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27 janeiro, 2024

Campo de concentração, de António Gedeão

 


Teus olhos, aves que poisas
sobre as amarguras do mundo,
e que bebem até ao fundo das coisas
como se as coisas não tivessem fundo;
teus olhos, de asas bem abertas,
povoaram de voos o claustro do meu rosto,
e interrogaram as sombras, as sombras sempre despertas
deste sono pressuposto

Vai-te. Não interrogues nada que eu não sei dizer-te nada.
Isto, e isso, e aquilo, não é isso, não é aquilo nem isto.
Não é nada.
Ou talvez não seja nada.
Ou talvez só seja isto:
um pavor de madrugada,
um mal que se chama existo.


Um poema de António Gedeão



19 novembro, 2023

𝑨 𝒄𝒂𝒔𝒂 𝒗𝒂𝒛𝒊𝒂, de Claude Gutman

 


Autor: Claude Gutman
Título: A casa vazia
Tradutora: Joana Caspurro
N.º de páginas: 85
Editora: Ambar
Edição: Março 2001
Classificação: Novela 
N.º de Registo: (BE)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


Descobri A casa vazia na biblioteca da minha escola. De vez em quando encontro pequenas pérolas arrumadas nas prateleiras, apertadas por outros de maiores dimensões e, nem sempre, tão fascinantes.

Gostei muito. É uma história pungente, sensível, narrada pelo pequeno David que desde cedo aprende “que a guerra é uma grande porcaria. A pior de todas as porcarias.” (p. 10)

Nas 85 páginas que compõem o enredo, há poucas explicações. O leitor, conhecedor deste período negro da nossa História, terá de intuir o que aconteceu no não-dito, nas inúmeras elipses, nas analepses, nas emoções do narrador, na raiva e na dor expressas. Sentimo-nos impotentes perante tanta revolta, perante a urgência da escrita, da revelação dos factos. Resta-nos respirar… absorver as palavras… calar e sofrer perante o mal.

Tal como o autor regista a necessidade de escrever, de contar o que aconteceu. É também urgente que se leia. Já não com o propósito “para que não se repita”, pois infelizmente a História está a repetir-se. Com a mesma violência, com a mesma incompreensão. Não aprendemos nada com os erros do passado!
“ Temos que estar armados para a vida, e não apenas com pistolas e metralhadoras. A palavra é uma arma igualmente terrível contra os exploradores…” (p. 75)

Recomendo muito a leitura deste primeiro livro. Há uma continuação que vou tentar descobrir.



27 janeiro, 2020

Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto




O DEVER DE LEMBRAR AUSCHWITZ


"Amanhã fico triste,
Amanhã.
Hoje não.
Hoje fico alegre.
E todos os dias,
por mais amargos que sejam,
Eu digo:
Amanhã fico triste,
Hoje não.
Para Hoje e todos os outros dias!!"
(Encontrado na parede de 1 dormitório de crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz.)