07 julho, 2024

Encontro Regional Ler, escrever e contar a LIBERDADE | 4 e 5 Junho | Évora



“Lembra-me um sonho lindo,…”diz a canção do Fausto. Também eu poderia iniciar assim o meu balanço dos dois dias do Encontro passados na bela e quente cidade alentejana.

Mas não foi um sonho! Foi concreto, foi vivido, foi sentido! Por isso, adapto o verso e inicio com “lembra-me um encontro lindo,…”, um Encontro de aprendizagem, de partilha de boas práticas, de livros, de escrita, de poesia, de contos e recontos, mas também de descoberta de arte, património, gastronomia, de encontros, de conversas, de abraços, de emoções, de LIBERDADE!

Neste Encontro, no auditório da DGEsTE, visionei pequenos vídeos fabulosos que versavam, de variadíssimas formas, sobre Abril, sobre a Liberdade, … elaborados por alunos das nossas escolas.

Neste Encontro, assisti a uma esclarecida e cativante “aula” de História proferida por Fernando Rosas, que para além de nos apresentar factos da Revolução dos cravos, lembrou-me (nos), que no “entardecer sombrio” que toda a Europa vive presentemente, é importante “recorrer à leitura, ao livro, para semear a liberdade”. Obviamente, que como leitora, continuarei a lançar sementes para que a liberdade perdure, inteira e limpa.

Neste Encontro, na Escola Secundária André de Gouveia, participei activamente no Workshop “Escritas em forma de Abril”, dinamizado pelo escritor João Pedro Mésseder. Foram três horas de deslumbramento pelas palavras ditas, lidas e escritas, pelas ilustrações, pelos livros e pelas partilhas. Foram três horas de palavras claras, leves, anoitecidas, livres, musicais, … em forma de Abril.
O calor cortou-me a inspiração, mas não a liberdade de escrever, pelo que partilho o haicai que criei:

Que nunca esqueças
a clara madrugada
de abril pintada


  

Ao entardecer, na companhia bem disposta e amiga de mais seis companheiros de luta, entenda-se, de bibliotecas escolares, deambulámos pelas ruas à descoberta do património, da gastronomia (que belo repasto!) e de uma temperatura abaixo dos 39.º. 

No dia seguinte, regressámos à escola secundária, e voltei a maravilhar-me, desta vez, pelas palavras e ilustrações do multifacetado Pedro Seromenho no Workshop “ O livro e a liberdade”. Tal uma criança ávida de sonhos, deixei-me conduzir pelas histórias poeticamente narradas e apreciei as ilustrações e desenhos revelados/criados. Foi um despertar de memórias, de emoções!

        

        




À tarde, assisti, de novo, à partilha de boas práticas das escolas alentejanas e ouvi João Couvaneiro que nos presenteou com uma conferência interessante sobre Educar para a Liberdade em tempos de Inteligência Artificial. Retive algumas ideias importantes e sugestões de ferramentas. Cito duas frases referidas que considero pertinentes e com as quais também concordo e que se adequam aos novos desafios da IA.
A primeira, “O exemplo não é a melhor forma de educar! É a única!”
A segunda, “Não é no dia em que se plantam as sementes, que se colhem as maçãs.”

E para terminar este longo texto que, provavelmente, poucos lerão, recorro à poesia, mais propriamente, a aforismos de João Pedro Mésseder (Inéditos)

“Liberdade: soubesses defini-la, mas apenas sabes dizer a falta que ela te faz.
Por cada Abril que semeias, mil Abris hás de colher.
A liberdade é um farol, talvez seja até um mar.”

Lucinda, Fátima, Rosa, Antónia, Rute, Mariana, Catarina e Rui (comparsas do Encontro), sei que sabem definir a Liberdade, pelo que resta-vos (nos) continuar a semear Abris. Agradeço-vos por terem partilhado comigo estes dois dias.
Ao João Pedro Mésseder e ao Pedro Seromenho agradeço as palavras, as ilustrações, os livros e, sobretudo, a liberdade na partilha dos vossos conhecimentos e experiências.

A todos os que directa e indirectamente contribuíram para a organização deste evento e que participaram nos diversos momentos, o meu bem-haja.

Marcamos Encontro para 2025. Muitas e boas leituras!


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