Estávamos felizes, ela com o livro nas mãos, ainda a saborear a história, e eu por ter contentado uma criança com uma simples leitura.
De repente, o encanto termina. Somos sacudidas com o berro “Bia, anda já pr’aqui” de uma mãe insensível.
Bia olhou para mim, encolheu os ombros, e deixou-se ficar virando e revirando o livro. Disse-lhe que devia obedecer à mãe. Mas ela fingiu não me ouvir e acariciou a imagem da menina da capa do livro.
Do outro lado, a mãe insistia no pedido e nos berros. A Bia olhou-me, levantou-se, entregou-me o livro e fechou o sorriso.
Devolvi-lhe o olhar e o livro – Podes ficar com ele. É uma prenda minha. Em retorno, recebi o sorriso de uns olhos grandes.
Afinal, há no mundo muitas meninas pequeninas com olhos grandes. Ondjaki quando escreveu este livro, sabia que ia encontrar muitas. E eu, hoje, nesta viagem, encontrei a Bia. Uma menina pequenina, de olhos grandes que adora histórias.

GR



18 fevereiro, 2025

Dias simples e emotivos


Hoje, fui à minha escola para assistir à segunda fase do Concurso de Leituras na Planície.
Contudo, o teor desta minha mensagem é outro como podem constatar pelas fotos.
Fui agradavelmente surpreendida pelo carinho de um grupo de alunos que representam a associação de estudantes da escola. É bom quando o trabalho de uma vida é reconhecido, mas quando o é pelos alunos ficamos, ainda, mais emocionados e eternamente gratos. Vim de braços e coração cheios.



          

         



01 fevereiro, 2025

Sei para onde vou ...

 


Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam” (Saramago) e, assim, hoje, é o primeiro dia do resto da minha vida.

Foram 44 anos letivos de dedicação à Escola Pública (42 anos, 5 meses, 27 dias para efeitos de aposentação, já que deduziram os dias dos horários incompletos e das colocações tardias, mas esqueceram-se de adicionar as horas extraordinárias – as efectivas e as outras) e prolongaram   até ao limite do prazo (3 meses) a análise do processo (trabalhei mais dois meses para além da data prevista).

Sempre quis ser professora. Sempre amei a minha profissão. Confesso que nem sempre foi fácil, mas no balanço final guardo sobretudo as conquistas.
Chegou o tempo de dar o meu lugar a outro/a professor/a. Ninguém é eterno. Ninguém é insubstituível. O governo, numa tentativa de colmatar o problema de falta de professores, ainda, acenou com a possibilidade de continuar e em troca “oferecia-me” até 750€. Porém, este mesmo governo esqueceu-se de que também eu tive, durante cerca de seis anos a carreira congelada. Os meus colegas vão ter, e muito bem, a recuperação desse tempo, mas quem se encontra, como eu, no topo da carreira, não recebe nada em compensação. Repito, NADA. Por isso, é mais do que evidente que não continuarei no activo, não aceitarei “a esmola” dos 750€. Gostaria de ser reconhecida pelo trabalho que desenvolvi e compensada pelo tempo TODO que trabalhei. Há formas de o fazer (redução no tempo para aposentação, compensação monetária, aumento do vencimento, …), basta querer, basta haver vontade e criatividade políticas.

Ao longo destes anos “vivi” em várias escolas, pelo país. Uma, lembrarei para sempre como a minha “segunda casa”. Nela cresci, amadureci e me apaixonei pelo meu/nosso poeta, Al Berto.

Leccionei várias disciplinas/áreas disciplinares (francês, técnicas de tradução de francês, português, área de projecto, estudo acompanhado, educação cívica e LLED) e desempenhei muitas funções e vários cargos. Uns mais fáceis, outros bem menos, uns mais divertidos, outros nem tanto, mas desempenhei-os sempre com sentido de responsabilidade e muito empenho. Errei como todo o ser humano, mas dei sempre o meu melhor.

Ao longo destes anos conheci, lidei e convivi com muitas, muitas pessoas: alunos, professores, técnicos especializados, assistentes técnicos, assistentes operacionais, pais e encarregados de educação, entre outras de diversas instituições, profissões, parcerias…

No meu coração guardo muitas, muitas mesmo, que não citarei, como compreenderão. Nesta minha travessia houve, e ainda há, pessoas maravilhosas com quem aprendi, diariamente; com quem partilhei conhecimentos, ensinamentos, gargalhadas, sorrisos, tristezas, desabafos, abraços, fotografias, livros, leituras, muitas leituras, …; com quem continuarei a aprender e a partilhar…

A TODAS o meu ENORME agradecimento e carinho.
Saberei manter vivas as boas memórias. As outras, já as abandonei pelo caminho.

Até breve… vou continuar por aí… ao contrário de José Régio, sei por onde vou…

A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei para onde vou,
Não sei para onde vou
—Sei que não vou por aí! (Régio)

GR


20 janeiro, 2025

Olhares sobre Al Berto | desafio de escrita

 Premissas: 



11.01.2024                                                                                      Sines 


O mar está cor de chumbo. Os barcos ondulam silenciosamente. Eu, sentada no muro da praia, afundo-me em pensamentos e, maquinalmente, acompanho o voo triste de uma gaivota. Também ela sofre com a ausência do sol reflectido no mar intenso.
Seguro o olhar vazio no ponto branco que se afasta. Retenho as lágrimas que contrariam o desconcerto do riso que, subitamente, me assola.
Permaneço (in)quieta perante a (in)certeza do (a)mar. 

GR






26 novembro, 2024

Escrevo para...

 



Tal como Al Berto, eu também não escrevo para seduzir...

Escrevo para me aquietar do desassossego que, de quando em vez, me invade, tal uma planta sugadora e me mergulha numa solidão devastadora.

Mas como a larva que se transforma em borboleta, procuro o mar para nele recuperar o fôlego necessário à transformação. 

É na longa contemplação do azul intenso que resgato dúvidas, fortaleço certezas e adquiro a plenitude que me permite, no silêncio de uma folha branca, escrever as palavras certas que resvalam na noite insone.

GR

28 outubro, 2024

A face por trás da máscara

                                                      Foto retirada da Internet, do filme Joker: 
https://disparada.com.br/coringa-otimo-filme-mediano/
 



Desilusão.
Enorme desilusão.

Levo muito tempo a assumir que o relacionamento que tenho com uma pessoa se possa tornar numa verdadeira e sincera amizade. Dou-me bem com a maioria das pessoas com quem privo, quer pessoal quer profissionalmente. Mas quando se coloca a possibilidade de ter um/a amigo/a, fico ali num limbo e não avanço com confiança porque temo a desilusão de não ser correspondida. Torno-me exigente, crio parâmetros elevados e fico atenta aos mínimos pormenores. Este meu carácter vai-se agravando com a idade, no sentido em que vou afunilando as características que exijo para aceitar e retribuir a amizade de alguém.

Esta minha maneira de ser implica que tenha poucos amigos. Mas os que tenho, posso garantir que o são mesmo.

Apesar de todo o meu cuidado (exagerado, dir-me-ão), vou tendo algumas decepções. E, recentemente, esbarrei numa enorme.
No início, parece que adivinhava, foi um percurso difícil de aproximação, de aceitação da amizade. Não foi uma “amizade “ à primeira vista. Como quase sempre, criei as minhas barreiras e duvidei de algumas palavras, de algumas atitudes. Porque, como diz Saramago, “Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.” E, quando o que somos, é nutrido por algum aparente fingimento, a dúvida instala-se.
Hoje, entendo que essas minhas hesitações iniciais eram óbvias e que devia ter seguido a minha intuição. Ainda me pergunto como, com tanto cuidado que tenho, me deixei envolver e intuí que podia ser uma amizade sincera e recíproca.
Eu, fui ingénua, mas sincera. Acreditei nas palavras, não cudei nos sinais que ia detectando em pequenas acções, em algumas atitudes e que me lembro de ter questionado.
Fui considerada amiga enquanto deu jeito, enquanto havia proveito.
Lamento a desonestidade. Repugno a hipocrisia. Vivi tempos de inquietação, de incompreensão. Perguntar-me-ão se, por perder um/a amigo/a, vale a pena tanto desassossego. Sim, vale, porque, como já o referi, quando escolho ser “amiga” é porque acredito que é um ganho. Mas, desta vez, enganei-me e, recorro a uma citação de Bukowski que, talvez, clarifique o meu falhanço: “Para você, eu era um capítulo. Para mim, você era o livro”. Valorizei em demasia a relação de amizade. 

Passado cerca de um ano, o tempo curou a revolta, amansou a inquietação, mas a tristeza do engano ainda permanece.

Eu sei que “Uma andorinha não faz a Primavera”, mas a vida ensina-me a não colocar as expectativas muito elevadas, a duvidar, a agir com precaução. As pessoas desiludem-me cada vez mais e, isto, é tão válido nas amizades, como nas relações profissionais. As virtudes e os valores humanos estão em défice. 

GR


13 outubro, 2024

Desafio de escrita criativa lançado por João Pinto Coelho

 


Querem um desafio a sério? Então leiam até ao fim:

Há uns dias, vi esta mulher numa praia às moscas. Chegou cedo ao areal, não se despiu, sentou-se, olhou para o mar e começou a escrever.
Para um romancista, o voyeurismo é tão irresistível como as leituras vorazes, por isso, expondo-me aos vosso insulto, fotografei-a às escondidas.
Usei zoom para os pormenores, preservo-lhe o anonimato.
Vejam a sequência das imagens, uma sequência que se repetiu pela manhã fora:
1 - escreve,
2 - olha demoradamente sei lá para onde,
3 - volta a escrever, olha em frente. (o que a detém? Será sintaxe? Será paixão?)
... e por aí adiante.

Quem é ela?
Para quem escreve?
O que escreve?
Uma carta de amor? de despedida? Com o que sei desta mulher, pode não passar de uma lista do supermercado.
Mas não vos apetece propor outra coisa? Não vos apetece escrever um conto?
Se não vos parecer irresistível, por favor, nem tentem. Será sempre coisa pequena, 1500 palavras, no máximo.
Não sei se precisam de detalhes para a vossa história, mas ela escreve a lápis numa folha azul. E pousa-a num romance…  ou será num livro de poemas?
E se for num livro de poemas, será provável que um deles, se calhar o de abertura, lhe seja dirigido?
Já adivinharam até onde podem ir com quatro fotografias?

Escrevam, partilhem com quem goste de escrever, mandem-me o que fizeram e, se quiserem, publico-o na minha página.

_____________



O resultado:


O mar. Sempre o mar

Era cedo. O sol ainda se escondia para além das nuvens. O mar, no seu vai e vem, cortava o silêncio de uma praia ainda vazia, ou quase.

A mulher chegou num passo decidido, estendeu a toalha, descalçou as sandálias e sentou-se. Repentinamente, tirou do saco um livro e abriu-o para retirar as folhas azuis que lá se encontravam. Com um lápis escreveu, riscou o que escrevera, olhou para o horizonte como se ensaiasse as palavras que ia escrever, respirou profundamente, debruçou-se sobre as folhas e escreveu. Escreveu durante uns longos minutos. Riscou, mirou de novo o mar, e voltou a escrever. Pressentia-se a urgência da escrita.

Maria já antes tinha tentado resgatar no papel as emoções de um longo fim-de-semana passado a dois. O sorriso de M. veio quebrar a monotonia de uma vida arrumada, há muito sem surpresas. Foram três dias de companheirismo, de risadas, de sol, de mar, de desejos saciados. Três dias que passaram num ápice e, provavelmente, sem repetição. M. habitava noutro lugar.

Sentia necessidade de transpor para o papel tudo o que viveu. Pareceu-lhe a única maneira fiável de manter viva essa memória e, quem sabe, um dia, talvez ousasse enviar uma cópia a M.

Em casa, no pouco tempo livre que dispunha, tentou fazê-lo mas faltava-lhe a concentração, achava ela. Desculpou-se com o barulho do autoclismo do vizinho ao lado, com a música do adolescente do piso inferior, com a agitação da rua, com o cansaço do dia de trabalho. O papel permanecia virgem, não era capaz de expressar o que sentira, o que vivera.

Certo dia, levantou-se cedo, não tinha obrigações definidas. Procurou o livro que andava a ler, Mãe, Doce Mar. Há vários dias que não lhe pegava. A cabeça andava desarrumada, as palavras que aí se emaranhavam eram outras. Olhou de novo para a capa do livro e esboçou um sorriso. Pegou nele, colocou no interior as folhas azuis e saiu apressada e convictamente. Como não pensara nisso antes.

Sentada na praia ainda pouco movimentada, as frases que em casa lhe faltaram, surgiram, primeiro, impetuosas e atabalhoadas. Depois, as palavras alinharam-se com as emoções e foi construindo uma história, a sua, que espelhava os momentos vividos e partilhados naquele engate de verão.

Quando pensou ter concluído, satisfeita e orgulhosa, olhou em redor, calmamente e avistou um casal deitado lado a lado. Pensou em M. e gostaria que fossem eles, ali, a saborear o sol ainda fraco àquela hora da manhã. Retirou o olhar e o pensamento e viu, mais atrás, um homem sentado numa toalha com uma máquina fotográfica na mão. Se tivesse olhado mais atentamente, talvez, reconhecesse o autor do livro que tinha no colo e que lhe insinuou o caminho. Um homem hábil nas palavras e caçador de instantes, que lhe captou alguns gestos que mais, tarde, serviriam para uma proposta de desafio de escrita ou, quem sabe, para um novo romance.

Desviou o olhar para o areal e para as ondas que aí se desfaziam suavemente. Respirou a tranquilidade do mar e regressou ao seu texto. Escreveu mais umas linhas, melhorou algumas frases, substituiu algumas palavras. Sorriu aliviada. Perdeu-se nas memórias ainda vivas e alimentou-as com novos ingredientes. Os sonhos eram seus. Ninguém lhos poderia roubar nem mesmo condenar. A sua vida, a partir de agora, alimentar-se-ia de uma nova vitamina. O amor.

Levantou-se e passeou no areal, mesmo junto ao mar, como se acariciasse a espuma das ondas desfeitas, num agradecimento. Demorou-se na sua quietude.

Quando regressou à toalha, pegou no saco, calçou as sandálias e retornou a casa. Tomou um banho, escolheu um vestido alegre e saiu.
Na rua, o sol, agora brilhante, acariciou-lhe o rosto.


30 de Agosto de 2024
GR

30 julho, 2024

Haiku | escrita criativa

 





𝘌𝘮 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘥𝘦 𝘮𝘢𝘳
𝘗𝘢𝘳𝘵𝘪𝘭𝘩𝘢 𝘭𝘪𝘷𝘳𝘰𝘴, 𝘴𝘰𝘳𝘳𝘪𝘴𝘰𝘴
𝘕𝘰 𝘢𝘻𝘶𝘭 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘯𝘴𝘰




25 julho, 2024

𝓪𝓼 𝓬𝓪𝓼𝓪𝓼 das Bibliotecárias

 

       
 


Ontem, dia 24 de julho,
   𝘌𝘮 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢 𝘥𝘦 𝘮𝘢𝘳
  𝘗𝘢𝘳𝘵𝘪𝘭𝘩𝘢 𝘭𝘪𝘷𝘳𝘰𝘴, 𝘴𝘰𝘳𝘳𝘪𝘴𝘰𝘴
  𝘕𝘰 𝘢𝘻𝘶𝘭 𝘪𝘯𝘵𝘦𝘯𝘴𝘰
coube-me a mim receber a equipa interconcelhia das bibliotecas escolares do Alentejo Litoral que acolheu duas novas colegas. Como era o último encontro deste ano letivo preparei um desafio disfarçado de miminho. Inspirei-me em dois livros maravilhosos - 𝓐𝓼 𝓖𝓪𝓵𝓸𝓬𝓱𝓪𝓼 𝓥𝓮𝓻𝓶𝓮𝓵𝓱𝓪𝓼, de Pedro Seromenho e 𝓪𝓼 𝓬𝓪𝓼𝓪𝓼 𝓭𝓪𝓼 𝓬𝓸𝓲𝓼𝓪𝓼, de João Pedro Mésseder, ambos ilustrados magistralmente por Rachel Caiano.

O encontro iniciou com a visita à exposição Thalassa! Thalassa! O Mar e o Mediterrâneo na obra de Sophia patente no piso -1 no Centro de Artes de Sines.
Depois, subimos ao piso 2 e descobrimos 𝓪 𝓬𝓪𝓼𝓪 da hora do conto, espaço lindo e convidativo, onde a nossa (sim, a nossa... vá! de todos) Cristina Fernandes encanta, com as suas leituras, as crianças de Sines. (Bem hajam Cristina e Liliana Rodrigues

Aí, e antes da ordem de trabalhos, convidei as colegas a descobrir 𝓪 𝓬𝓪𝓼𝓪 de papel que lhes ofereci. Um origami poético com desenhos e palavras que continha o tal desafio disfarçado de miminho, ou seja, uma tarefa de escrita criativa (sou mesmo chata, não sou! onde já se viu atribuir uma tarefa de férias!) Prometo divulgar em setembro/outubro o resultado.
De seguida, inspirada pelo espaço encantador e também imbuída no espírito das músicas do mundo, a nossa colega Fátima Nunes partilhou a leitura do último capítulo do livro Í𝒏𝒅𝒊𝒂, 𝒂 𝑷𝒓𝒊𝒏𝒄𝒆𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝑴𝒂𝒓.

Depois destes momentos criativos, e enquanto degustávamos umas deliciosas cerejas e uvas, a nossa coordenadora Lucinda Simoes divulgou algumas informações pertinentes e as prioridades para as bibliotecas escolares para o ano letivo 2024/2025. Não as vou divulgar aqui, mas deslumbramos já muito Engenho e Arte.

No final, por entre trocas de souvenirs, de discursos, de abraços, de sorrisos, de uma ou outra lagrimazita, despedimo-nos da colega Rosa S B Martins que finda as suas funções como bibliotecária escolar.

Pelas12h15 mudámos de 𝓬𝓪𝓼𝓪 e dirigimo-nos para outra, A Palmeira (nome sugestivo que nos faz sonhar com as férias já bem merecidas). Foi um bom repasto! Tempo para degustar, conversar, lembrar histórias divertidas de roupa esquecida, de personagens desencontradas ... e sorrir e gargalhar.

A tarde terminou para algumas em reuniões (trabalho oblige) e para outras em passeio pelas ruas movimentadas e festivas em modo FMM.
Despeço-me até setembro! Desejo-vos boas leituras e umas boas férias se possível com galochas vermelhas.
 
Nota: a tarefa de férias consiste em escolher 𝓐 𝓬𝓪𝓼𝓪 ... e dar uma definição poética. Eu escolhi as galochas, como é óbvio.

𝓐 𝓬𝓪𝓼𝓪 𝓭𝓪𝓼 𝓰𝓪𝓵𝓸𝓬𝓱𝓪𝓼
𝘈𝘣𝘳𝘪𝘨𝘢 𝘰𝘴 𝘱é𝘴 𝘥𝘢 𝘤𝘩𝘶𝘷𝘢 𝘦 𝘢𝘥𝘰𝘳𝘢 𝘴𝘢𝘭𝘵𝘪𝘵𝘢𝘳 𝘯𝘢𝘴 𝘱𝘰ç𝘢𝘴 𝘥𝘦 á𝘨𝘶𝘢.
𝘘𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘷𝘦𝘳𝘮𝘦𝘭𝘩𝘢𝘴, 𝘴ã𝘰 𝘤𝘰𝘳 𝘥𝘰 𝘢𝘮𝘰𝘳.

GR