14 outubro, 2020

Isabel de Aragão - Entre o Céu e o Inferno, de Isabel Stilwell

 


OPINIÃO


É o primeiro livro que leio da autora. E posso afirmar que gostei, apesar de não ser leitora assídua de romances que narram a vida de reis ou rainhas. Considero que há sempre muita coscuvilhice e muita intriga. 
Sendo um romance histórico sobre Isabel de Aragão, a Rainha Santa Isabel, narra acontecimentos da nossa História com fidelidade. Tendo 527 páginas, poder-se-ia tornar num relato maçudo com tantas guerras e desavenças, com tantos filhos legítimos e bastardos, mas a escrita e a estrutura do romance (capítulos curtos) torna o relato vivo e interessante. Ficou claro o jogo político vigente na época entre os Reinos de Portugal, Aragão e Castela, provocando intrigas, guerras, mortes, ao longo de vários reinados. Mas há também momentos de imensa ternura entre mães e filhos; de cumplicidade entre o avô, D. Jaime I e “Rosinha” , entre Isabel e Vataça; de dor e angústia, de ódio e de morte; de intrigas e de acordos; de solidariedade e partilha entre Isabel e os seus doentes, pobres e desprotegidos. 
Porém, o que mais me agradou neste romance foi o destaque dado às mulheres, sobretudo à Rainha e a Vataça Lascaris. Duas mulheres fortes, inteligentes, decididas, amigas e aliadas. Raramente falharam e erraram, muitas vezes afastadas uma da outra pelas circunstâncias, por elas ditadas, conseguiram evitar ou diminuir desaires e agravos. 

“A melhor rosa de Aragão”, assim tratada pelo seu avô D. Jaime I, o Conquistador da Casa de Aragão, viveu “entre o céu e o inferno”, dividida entre o amor, a fé, a oração e as desavenças e confrontos, primeiro em Aragão e depois em Portugal. Foi uma vida inteira de planos, de estratégias, de intrigas para atenuar e resolver muitos dos conflitos provocados pelos seus familiares que “Como Caim e Abel” se digladiavam em busca de poder e de conquista de territórios


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