01 agosto, 2021

𝑴𝒖𝒍𝒉𝒆𝒓𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒍ê𝒆𝒎 𝒔ã𝒐 𝒑𝒆𝒓𝒊𝒈𝒐𝒔𝒂𝒔, de Stefan Bollmann

 


Autor: Stefan Bollmann
Título: Mulheres que lêem são perigosas
N.º de páginas: 150
Editora: Círculo de Leitores
Edição: Abril 2007
Classificação: Arte
N.º de Registo: (BE)

OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐



Quando descobri este livro na biblioteca da minha escola, decidi imediatamente que teria de o ler. Quem gosta de livros e de ler não fica indiferente ao título.

É sobretudo um livro de arte, belíssimo, que revela várias obras de pintura, fotografia e desenho. Todas reproduzem mulheres a ler. Todas são acompanhadas de uma breve explicação sobre o artista, a época e sobre a mulher que lê.
Elke Heidnreich refere isso mesmo no seu prefácio: “ Nas imagens deste livro faltam os homens. Trata-se apenas de mulheres que lêem. São mulheres mais velhas e mulheres mais jovens, estão sentadas ou deitadas, vestidas ou desnudas, vemos os seus braços, o seu cabelo, a cabeça inclinada, só raramente vemos os seus olhos, só quando acabaram de ler ou olham em frente depois de interromper a leitura por alguns momentos.” (p.17)

Elke Heidnreich faz uma contextualização apaixonada da leitura, da relação da mulher com a leitura, numa intertextualidade com a arte e a literatura.

Stefan Bollmann, introduz este livro com uma breve história da leitura desde o século XIII ao XXI.
“ A leitura dá-nos prazer e consegue transportar-nos para outros mundos – ninguém que já perdeu a noção do tempo e do lugar quando estava embrenhado num livro irá refutá-lo. Mas a ideia de que a leitura deve dar-nos prazer, de que esse é o seu principal objectivo, é relativamente nova: foi mais ou menos definida no século XVII e ganhou raízes mais fortes no século XVIII.” (p. 23)
No final da introdução, o autor explica o porquê da apresentação das imagens de artistas famosos. “A galeria de imagens de mulheres a ler que se segue funciona como um museu virtual. Folheando o livro para trás e para diante, o leitor pode deambular nele, captar olhares e fazer associações. Os comentários curtos destinam-se a apoiar este circuito: Até as imagens de leitura precisam de ser lidas.” (p. 37)

Em seis capítulos, como se visitássemos salas de um museu, dedicados às leitoras abençoadas, fascinadas, autoconfiantes, sentimentais, apaixonadas e solitárias, encontramos sempre imagens fortes de mulheres leitoras, livres, confiantes, curiosas, sonhadoras, enigmáticas, apaixonadas, …

Foi um verdadeiro prazer ler este livro, esta obra de arte. Não podemos olvidar que, no início a leitura era apenas uma actividade de homens, já foi muito reprimida, já foi considerada como uma heresia, já foi causadora de distúrbios familiares, políticos, …

Sendo assim, só posso concordar com Elke Heidnreich quando ela refere: “Da leitura resulta a autoconfiança, da autoconfiança resulta a coragem de ter ideias próprias.” (p.17)

Leiam e sejam perigosas!

Sem comentários:

Enviar um comentário