Um romance sobre as histórias que deixamos por contar e sobre as que contamos a nós próprios para sobrevivermos.
Alice tem nove anos e vive num local isolado, idílico, entre o mar e os canaviais, onde as flores encantadas da mãe e as suas mensagens secretas a protegem dos monstros que vivem dentro do pai.
Quando uma enorme tragédia muda a sua vida irrevogavelmente, Alice vai viver com a avó numa quinta de cultivo de flores que é também um refúgio para mulheres sozinhas ou destroçadas pela vida. Ali, Alice passa a usar a linguagem das flores para dizer o que é demasiado difícil transmitir por palavras.
À medida que o tempo passa, os terríveis segredos da família, uma traição avassaladora e um homem que afinal não é quem parecia ser, fazem Alice perceber que algumas histórias são demasiado complexas para serem contadas através das flores. E para conquistar a liberdade que tanto deseja, Alice terá de encontrar coragem para ser a verdadeira e única dona da história mais poderosa de todas: a sua.
As Flores Perdidas de Alice Hart é o primeiro romance da escritora australiana Holly Ringland. A história de Alice, a protagonista, faz-nos reflectir e reconhecemos a sua coragem perante as várias partidas que a vida lhe vai pregando. Nunca desiste e recomeça sempre. Os livros e as flores fazem parte integrante dela e poder-se-á afirmar que são o seu refúgio.
A cultura de flores nativas e selvagens é uma herança que perdura há gerações na família. São as mulheres que mantêm esta tradição e a transmitem à geração seguinte. Alice também vai passar por esta aprendizagem, forçada pelas circunstâncias da vida. Ainda menina, vai viver com a sua avó paterna, June, e no meio de flores cultivadas e de Flores (mulheres destroçadas acolhidas na quinta) que as cultivam, vai aprender a lutar com os fantasmas, os medos e as dúvidas que a atormentam.
O enredo agarra o leitor. A autora usa o colorido, a beleza e o significado (linguagem) das flores para nos relatar a vida sofrida e triste de Alice, mas também as suas alegrias e paixões. No final, tudo se conjuga, ou talvez não.
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