03 maio, 2020

Retrato da Mãe




     Conheci-a, pessoalmente, quando ela tinha 28 anos e, desde então, vivemos sempre juntas. Há quem diga que somos parecidas, talvez tenha herdado um pouco dos olhos redondos dela, verde acastanhados, ou então, o formato da cara (meio oval, meio redondo). Pensando bem, até é capaz de ser a voz ou a maneira de rir (gargalhadas repentinas); confundem-nos sempre ao telefone, mas também há quem diga que são as mãos, muito finas e compridas, um problema para encontrar anéis!
    A pele, ao contrário da minha, é mais morena, mas não deixa de ser branca. Assim como o cabelo, que é bem diferente do meu, ao nível do pescoço, ondulado com tendência a formar caracóis bem pretos, mas com madeixas brancas próprias da idade. Ela tem ainda a boca pequena e fina e o nariz, também pequeno, mas pontiagudo, típico de alguém "sem papas na língua" e curiosa.
   E esta é a minha mãe, nem alta nem baixa, nem gorda nem magra, caracterizada pela inteligência e perspicácia não deixando de ser, no entanto, divertida e amiga.

PR 
28-03-2004

Nota: redescobri este texto em dia de arrumações. 

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