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27 dezembro, 2023

Nobel da Literatura | 1921 - 1940

 




1921 - Anatole France (1844–1924) | França | Romance, Poesia

“Em reconhecimento pelas suas brilhantes realizações literárias, caracterizadas como são por uma nobreza de estilo, uma profunda simpatia humana, graça e um verdadeiro temperamento gaulês”


1922 - Jacinto Benavente (1866–1954) | Espanha | Drama

“Pela forma feliz com que deu continuidade às ilustres tradições do drama espanhol”


1923 - William Butler Yeats (1865–1939) | Irlanda | Poesia

“Pela sua poesia sempre inspirada, que de uma forma altamente artística dá expressão ao espírito de toda uma nação”


1924 - Wladyslaw Stanislaw Reymont (1867–1925) | Polónia | Romance

“Pelo seu grande épico nacional, Os Camponeses ”


1925 - George Bernard Shaw (1856–1950) | Irlanda | Crítica literária, Drama

“Pela sua obra marcada pelo idealismo e pela humanidade, sendo a sua sátira estimulante muitas vezes impregnada de uma beleza poética singular”


1926 - Grazia Deledda (1871–1936) | Itália | Poesia, Romance

“Pelos seus escritos de inspiração idealista que retratam com clareza plástica a vida na sua ilha natal e com profundidade e simpatia lidam com os problemas humanos em geral”


1927 - Henri Bergson (1859–1941) | França | Filosofia

“Em reconhecimento pelas suas ideias ricas e vitalizantes e à brilhante habilidade com que foram apresentadas”


1928 - Sigrid Undset (1882–1949) | Noruega | Romance

“Principalmente pelas suas poderosas descrições da vida do Norte durante a Idade Média”


1929 - Thomas Mann (1875–1955) | Alemanha | Romance, Conto, Ensaio

“Principalmente pelo seu grande romance, Buddenbrooks , que ganhou reconhecimento cada vez maior como uma das obras clássicas da literatura contemporânea”


1930 - Sinclair Lewis (1885–1951) | Estados Unidos | Romance, Conto, Drama

“Pela sua vigorosa e gráfica arte de descrição e pela sua capacidade de criar, com sagacidade e humor, novos tipos de personagens”


1931 - Erik Axel Karlfeldt (1864–1931) | Suécia | Poesia

"A poesia de Erik Axel Karlfeldt"


1932 - John Galsworthy (1867–1933) | reino Unido | Romance

“Pela sua distinta arte de narrar que assume a sua forma mais elevada em The Forsyte Saga ”


1933 - Ivan Alekseyevich Bunin (1870–1953) | União Soviética | Conto, Romance, Poesia

“Pela arte estrita com a qual ele continuou as tradições clássicas russas na escrita em prosa”


1934 - Luigi Pirandello (1867–1936) | Itália | Drama, Romance, Conto

“Pelo seu renascimento ousado e engenhoso da arte dramática e cênica”


1935

Nenhum Prémio Nobel foi concedido este ano.


1936 - Eugene Gladstone O'Neill (1888–1953) | estados Unidos | Drama

“Pelo poder, honestidade e emoções profundas de suas obras dramáticas, que incorporam um conceito original de tragédia”


1937 - Roger Martin du Gard (1881–1958) | França | Romance

“Pelo poder artístico e verdade com que retratou o conflito humano, bem como alguns aspectos fundamentais da vida contemporânea em seu ciclo de romances Les Thibault 


1938 - Pearl Buck (1892–1973) | Estados Unidos | Romance, Biografia

“Pelas suas descrições ricas e verdadeiramente épicas da vida camponesa na China e pelas suas obras-primas biográficas”


1939 - Frans Eemil Sillanpää (1888–1964) | Finlândia | Romance

“Pela sua profunda compreensão dos camponeses do seu país e da arte requintada com que retratou o seu modo de vida e a sua relação com a Natureza”

1940 -

O Prémio Nobel de Literatura foi suspenso entre 1940 e 1943





13 novembro, 2021

𝑨 𝑴ã𝒆, de Pearl S. Buck


Autor: Pearl S. Buck
Tradutor: Isabel Risques
Título: A Mãe
N.º de páginas: 255
Editora: D. Quixote
2.ª Edição: Março 2021
Classificação: Romance
N.º de Registo: (3285)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐


A Mãe, de Pearl S. Buck transporta-nos para a China rural e pobre, onde os habitantes da aldeia vivem da terra arrendada a um proprietário a quem entregam a maior parte dos bens que produzem.
Como facilmente se depreende do título, a Mãe, personagem-tipo, é a protagonista da narrativa. Casada, com três filhos, dois rapazes e uma rapariga. Cuida exemplarmente da sua família e da sogra que também vive lá em casa. Toma conta da casa e acompanha o marido na lavoura das terras e na colheita dos produtos. Dá-se bem com a vizinhança e é respeitada por todos. É feliz, ama a sua família apesar da vida miserável e de trabalho que leva.
Até que um dia tudo muda, e esta mãe vai passar por grandes dificuldades. Para não ser desconsiderada pelos outros, e manter a sua honra, forja artimanhas para dar entender que o marido não a abandonou, mas que partiu à procura de trabalho. A partir de então, a Mãe tudo faz para manter a família unida e dedica-se ao trabalho árduo do campo para sobreviverem. Com os filhos pequenos, um ainda de peito, e uma sogra incapacitada, é sobre ela que tudo recai, é ela que tudo gere sem um queixume, sem uma renúncia. Com dignidade e muita coragem vai ultrapassando algumas das dificuldades, mas a sua vida vai-se complicando e vai passar por várias provações.
Neste romance, percebemos o papel secundário da mulher na China sendo por isso o filho homem o mais desejado.
“Há muitas raparigas naquela aldeia, porque ali nunca as matam, como fazem em algumas cidades quando nascem raparigas.” (p. 169)
É a ela que cabe a educação dos filhos, a manutenção da casa, da roupa, o cuidar dos sogros (no casamento é a mulher que sai de casa para ir viver com a família do marido) e, ainda, acompanhar o marido no trabalho da terra.

Gostei da escrita simples e direta, subtil, por vezes, e esclarecedora quanto às tradições do povo chinês.
Apesar de a personagem ter uma vida miserável, de sacrifício, de trabalho, fustigada pela dor, pela injustiça, pela maldição, é uma história comovente porque nela predomina o amor de uma mãe e no final, há um grito de esperança.