11 outubro, 2021

𝑼𝒎 𝑫𝒊𝒂, de Morris Gleitzman

 

Autor: Morris Gleitzman
Título: Um Dia
N.º de páginas: 159
Editora: fábula
Edição: Novembro 2017
Classificação: Juvenil
N.º de Registo: (BE)


OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐



Um Dia é o primeiro livro da tetralogia sobre o Holocausto/ Segunda Guerra Mundial. Os quatro livros são recomendados pelo PNL2027 (dos 12 aos 18 anos) e foi por esta razão que decidi lê-lo.

Apesar de ser um livro juvenil, gostei de o ler. O autor aborda a temática de uma forma original, num estilo descontraído e aparentemente ligeiro.
Narrado na primeira pessoa, Félix Salinger, o protagonista, é uma criança judia, encantadora, inteligente e com uma imaginação muito fértil.
“Um dia, fugi de um esconderijo subterrâneo contando uma história. Era um bocadinho exagerada. Era um bocadinho fantasiosa. Era a minha imaginação a deixar-se levar.” (p. 97)

Como gosta muito de ler e de escrever, sempre que se depara com uma cena de violência protagonizada pelos nazis, e que devido à sua idade e inocência, não consegue compreender, imagina uma história que justifique o que presenciou.

Félix ao juntar-se a um homem (Barney) e a outras crianças resistentes, vai assistindo a dramas terríveis e no meio de tantas incertezas e privações vai criando laços de amizade e de solidariedade, mas também muitas desilusões. Já nem as suas histórias conseguem iludir a verdade dolorosa e sombria que está a viver. E não concebe que atos tão terríveis possam ser praticados por seres humanos.
“Porque é que os nazis farão sofrer assim só por causa de alguns livros.” (p. 71)

É uma história pequena, bem escrita, emocionante e perturbadora. O facto de ser narrada sob o olhar inocente de uma criança, conquista e apaixona o leitor, de qualquer faixa etária.
“ Vou dizer-te a verdade. Arranjei-te as botas porque toda a gente merece ter alguma coisa boa na vida, pelo menos uma vez.
Não sei o que dizer. É uma das coisas mais amáveis que já ouvi, mesmo em histórias.
Obrigado – segredo-lhe, mas ….
Fico confuso. De certeza que o Barney sabe que tenho montes de coisas boas na minha vida. Na verdade, até mais do que qualquer um naquela cave.” (p.119)

Fiquei com vontade de descobrir o que vai acontecer ao Félix…



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