Neste espaço pretende-se divulgar actividades culturais/educativas/lúdicas ou simplesmente participar, partilhar opiniões, leituras, viajar...
08 março, 2025
05 março, 2025
𝑵𝒂𝒔 𝑻𝒖𝒂𝒔 𝑴ã𝒐𝒔, de Inês Pedrosa
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
03 março, 2025
Vencedores dos Óscares 2025
O Brutalista, vencedor nas nomeações, ficou com três troféus.
Premiados:
Melhor Filme — Anora, de Sean S. Baker
Melhor Realização — Sean S. Baker (Anora)
Melhor Atriz — Mikey Madison (Anora)
Melhor Ator — Adrien Brody (O Brutalista)
Melhor Atriz Secundária — Zoë Saldaña (Emilia Pérez)
Melhor Ator Secundário — Kieran Culkin (A Verdadeira Dor)
Melhor Filme de Animação — Flow - À Deriva, de Gints Zilbalodis, Matīss Kaža, Ron Dyens,
Melhor Documentário — No Other Land, de Yuval Abraham, Basel Adra, Rachel Szor, ...
Melhor Curta-Metragem Documental — The Only Girl in the Orchestra, de Lisa Remington, Molly O'Brien
Melhor Argumento Original — Anora, de Sean S. Baker
Melhor Montagem — Anora, de Sean S. Baker
Melhor Fotografia — O Brutalista, de Lol Crawley
01 março, 2025
28 fevereiro, 2025
𝑷𝒐𝒅𝒆 𝑼𝒎 𝑫𝒆𝒔𝒆𝒋𝒐 𝑰𝒎𝒆𝒏𝒔𝒐, de Frederico Lourenço
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
27 fevereiro, 2025
Pode um desejo intenso | Camões
Pode um desejo imenso
Arder no peito tanto,
Que à branda e à viva alma o fogo intenso
Lhe gaste as nódoas do terreno manto,
E purifique em tanta alteza o espírito
Com olhos imortais
Que faz que leia mais do que vê escrito.
Que a flama que se acende
Alto, tanto alumia
Que, se o nobre desejo ao bem se estende
Que nunca viu, o sente claro dia;
E lá vê do que busca o natural,
A graça, a viva cor,
Noutra espécie melhor que a corporal.
Pois vós, ó claro exemplo
De viva fermosura,
Que de tão longe cá noto e contemplo
Na alma, que este desejo sobe e apura;
Não creiais que não vejo aquela imagem
Que as gentes nunca vêm,
Se de humanos não têm muita vantagem.
Que, se os olhos ausentes
Não vêm a compassada
Proporção, que das cores excelentes
De pureza e vergonha é variada;
Da qual a Poesia, que cantou
Até aqui só pinturas,
Com mortais fermosuras igualou;
Se não vêm os cabelos
Que o vulgo chama de ouro,
E se não vêm os claros olhos belos,
De quem cantam que são do Sol tesouro;
E se não vêm do rosto as excelências,
A quem dirão que deve
Rosa e cristal e neve as aparências;
Vêm logo a graça pura
A luz alta e severa
Que é raio da Divina fermosura,
Que na alma imprime e fora reverbera,
Assim como cristal do Sol ferido,
Que por fora derrama
A recebida flama, esclarecido.
E vêm a gravidade
Co'a viva alegria
Que misturada tem, de qualidade
Que da outra nunca se desvia;
Nem deixa ua de ser arreceada,
Por leda e por suave,
Nem outra, por ser grave, muito amada.
E vêm do honesto siso
Os altos resplandores
Temperados co'o doce e ledo riso,
A cujo abrir abrem no campo as flores;
As palavras discretas e suaves,
Das quais o movimento
Fará deter o vento e as altas aves;
Dos olhos o virar
Que torna tudo raso,
Do qual não sabe o engenho divisar
Se foi por artifício, ou feito a caso;
Da presença os meneios e a postura,
O andar e o mover-se,
Donde pode aprender-se fermosura.
Aquele não sei quê,
Que aspira não sei como,
Que, invisível saindo, a vista o vê,
Mas pera o compreender não acha tomo;
O qual toda a toscana poesia,
Que mais Febo restaura,
Em Beatriz nem em Laura nunca via;
Em vós a nossa idade,
Senhora, o pode ver,
Se engenho, e ciência, e habilidade
Igual à fermosura vossa der,
Como eu vi no meu longo apartamento,
Qual em ausência a vejo.
Tais asas dá o desejo ao pensamento!
Pois se o desejo afina
Ua alma acesa tanto
Que por vós use as partes de divina,
Por vós levantarei não visto canto,
Que o Bétis me ouça e o Tibre me levante;
Que o nosso claro Tejo
Envolto um pouco o vejo e dissonante.
O campo não o esmaltam
Flores, mas só abrolhos
O fazem feio; e cuido que lhe faltam
Ouvidos pera mim, pera vós olhos.
Mas faça o que quiser o vil costume;
Que o Sol, que em vós está,
Na escuridão dará mais claro lume.
21 fevereiro, 2025
𝑶 𝑺𝒆𝒈𝒓𝒆𝒅𝒐 𝒅𝒐 𝑩𝒐𝒔𝒒𝒖𝒆 𝑽𝒆𝒍𝒉𝒐 , de Dino Buzzati
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
18 fevereiro, 2025
Dias simples e emotivos
17 fevereiro, 2025
𝑵𝒐𝒊𝒕𝒆, de Elie Wiesel
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐
14 fevereiro, 2025
Dia de São Valentim
No ano em que se celebram os 500 anos do aniversário de Luís Vaz de Camões, só podia assinalar esta data com um poema do poeta maior da Língua Portuguesa.
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
13 fevereiro, 2025
𝑶 𝑷𝒂𝒑𝒆𝒍 𝒅𝒆 𝑷𝒂𝒓𝒆𝒅𝒆 𝑨𝒎𝒂𝒓𝒆𝒍𝒐, de Charlotte Perkins Gilman
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
12 fevereiro, 2025
𝑶 𝑳𝒆𝒊𝒕𝒐𝒓, de Bernhard Schlink
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
08 fevereiro, 2025
Emoções
07 fevereiro, 2025
𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑺𝒆𝒏𝒉𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒆 𝑴𝒊𝒎, de Maria Teresa Horta
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐
05 fevereiro, 2025
À 𝑬𝒔𝒑𝒆𝒓𝒂 𝒅𝒂 𝑺𝒖𝒃𝒊𝒅𝒂 𝒅𝒂𝒔 Á𝒈𝒖𝒂𝒔, de Maryse Condé
Tradutora: Sandra Silva
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
03 fevereiro, 2025
A Complete Unknown, de James Mangold
01 fevereiro, 2025
Sei para onde vou ...
“Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam” (Saramago) e, assim, hoje, é o primeiro dia do resto da minha vida.
GR
31 janeiro, 2025
26 janeiro, 2025
𝑭𝒐𝒓𝒕𝒖𝒏𝒂, 𝑪𝒂𝒔𝒐, 𝑻𝒆𝒎𝒑𝒐 𝒆 𝑺𝒐𝒓𝒕𝒆, de Isabel Rio Novo
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐
25 janeiro, 2025
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles
Opinião:
23 janeiro, 2025
A Verdadeira Dor, de Jesse Eisenberg
20 janeiro, 2025
Olhares sobre Al Berto | desafio de escrita
Premissas:
19 janeiro, 2025
Eugénio de Andrade | Dia de aniversário (19.Jan. 1923)
Procuro a ternura súbita,
os olhos ou o sol por nascer
do tamanho do mundo,
o sangue que nenhuma espada viu,
o ar onde a respiração é doce,
um pássaro no bosque
com a forma de um grito de alegria.
Oh, a carícia da terra,
a juventude suspensa,
a fugidia voz da água entre o azul
do prado e de um corpo estendido.
Procuro-te: fruto ou nuvem ou música.
Chamo por ti, e o teu nome ilumina
as coisas mais simples:
o pão e a água,
a cama e a mesa,
os pequenos e dóceis animais,
onde também quero que chegue
o meu canto e a manhã de maio.
Um pássaro e um navio são a mesma coisa
quando te procuro de rosto cravado na luz.
Eu sei que há diferenças,
mas não quando se ama,
não quando apertamos contra o peito
uma flor ávida de orvalho.
Ter só dedos e dentes é muito triste:
dedos para amortalhar crianças,
dentes para roer a solidão,
enquanto o verão pinta de azul o céu
e o mar é devassado pelas estrelas.
Porém eu procuro-te.
Antes que a morte se aproxime, procuro-te.
Nas ruas, nos barcos, na cama,
com amor, com ódio, ao sol, à chuva,
de noite, de dia, triste, alegre - procuro-te.
13 janeiro, 2025
Falta-me tempo ...
deitado há muito tempo - o cigarro luzindo
como um olho de tigre vindo da noite e
lá fora
ainda se percebe a húmida incandescência das frésias
o rumor surdo de vozes pelo jardim onde
a florida macieira se recorta no intenso céu de verão.
mais além
o rouxinol a madressilva
a sebe de pilriteiros
a brisa de um mar invisível - aflora-te a boca
arde no coração
a memória álgida dos limos dos casinos das praias
saturadas de sal e de sedução
mas nada é perfeito - nem o magnífico chapéu
de mademoiselle de noailles nem os dias que
aos ziguezagues vão passando iguais e monótonos
falta-me o tempo para procurar o tempo perdido
e não estou deitado na recordação da infância
confesso
que odeio escrever cartas ou enviar recados
ando há uma semana arrumando livros - comovido
acabei agora mesmo de sacudir
o pequeno novelo de poeira acumulada
no interior das páginas do senhor da asma
por hoje é tudo
Al Berto
11 janeiro, 2025
Al Berto | Dia de aniversário (11.Jan.1948)
sente a resinadas árvores nos dedos, a língua enegrecida pelo desejo
lambe as ervas reclinadas dos campos, as coxas abertas da noite, o orvalho nasce-lhe da boca
qualquer coisa continua a explodir , amarinha-me pelo ventre
um astro de paredes frias por onde enfio o sexo... todos os buracos do texto se enchem de lava
são longos caminhos aveludados
o puto vomita, nenhum som na amanhã que aconteceu...,
a língua continua impregnada de ópio esquecido, sono das papoulas, madrugada de crianças geométricas
do outro lado da cidade, aquele onde não vivemos, tudo acordou normalmente
05 janeiro, 2025
𝑴á𝒒𝒖𝒊𝒏𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔, de Inês Meneses
Título: Máquina de Escrever Sentimentos
Ilustradora: Maria Inês
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
Este pequeno livro em número de páginas e em formato fez-me
companhia nos últimos dias do ano e nos dois primeiros deste novo. O dia 2 é,
para mim, um dia de memórias tristes e este livro funcionou como uma terapia,
como “uma cadeia mágica entre mães e filhas”, como escreveu a autora na sua
dedicatória. Vou guardá-lo na minha mesa-de-cabeceira porque é um livro sobre
emoções, sentimentos, memórias, saudades e descobertas ao qual voltarei sempre que a urgência
de carregar energias me desassossegar.