Autora: Diana Borges
Título: Não somos Aborrecentes: Só Precisamos
que Alguém nos Entenda
N.º de páginas: 67
Editora: (independente)
Edição: Setembro 2024
Classificação: Testemunhos
N.º de Registo: (--)
OPINIÃO ⭐⭐⭐
Diana Borges é uma jovem estudante que ama as palavras. Conhecia-lhe o gosto pela leitura, a voz melodiosa e emotiva, mas desconhecia-lhe o hábito de registar as suas reflexões, angústias e emoções num diário muito pessoal e que, com incentivos de ordem vária, em boa hora, se transformou no seu primeiro livro.
Senti um enorme orgulho quando ela, com um brilhozinho nos olhos e um largo sorriso, me revelou que tinha editado um livro. Quis lê-lo imediatamente. Foi uma agradável surpresa, porque sendo a Diana ainda tão jovem, conquistou-me com uma escrita que evidencia uma responsabilidade e uma maturidade pouco comuns nos dias que correm. Convivo, diariamente, com jovens, por isso, refiro-o com segurança e conhecimento de causa.
Não Somos Aborrescentes, Só Precisamos que Alguém Nos Entenda assenta, essencialmente, em depoimentos de adolescentes que se centram em vivências muito íntimas como, o amor e o sexo na adolescência; os relacionamentos; o ambiente escolar; o bullying; os vícios; a depressão e a ansiedade.
Todos os testemunhos incidem sobre estes temas delicados, todos muito sensíveis, vividos por jovens (rapazes e raparigas). As reflexões da Diana, no final de cada temática, conduzidas com subtileza, mergulham na complexidade da vida destes jovens, nas suas inquietações que vão muito para além do problema das borbulhas ou do aspecto visual e expõem o que, também, ela viveu e sentiu, sobretudo quando teve de se ambientar e integrar numa cultura e mentalidade tão diferentes da sua.
O apelo que ecoa ao longo de várias páginas “EU NÃO QUERO ME MATAR”, bem como a repetição de verbos como “precisamos” e necessitamos” na reflexão final, demonstram que estes jovens não são “aborrecentes", apenas, e só, procuram a compreensão dos pares, dos pais, dos professores, dos educadores, da sociedade.
As sessenta e sete páginas deste livro são preciosíssimas para quem pretende entender e acompanhar os jovens. Recomendo.
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