05 janeiro, 2025

𝑴á𝒒𝒖𝒊𝒏𝒂 𝒅𝒆 𝑬𝒔𝒄𝒓𝒆𝒗𝒆𝒓 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔, de Inês Meneses

 


Autora: Inês Meneses
Título: Máquina de Escrever Sentimentos
Ilustradora: Maria Inês
N.º de páginas: 79
Editora: Contraponto
Edição: Novembro 2023
Classificação: Textos/Poesia
N.º de Registo: (3593)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


Este pequeno livro em número de páginas e em formato fez-me companhia nos últimos dias do ano e nos dois primeiros deste novo. O dia 2 é, para mim, um dia de memórias tristes e este livro funcionou como uma terapia, como “uma cadeia mágica entre mães e filhas”, como escreveu a autora na sua dedicatória. Vou guardá-lo na minha mesa-de-cabeceira porque é um livro sobre emoções, sentimentos, memórias, saudades e descobertas ao qual voltarei sempre que a urgência de carregar energias me desassossegar.  

Máquina de Escrever Sentimentos é-nos apresentado em forma de “diário”, sem data, apenas ordenado numericamente, sem qualquer ordem específica. São 111 textos curtos sobre sentimentos, reflexões, pensamentos, inquietações e constatações. Uns escritos normalmente, com frases destacadas a negrito, outros destacados com letras enormes, alguns complementados por ilustrações belíssimas de Maria Inês, a sua filha. A título de exemplo, o texto 42, contém 6 palavras e ocupa três linhas de uma página e diz o seguinte em letras enormes “ As mães deviam viver para sempre.” (p. 30) Bonito sentimento com o qual me identifico e que é o motor deste maravilhoso livro.  
Estamos perante uma escrita sensível, sincera e poética que transborda de emoções, que partilha manifestações de amor, de carinho, que luta contra a dor da perda, que tece as “Saudades de desenhar no frio da manhã, as palavras que nunca verbalizei. Há palavras que só ficam escritas na nossa cabeça.” (35 – p. 24)

Inês Meneses expõe de forma exímia o seu mundo. O mesmo mundo que partilhou com a mãe e que agora inclui a filha, a quem lega ensinamentos que foi inferindo: “Foi preciso ser crescida para descobrir qua amo a natureza e que as lições de vida começam e acabam nela. Vamos cheios de pressa a lado nenhum.” (98 – p. 69).
Estes textos, aparentemente simples, que também expõem os nossos mundos, confundem-nos positivamente a alma, avivam-nos saudades, memórias bonitas, dolorosas e, sobretudo, destacam-nos a importância do amor, da amizade, da descoberta de si-próprio, do papel da natureza na vida humana.


Sem comentários:

Enviar um comentário