14 outubro, 2022

𝑨 𝑽𝒊𝒂𝒈𝒆𝒎 𝒅𝒆 𝑱𝒖𝒏𝒐, Pedro Almeida Maia

 


Autor: Pedro Almeida Maia
Título: A Viagem de Juno
N.º de páginas: 232
Editora: Edições Letras Lavadas
Edição: Março 2019
Classificação: Distopia
N.º de Registo: ( )



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


A Viagem de Juno é uma incursão ao futuro. É uma viagem fantástica que ocorre no ano de 2049 e que apresenta vários desafios, à boa maneira de um thriller psicológico. Tendo como tema principal as alterações climáticas, que transformaram o mundo, vamos acompanhar Juno e o seu avô Lucas na resolução de um caso complexo.

Tratando-se de uma distopia, acaba por colocar questões muito pertinentes. A utilização da evolução tecnológica e científica pode ser exemplar, mas também perversa. O autor centra as personagens num cenário altamente avançado tecnologicamente: as viagens acontecem via Rede Tubular Subaquática “sinónimo de segurança, rapidez e pontualidade.” (p. 19); os homens são especializados e trabalham menos porque são as máquinas laboram; há sistemas de reconhecimento de voz; as informações surgem em hologramas; todos usam um pulsemob que faculta todo o tipo de informação, de dados e traduz automaticamente qualquer língua. Outra temática cativante do livro é a criopreservação. Acompanhamos a primeira reanimação criónica humana, a de Aron Hilmarsson, um geólogo islandês.

É um livro cativante pois desperta a curiosidade do leitor sobre aspectos importantes e preocupantes do mundo actual. O livro apresenta possibilidades que apesar de fictícias poderão muito bem acontecer já que a evolução tecnológica e científica é uma evidência.
Gostei de “antever” que o futuro será bem mais confortável, mais seguro, mais limpo; que Portugal será um país rico; que a educação terá “o papel da excelência” com um ensino excitante onde as salas de aula serão “acusticamente perfeitas, dispostas em semicírculo, apetrechadas
com tecnologia holográfica e painéis simuladores de ambiência. Com temperatura, humidade e luminosidade controladas, os professores apenas tinham de se preocupar em ensinar.” (p. 164)
Mesmo tratando-se de uma distopia, continuo a crer que se trata, neste aspecto, ainda de uma utopia.

Recomendo a leitura. É um livro fascinante! É um livro multidisciplinar, de aventura, de ficção científica que se insere num contexto histórico, filosófico, científico e tecnológico, que levanta questões ambientais, éticas e de segurança que nos fazem reflectir.


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