Escritor russo, Aleksandr Isaevich Solzhenitsyn, nasceu em Kislovodsk, no Cáucaso, a 11 de Novembro de 1918 e morreu ontem, de insuficiência cardíaca aguda, às 23h45 de Moscou.
Uma carta dirigida a um amigo, em que expressa as suas opiniões sobre Estaline, leva-o à prisão e é condenado a trabalhos forçados.
Em 1962, publica Um Dia na Vida de Ivan Denissovitch, um depoimento sobre o sistema prisional.
O Primeiro Círculo e O Pavilhão dos Cancerosos, editados em 1968 no estrangeiro, trouxeram-lhe o reconhecimento internacional.
Em 1970, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura, mas com medo que lhe interditassem o retorno a casa, não foi recebê-lo a Estocolmo. Após a publicação de O Arquipélago de Gulag em Paris, em 1974, é preso, julgado por traição e condenado ao exílio. Instala-se nos Estados Unidos, prosseguindo a sua obra literária.
Em Setembro de 1991, foi por fim ilibado da acusação de traição pelo governo soviético e em Julho de 1994 volta à Rússia. Escritor de inspiração católica, a libertação interior do homem é o tema central da sua obra e a razão da sua luta.
As suas obras mais recentes O Colapso da Rússia, um apocalíptico ataque político aos males da sociedade, de 1998, e Duzentos Anos Juntos, sobre o judaísmo na Rússia, de 2004 - encontraram a indiferença do público. Soljenítsin chegou a ter um programa de entrevistas, cancelado por falta de audiência.
Arquipélago Gulag –
Com base nas suas experiências como prisioneiro em campos de trabalho forçado na Rússia de Estaline, e em depoimentos de outros duzentos e vinte e sete ex-detidos, Soljenítsin, narra as prisões e as torturas pelas quais passou ao contrariar opiniões. Essa obra, que começou a circular na União Soviética em 1969, irritou autoridades, e em Novembro do mesmo ano o autor - dissidente - foi expulso da União dos Escritores e todas as suas obras foram proibidas. Houve protestos do mundo inteiro contra sua expulsão.
Gulag é abreviatura de Glávnoie Upravliênie Láguerei (Administração Geral dos Campos) e administrava o complexo de prisões, centros de triagem e campos de trabalho forçados a que eram condenados opositores do regime, suspeitos de actividades "anti-soviéticas", estes viviam em numerosas "ilhas", daí o nome arquipélago.
Arquipélago Gulag é o primeiro relato completo documentado, de episódios vividos entre 1918 e 1956, na Rússia.
Arquipélago Gulag é o primeiro relato completo documentado, de episódios vividos entre 1918 e 1956, na Rússia.
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