07 outubro, 2020

A Biblioteca à Noite, de Alberto Manguel

 


OPINIÃO



Quem gosta de livros, de bibliotecas não pode deixar de ler este livro. É um livro bem estruturado, dividido em 15 capítulos e ilustrado com várias fotografias que complementam a informação dada pelo autor. 

Para criar e manter a sua biblioteca pessoal, múltiplas questões ( as mesmas de muitos bibliotecários) lhe foram surgindo. E é partindo da pergunta “Porque o fazemos, então?” (p.15) que Manguel nos explica por que razão ao longo dos tempos, desde a Antiguidade até ao presente, o homem vai reunindo livros em prateleiras e prateleiras. Respondendo a essa questão, o autor vai explanando o seu conhecimento e o seu fascínio pela história das bibliotecas. Das bibliotecas públicas e privadas; modernas, antigas, desaparecidas, míticas; de organização, de classificação, de democratização; de censura, de livros queimados, perdidos, roubados, proibidos, digitais, imaginados, lidos e não- lidos.

“Não tenho nenhum sentimento de culpa acerca dos livros que não li e que talvez nunca lerei; sei que os meus livros têm uma paciência sem limites. Esperarão por mim até ao fim dos meus dias.” (p. 218) 

Já percebemos, que para Manguel as bibliotecas não são meros espaços de armazenamento de livros. Se assim fosse, não precisaria de cerca de trezentas páginas para nos responder à questão inicial. Para ele, são espaços de cultura, de conhecimento, de informação que “espelham a identidade pluralista, vertiginosa e desafiante do país e dos tempos” (p.258) 

“Preservar e transmitir a memória, aprender através da experiência dos outros, partilhar conhecimento do mundo e de nós próprios são alguns dos poderes (e perigos) que os livros nos concedem, e as razões por que os estimamos tanto quanto os receamos. “ (p.227) 

Para terminar e vos motivar à leitura deste livro deixo-vos, futuro leitor, uma última citação:
“Todo o leitor é ou um andarilho que se detém ou um viajante que regressa.” (p. 260).

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