13 maio, 2022

 


Autor: Vera Duarte
Título: Amanhã Amadrugada
N.º de páginas: 104
Editora: Vega
Edição: 1993
Classificação: Poesia
N.º de Registo: (BMS)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


Em Amanhã Amadrugada, Vera Duarte revela-se uma lutadora pelos direitos humanos. Para tal, convoca o amor, a paixão , a justiça, a igualdade, ou pelos menos, um maior equilíbrio de género, a liberdade.

A sua escrita revela-se de forma antagónica, dividida e sempre indagadora e consciente do muito que ainda há para fazer numa sociedade onde a mulher permanece “prisioneira de estereótipos interiorizados e recusados” (p. 10).
Vera Duarte divide o seu livro em quatro partes (“Cadernos”) e neles descreve o que viveu, o que sentiu, o que observou de forma “confessional, emotiva e crítica”.

Temos textos sobre o amor, a paixão, o Eu/Tu, a mulher, o mar, o arquipélago, a morte, a revolução, o sonho, a ânsia da liberdade.

"Carência

Amar-te loucamente
abrir sobre ti as janelas do meu ser
ser campo aberto e florido
e viver assim
em estranhas madrugadas
à luz dos candeeiros
envolta em luas e neblinas?

antes
êxtase e paixão
mãos vazias
corpo carente"

Percebemos, à medida que avançamos na leitura dos textos e dos poemas, o seu amor incondicional a Cabo Verde, a África, e o desejo de uma pátria livre.
Penso que ao interligar prosa (poética) e poemas, fica claro que a ausência de fronteiras na literatura se deveria aplicar ao mundo. A sua liberdade ficcional, representa o seu desejo de liberdade como mulher e como povo.

“(…)
Homens mulheres crianças
Na pátria livre libertada
Plantando mil milharais
Serão a chuva caindo
Na nossa terra explorada”

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