03 outubro, 2024

𝑵ã𝒐 𝑯á 𝑳𝒖𝒈𝒂𝒓 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝑫𝒊𝒗𝒐𝒓𝒄𝒊𝒂𝒅𝒂𝒔, Francisco Moita Flores

 


Autor: Francisco Moita Flores
Título: Não Há Lugar para Divorciadas
N.º de páginas:166
Editora: Casa das Letras
Edição (6.ª): Fevereiro 2005
Classificação: Romance
N.º de Registo: (BE)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐



O que eu me diverti ao ler este livro. À boa maneira de Gil Vicente, e cumprindo o lema “ridendo castigat mores”, em Não Há Lugar para Divorciadas, Francisco Moita Flores (FMF) apresenta-nos uma história mordaz e divertida. Ele eleva ao ridículo a forma como Leônidas Júlio de Tábuas e Távora, um homem sem estudos e sem escrúpulos, se filia num partido e chega a ministro.

A acção desta paródia “decorre trinta anos depois da leitura deste livro.” (p. 76). Esta premissa é importante porque atribui à história um factor de actualidade e de continuidade futura, isto é, como o tempo da história parte do tempo da leitura (pelo leitor) e não da escrita (2003), os acontecimentos estão sempre actualíssimos.

O oportunismo, a hipocrisia, a vaidade e o adultério são os traços principais do protagonista. FMF é corrosivo na criação da sua personagem. Desta forma a política e os governantes, bem como a comunicação social são fortemente ridicularizados. Pela figura de Leónidas, o autor destaca a presunção, a preguiça, a estupidez intelectual, a manipulação e o interesse pelo poder dos políticos de ontem, de agora e de amanhã.

Recomendo este como outros livros de FMF. De leitura fácil, este livro cativa pela ironia sempre presente, pelas farpas lançadas e pelas aventuras dos “comparsas políticos”.
É uma delicia tentar atribuir as características deste ministro a outro(s) dos que nos governam nos nossos dias.




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