29 abril, 2021

𝑶 𝑰𝒏𝒇𝒊𝒏𝒊𝒕𝒐 𝒏𝒖𝒎 𝑱𝒖𝒏𝒄𝒐, de Irene Vallejo



Autor: Irene Vallejo
Título: O Infinito num Junco
N.º de páginas: 406
Editora: Bertrand Editora
Edição: 1.ª- Outubro 2020
Classificação: Não-ficção
N.º de Registo: 3273



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐


O Infinito num Junco justifica plenamente o subtítulo “A invenção do livro na Antiguidade e o nascer da sede da leitura”. É um livro fabuloso sobre a história do livro que não pode passar ao lado dos amantes deste objecto estranho que não precisa de um botão para abrir. Irene Vallejo doutorada em Estudos Clássicos conta-nos de forma minuciosa e apaixonada o seu interesse pelo livro e a sua sede de leitura. “Quando um relato me invade, quando a sua chuva de palavras penetra em mim, quando compreendo de forma quase dolorosa o que conta, quando tenho a segurança – íntima, solitária - de que o seu autor mudou a minha vida, volto a acreditar que eu, especialmente eu, sou a leitora de quem esse livro andava à procura. “ (p-109)
A leitura deste livro, foi uma viagem maravilhosa que teve início na Grécia com o surgimento do alfabeto e da escrita nos seus diversos suportes (fumo, tabuinhas, papiro, pergaminho, pele, papel e digital), na criação de bibliotecas pessoais e públicas, de livrarias e de escolas. É uma história gigantesca de conquistas, de perdas, de destruição, de materiais e técnicas, de reis conquistadores, de saqueadores, de poetas, de filósofos, de sábios, de colecionadores de livros, de bibliotecários, de escravos, de escribas, de copistas, de livreiros, de monges e freiras, de leitores e de mulheres fabulosas que ousaram estudar, aprender a ler e a escrever contrariando a civilização que tinha a ideia “tatuada na sua mente: a palavra pública pertencia apenas aos homens” (p.165)

Estamos em constante diálogo com os livros, viajamos no tempo e no espaço, vivemos nas memórias do passado e no presente, aprendemos imenso sobre as lutas e as conquistas gregas e romanas, acompanhamos algumas experiências pessoais da autora e aumentamos a nossa lista de livros a ler e de filmes a ver graças à quantidade de referências não só do passado mas também actuais.

Se considerarmos como Irene Vallejo que “A paixão do colecionador de livros é parecida com a do viajante. Toda a biblioteca é uma viagem; todo o livro é um passaporte sem data de caducidade.” e que “A leitura, como uma bússola, abria-lhe os caminhos do desconhecido” (p. 38), então este é um livro de leitura obrigatória.


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