Lisboa, 10 mai (Lusa) - O Festival Silêncio 2011, que decorrerá em junho, quer consolidar-se como o mais importante evento de Lisboa em torno da palavra dita, em diálogo com a música e cinema, disse à Lusa Alexandre Cortez, um dos organizadores.
Para isso contará este ano com uma programação que incluirá vários espetáculos encomendados a músicos portugueses e o convite para escritores e artistas se juntarem em palco em torno da poesia.
A terceira edição do Festival Silêncio decorrerá de 15 a 25 de junho nas três salas do cinema São Jorge e no Musicbox.
A programação completa só será conhecida no dia 17, mas está já confirmada a presença, por exemplo, de Lee Ranaldo, guitarrista dos Sonic Youth, para uma atuação de "spoken word" e projeção de imagem num espetáculo intitulado "Notebook".
Em Lisboa estarão também o músico brasileiro Arnaldo Antunes e o histórico jamaicano Linton Kwesi Johnson, poeta e fundador da "dub poetry", performance que combina interpretação de poesia acompanhada de ritmos jamaicanos.
Na afirmação da palavra dita, a organização do Festival Silêncio quer que o evento seja transversal a outras disciplinas, nomeadamente a música e o cinema, explicou Sandra Silva, da editora 101 Noites.
Por isso foram encomendados dois espetáculos a autores portugueses.
Um deles chama-se "Música de Palavra(s)", foi encomendado ao músico José Mário Branco e contará com Camané, Carlos Bica, José Peixoto e Filipe Raposo.
Outro será "Moradas do Silêncio", uma homenagem ao poeta Al Berto, que contará com a participação de Sérgio Godinho, JP Simões, João Peste, Rui Reininho e Noiserv, projeto de David Santos.
A relação da poesia com o fado será abordada num espetáculo feito de propósito para o festival com Raquel Tavares, Cuca Roseta, Ricardo Ribeiro e António Zambujo e o mesmo será feito com o hip hop e o rap numa retrospetiva intitulada Rapública XXI.
Além do Poetry Slam - uma competição para declamadores, poetas do improviso e estreantes em torno da palavra - a organização propõe, pela primeira vez, um concurso internacional de "poetry film", no qual se desafia o espetador a fazer uma curta-metragem a partir de um poema.
O regulamento está no site oficial do festival.
A palavra é dada a quem a diz e por isso haverá ainda "Conversas do silêncio" que desafiarão escritores portugueses e estrangeiros no mesmo palco.
Foram convidados, por exemplo, Afonso Cruz, José Eduardo Agualusa, João Tordo, Richard Zimler, Zoran Zivkovic, Maylis de Kérangal e Salim Bachi.
"O festival começou por ser uma coisa modesta, relativamente pequena, mas queremos que se venha a afirmar de uma forma transversal para que Lisboa seja a capital da palavra", pelo menos naquela semana, sublinharam à Lusa Gonçalo Riscado, Alexandre Cortez e Sandra Silva, os impulsionadores do festival.
A organização conta com cerca de 50 mil euros da Direção Geral das Artes, ao qual junta apoio da EGEAC e de entidades privadas.
SS.
Lusa/fim
Sem comentários:
Enviar um comentário