12 dezembro, 2022

𝑶 𝑪𝒐𝒏𝒗𝒊𝒅𝒂𝒅𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝑷𝒊𝒓𝒊𝒍𝒂𝒎𝒑𝒐𝒔, de Ondjaki

 

Autor: Ondjaki
Título: O Convidador de Pirilampos
Ilustrador: António Jorge Gonçalves
N.º de páginas: 72
Editora: Caminho
Edição: Janeiro 2017
Classificação: Infantil
N.º de Registo: (2999)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐


A conjugação da escrita poética e criativa de Ondjaki e a beleza do traço e das cores de António Jorge Gonçalves torna este livro numa autêntica maravilha.
“Em noites de lua nova, quando o céu finge estar só vestido de nudez, brilham penduradas as estrelas, pequenas e belas.
E na Floresta Grande?
Bem, na Floresta Grande brilham os pirilampos cintilantes.”

É a segunda obra que leio resultando do trabalho colaborativo destes dois criadores. E é engraçado que neste livro encontrei ecos do primeiro - Uma Escuridão Bonita - (livro encantador e que também recomendo), quer através da escuridão, da noite, quer mesmo pela referência ao título numa fala do menino dirigida ao avô “ – Avô, deixa te mostrar como uma escuridão pode ficar bem bonita.”

A história centra-se num menino muito curioso que tem medo do escuro e que gosta de ler o brilho dos pirilampos e de comunicar com eles, que gosta de passear na Floresta, de “cientistar” e de conversar com o seu avô sobre os seus inventos e “cientistações”.
“- Pensei que todos os pirilampos pudessem brilhar, mas nunca soube que eles comunicavam.
- Ah, mas é porque eu já cientistei os pirilampos muitas vezes.
- Já quê?
- Já cientistei… Cientistar é o que nós, os cientistas e inventores, fazemos.
Cientistamos as coisas, os animais, e alguns até cientistam o mundo. Não sabias, avô?
Não, mas gosto de aprender.”

A cumplicidade entre o avô e o menino permite criar uma bonita e educativa história de descobertas da natureza e da ciência e abordar temas como a liberdade, a confiança, a superação do medo e a sabedoria dos idosos na voz dos pirivelhos (“pirilampos apagados”) que contam histórias aos pirilampos.
“ Temos de voltar. O brilho dos pirilampos não vem da força dos corpos. Vem da força das estórias. E são os pirivelhos que as contam.”

Adorei. Recomendo.

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