10 abril, 2022

𝑴𝒖𝒓𝒓𝒐 𝒏𝒐 𝑬𝒔𝒕ô𝒎𝒂𝒈𝒐, de Paulo Jorge Pereira

 


Autor: Paulo Jorge Pereira
Título: Murro no Estômago
N.º de páginas: 205
Editora: 20|20 Editora (Influência)
Edição: Outubro 202o
Classificação: Testemunhos
N.º de Registo: (3353)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


Neste livro, Paulo Jorge Pereira reúne sete histórias de vítimas de violência doméstica e oito testemunhos de profissionais que acompanham de muito perto estes casos e que lutam por combater este flagelo cada vez mais crescente.

Alice, Beatriz, Carla, Deolinda, Patrícia, Sónia e Telma legam-nos, na primeira pessoa, as suas histórias duras, sofridas e emotivas na esperança de “que mais ninguém sofra” e como exemplo para “que mais ninguém tenha medo de contar a sua” história.

O autor intercalou cada uma destas histórias com o testemunho de vários profissionais: da APAV (assessor técnico da direção), da Polícia de Segurança Pública, Polícia Judiciária (diretor), do Serviço Social (casa de abrigo), do Ministério Público, Polícia Judiciária (psicóloga forense), Comunicação Social (SIC), da APAV (psicóloga clínica). Para quem lê, a inclusão destes textos é importante, primeiro porque alivia a tensão e a dor sentidas na leitura de cada história, mas sobretudo porque são complementares e esclarecedores de todo o processo desenvolvido no apoio, na assistência e na defesa destas mulheres (e crianças) vítimas de violência.

Recomendo a leitura deste livro porque é importante que se leiam estas histórias reais. É importante denunciar quem sofre. É importante acusar quem agride física e psicologicamente. É importante acabar com este flagelo que matou “ mais de 500 mulheres nos últimos 15 anos” e como refere Daniel Contrim no prefácio "A violência doméstica é democrática. Atinge todos os sexos, todas as idades, todas as cores. De todo o lado. Em todo o lado" pelo que não podemos ignorar.

Se queremos que as nossas crianças vivam num mundo melhor, é urgente alterar esta forma de encarar a violência porque “a violência aprende-se” facilmente em casa, na escola, no recreio, na rua… “ A violência doméstica é responsabilidade de cada um de nós. Qualquer que seja o nosso papel na sociedade. A liberdade é natural. O amor é natural.” (p. 17, prefácio)




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