Foto criada por IA - Copilot | 9.05.2025
GR
Neste espaço pretende-se divulgar actividades culturais/educativas/lúdicas ou simplesmente participar, partilhar opiniões, leituras, viajar...
Foto criada por IA - Copilot | 9.05.2025
GR
Premissas:
Tal como Al Berto, eu também não escrevo para seduzir...
Claude Monet | Impression, Soleil levant (Impressão, nascer do sol) | 1872
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
No dia-a-dia presente
As palavras fluem no caderno branco
Os sorrisos vivem esbranquiçados
As flores perfumam os caminhos
Pequenos gestos serenam meu peito
A magia da confiança germina lentamente.
Mudam-se os tempos, mudam-se as afinidades
Na distância instalada
A tinta escasseia na página branca
Os dias acompanham os contornos da lua
Os silêncios atormentam o cansaço
O mar salpica memórias
A saudade esbate-se implacavelmente.
Nos tempos mudados
Permanece a ausência
Os dias longos, tristes
de escuridão
Procuro pequenos gestos
de cumplicidade
Moro na página branca
da incompreensão
A melancolia habita-me.
GR
Cumprimento todos os presentes.
Quero agradecer o convite formulado
pela Ana Zorrinho para estar ao seu lado nesta iniciativa de partilhar palavras
poéticas.
Quero congratular a Liliana Rodrigues
e os elementos da sua equipa por nos proporcionarem este momento e este espaço
maravilhoso. É tão bom falar de poesia num ambiente de fotografias de mulheres
com livros.
É um prazer enorme assinalar o Dia Internacional da Mulher partilhando convosco as palavras escritas e ditas pela Ana Zorrinho. Ela sabe que é verdade.
Este dia, 8 de março de 2024, é
duplamente importante porque celebramos os 50 anos do dia “em que emergimos da
noite e do silêncio” como o imortalizou Sophia de Mello Breyner no seu poema 25
de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
e porque estamos a dois dias de exercer um acto cívico e democrático (direito conquistado pelas mulheres).
Acabámos de ouvir publicamente uma jovem, a Catarina, a tocar violino e uma mulher a ler a poesia que escreveu. Em 1943, no boletim mensal da Mocidade Portuguesa Feminina, publicava-se o seguinte texto (apud A Boneca Despida, Paulo M. Morais)
"Queridas raparigas! Sede boas, sensatas, alegres, dedicadas, esquecidas de vós mesmas e sereis mulheres superiores, sem pretender rivalizar em tolas superioridades com os homens, o que nada vos engrandece, antes diminui! Cada um deve ocupar o seu lugar - aquele que a Providência lhe marcou. E o vosso, como rainhas do lar, é o mais belo."
A partir de dois versos de Al Berto escrever uma carta :
ah meu amigo
demoraste tanto a voltar dessa viagem
in Uma existência de papel - Poema 5 "Eremitério"
Premissas:
- escrever à mão com letra bem desenhada, numa folha de papel personalizada;
- iniciar a carta com os dois versos indicados;
- usar, no corpo da carta, as seguintes palavras: luz, papel, tinta, terra, mar, coração
Eis a minha carta:
Sines, 11 Janeiro 2024
Ah meu amigo
demoraste tanto a voltar dessa viagem...
Como te esperei ansiosa e desesperadamente !
A saudade atormentava-me o coração e ofuscava a luz radiante do sol que aquecia a terra e se espelhava no mar, único confidente do meu desassossego.
Agora que te tenho finalmente comigo, afasto a melancolia e recupero o ensejo de preencher a folha de papel que há muito esperava a tinta que lhe daria algum sentido.
Promete que não voltas a partir...
Preciso de ti. Aqui. Sempre.
Só contigo saberei justificar a minha existência de papel.
Teu amigo,
GR
Hoje, escrevi intensamente!
Encontrei-me estranhamente envolvida, agitada, alegre em mitigar, raivosamente, esta ansiedade e este ensejo obstinado ou urgente em me entregar!
Texto criado em formação com DC em 11|10|2022
Criador de imagens do Bing
Baseado no poema "Possibilidades", integrado na obra Paisagem com Areia, de Wislawa Szymborska (pp.250 e 260), criei e o meu "Possibilidades"
Prefiro café sem açúcar.
Prefiro o livro ao filme.
Prefiro o vermelho e o preto.
Prefiro ler nos tempos livres.
Prefiro sonhar acordada porque me invento.
Prefiro José Saramago a António Lobo Antunes, apenas uma questão de preferência, nada de embirração.
Prefiro o silêncio que me constrói.
Prefiro a paz.
Prefiro ouvir.
Prefiro que não me digam "Não te ofereço mais livros porque já tens muitos.".
Prefiro livros bons.
Prefiro a amizade honesta, os amigos que nada prometem e que marcam presença sempre que a tristeza se impõe.
Prefiro o afastamento à incerteza da relação de amizade, de amor,...
Prefiro a humildade à vaidade de tantos "ilustres" - felizmente não são imortais.
Prefiro a tranquilidade à inquietação e ao desassossego.
Prefiro a verdade mesmo que sofrida.
Prefiro palavras livres e perfumadas.
Prefiro o ridículo de escrever ao ridículo de não escrever. Mesmo que seja só para mim.
Prefiro cartas (de amor) ridículas.
Prefiro flâner junto ao mar porque me oferece uma visão sublime.
Prefiro deixar-me deslumbrar pelas palavras.
Prefiro a travessia segura do tempo.
Prefiro que o Natal seja quando o homem quiser.
Prefiro bla bla bla.
Início: "Às oito horas, quando o despertador tocou, Catarina estava acordada há várias horas. pela primeira vez, em muitos anos, tinha atravessado uma noite inteira sozinha na cama."
No texto incluir duas das quatro frases:
- "O silêncio dos últimos meses parecia mais intenso que nunca."
- "No lava-loiça os pratos sujos tinham-se acumulado."
- "as fotografias dispostas na cómoda fizeram-na sorrir."
- "Experimentou três vestidos até encontrar aquele mais adequado à situação."
Final - escolher um dos dois facultados):
- "Quando por fim se sentou ao volante do carro, apercebeu-se de que estava a chorar."
- "Na rua o calor do sol encheu-lhe o rosto."
Texto