13 novembro, 2021

𝑨 𝑴ã𝒆, de Pearl S. Buck


Autor: Pearl S. Buck
Tradutor: Isabel Risques
Título: A Mãe
N.º de páginas: 255
Editora: D. Quixote
2.ª Edição: Março 2021
Classificação: Romance
N.º de Registo: (3285)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐


A Mãe, de Pearl S. Buck transporta-nos para a China rural e pobre, onde os habitantes da aldeia vivem da terra arrendada a um proprietário a quem entregam a maior parte dos bens que produzem.
Como facilmente se depreende do título, a Mãe, personagem-tipo, é a protagonista da narrativa. Casada, com três filhos, dois rapazes e uma rapariga. Cuida exemplarmente da sua família e da sogra que também vive lá em casa. Toma conta da casa e acompanha o marido na lavoura das terras e na colheita dos produtos. Dá-se bem com a vizinhança e é respeitada por todos. É feliz, ama a sua família apesar da vida miserável e de trabalho que leva.
Até que um dia tudo muda, e esta mãe vai passar por grandes dificuldades. Para não ser desconsiderada pelos outros, e manter a sua honra, forja artimanhas para dar entender que o marido não a abandonou, mas que partiu à procura de trabalho. A partir de então, a Mãe tudo faz para manter a família unida e dedica-se ao trabalho árduo do campo para sobreviverem. Com os filhos pequenos, um ainda de peito, e uma sogra incapacitada, é sobre ela que tudo recai, é ela que tudo gere sem um queixume, sem uma renúncia. Com dignidade e muita coragem vai ultrapassando algumas das dificuldades, mas a sua vida vai-se complicando e vai passar por várias provações.
Neste romance, percebemos o papel secundário da mulher na China sendo por isso o filho homem o mais desejado.
“Há muitas raparigas naquela aldeia, porque ali nunca as matam, como fazem em algumas cidades quando nascem raparigas.” (p. 169)
É a ela que cabe a educação dos filhos, a manutenção da casa, da roupa, o cuidar dos sogros (no casamento é a mulher que sai de casa para ir viver com a família do marido) e, ainda, acompanhar o marido no trabalho da terra.

Gostei da escrita simples e direta, subtil, por vezes, e esclarecedora quanto às tradições do povo chinês.
Apesar de a personagem ter uma vida miserável, de sacrifício, de trabalho, fustigada pela dor, pela injustiça, pela maldição, é uma história comovente porque nela predomina o amor de uma mãe e no final, há um grito de esperança.




Sem comentários:

Enviar um comentário