Autora: Inês Meneses
Título: Máquina de Escrever Sentimentos
Ilustradora: Maria Inês
Título: Máquina de Escrever Sentimentos
Ilustradora: Maria Inês
N.º de páginas: 79
Editora: Contraponto
Edição: Novembro 2023
Classificação: Textos/Poesia
N.º de Registo: (3593)
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
Este pequeno livro em número de páginas e em formato fez-me
companhia nos últimos dias do ano e nos dois primeiros deste novo. O dia 2 é,
para mim, um dia de memórias tristes e este livro funcionou como uma terapia,
como “uma cadeia mágica entre mães e filhas”, como escreveu a autora na sua
dedicatória. Vou guardá-lo na minha mesa-de-cabeceira porque é um livro sobre
emoções, sentimentos, memórias, saudades e descobertas ao qual voltarei sempre que a urgência
de carregar energias me desassossegar.
Máquina de
Escrever Sentimentos é-nos apresentado em forma de “diário”, sem data, apenas ordenado
numericamente, sem qualquer ordem específica. São 111 textos curtos sobre
sentimentos, reflexões, pensamentos, inquietações e constatações. Uns escritos normalmente,
com frases destacadas a negrito, outros destacados com letras enormes, alguns
complementados por ilustrações belíssimas de Maria Inês, a sua filha. A título
de exemplo, o texto 42, contém 6 palavras e ocupa três linhas de uma página e
diz o seguinte em letras enormes “ As mães deviam viver para sempre.” (p. 30) Bonito
sentimento com o qual me identifico e que é o motor deste maravilhoso
livro.
Estamos perante uma escrita sensível, sincera e poética que transborda de emoções,
que partilha manifestações de amor, de carinho, que luta contra a dor da perda,
que tece as “Saudades de desenhar no frio da manhã, as palavras que nunca
verbalizei. Há palavras que só ficam escritas na nossa cabeça.” (35 – p. 24)
Inês
Meneses expõe de forma exímia o seu mundo. O mesmo mundo que partilhou com a mãe
e que agora inclui a filha, a quem lega ensinamentos que foi inferindo: “Foi
preciso ser crescida para descobrir qua amo a natureza e que as lições de vida
começam e acabam nela. Vamos cheios de pressa a lado nenhum.” (98 – p. 69).
Estes textos, aparentemente simples, que também expõem os nossos mundos, confundem-nos
positivamente a alma, avivam-nos saudades, memórias bonitas, dolorosas e,
sobretudo, destacam-nos a importância do amor, da amizade, da descoberta de
si-próprio, do papel da natureza na vida humana.
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