20 março, 2022

𝑬𝒖, 𝑴𝒂𝒍𝒂𝒍𝒂, de Malala Yousafzai com Christina Lamb

 


Autora: Malala Yousafzai com Christina Lamb
Tradutores: Maria de Almeida, Carlos Andrade e Cristina Carvalho
Título: Eu, Malala (A minha luta pela Liberdade e pelo Direito à Educação)
N.º de páginas: 351
Editora: Editorial Presença
Edição 6.ª: Outubro 2014
Classificação: Biografia
        N.º de Registo: (BE)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐


Eu, Malala é um livro que documenta a vida de uma jovem paquistanesa que desde muito cedo lutou pela liberdade e pelo direito à educação para todas as crianças. Malala teve o privilégio de nascer numa família progressista que sempre a incentivou a estudar, a emitir a sua opinião, a falar publicamente e a lutar pelos seus sonhos.
O pai, homem instruído e defensor de uma educação para todos, abriu escolas para que meninos e meninas a pudessem frequentar e assim diminuir a taxa de analfabetismo no seu país.
Malala e as suas amigas adoravam ir à escola e tornaram-se excelentes alunas, mas as ameaças começaram a surgir, sobretudo sob o regime talibã e muitas meninas abandonaram a escola. Incentivada pelo pai, ativista social reconhecido por muitos e odiado por outros, percebeu que devia lutar pelo direito à educação das raparigas e tornou-se, também ela, uma ativista desafiadora do regime autoritário e opressor da liberdade das mulheres e da educação das crianças.

Narrada na primeira pessoa, a história de Malala expõe a violência, os massacres, as perseguições, o bombardeamento de escolas, a destruição de lojas, de casas… Mas expõe também a hospitalidade e a solidariedade de um povo dilacerado pelo terrorismo e a esperança de um mundo mais justo e mais livre onde as crianças possam sorrir e ser felizes.
Malala nos Agradecimentos referiu “Tive muita sorte em ter nascido de um pai que respeitou desde sempre a minha liberdade de pensamento e de expressão e que me fez parte da sua caravana da paz e de ter nascido de uma mãe que não só me encorajou, como encorajou também o meu pai, na nossa campanha a favor da paz e da educação.” (p. 346)

Esta sorte, Malala soube muito bem aproveitá-la e apesar das ameaças, de ter sido baleada e ter estado à beira da morte, esta jovem inteligente e corajosa sempre acreditou no poder das palavras, no poder da educação e é com elas que luta para que todas as crianças do mundo beneficiem de uma educação gratuita
“ – Peguemos nos nossos livros e nas nossas canetas. São as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.” (p. 333)

Ao ler este livro, não posso deixar de ter um pensamento pelo povo ucraniano, também a sofrer sob o jugo de um ditador ganancioso e cruel que mata, bombardeia, destrói e separa famílias. Tudo pela ânsia de um império maior.


Sem comentários:

Enviar um comentário