OPINIÃO
As 620 páginas deste livro foram lidas num ápice, não conseguimos despegar do enredo protagonizado por Sira Quiroga, uma jovem costureira de Madrid. Estamos na década de 1930, assistimos à guerra civil espanhola (1936-39), e acompanhamos a aliança de Franco e do seu governo com os alemães durante a segunda guerra mundial (1939-45). Ao longo da narrativa, envolvemo-nos nas intrigas, peripécias e reviravoltas da vida da narradora, Sira, em Madrid, em Tânger, Tétuan (Marrocos), de novo Madrid e numa incursão de poucos dias a Lisboa.
A autora tece a sua narrativa com mestria, cruza a vida pessoal de Sira com a história política do país, e constrói magistralmente encontros e desencontros, reviravoltas constantes sem nunca perder o fio à meada, abandonando personagens secundárias nos momentos certos, pois o importante é mesmo acompanhar a evolução do carácter da personagem principal que vai crescer no meio de paixões, amizades, traições, guerras, espionagem e muito, muito glamour sem no entanto perder a sua essência, o seu objetivo e o seu patriotismo.
Sira que muito jovem se deixou arrastar por uma paixão louca, vai viver a traição, a desilusão e o sofrimento. “Um dos efeitos da paixão louca e obcecada é que anula os sentidos para perceber o que acontece a sua volta”. Porém, aproveitando as oportunidades que lhe vão surgindo, vai lutar pela sua sobrevivência e pela da sua mãe, mas também pelos seus ideais e pelo seu país. No final, temos uma Sira reconstruída, confiante, extremamente elegante e com uma forte personalidade.
Como a trama é tão atrativa e empolgante, foi realizada uma mini-série com o mesmo nome que vou tentar ver a fim de averiguar se é fiel ao romance. Recomendo muito.
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