Neste espaço pretende-se divulgar actividades culturais/educativas/lúdicas ou simplesmente participar, partilhar opiniões, leituras, viajar...
31 março, 2024
29 março, 2024
Um poema de João Pires
Tu és fogo que queima intensamente
Caráter enérgico, forte e valente
Sempre disposta a novas aventuras
Líder habilidosa, cheia de posturas
Proativa e sem medo de arriscar
Sempre pronta para se aventurar
Lutas para abrir novos caminhos
Sempre à frente, seguindo os teus destinos
Com coragem e determinação
Tu enfrentas qualquer situação
Mesmo diante das adversidades
Segues em frente com firmeza e verdade.
O tempo passa? Não passa.
O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.
Carlos Drummond de Andrade
27 março, 2024
𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂 à 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑭𝒊𝒍𝒉𝒂, de Maya Angelou
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
22 março, 2024
𝑼𝒎 𝒒𝒖𝒂𝒓𝒕𝒐 𝒔ó 𝒔𝒆𝒖, de Virginia Woolf
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐⭐
21 março, 2024
Dia Mundial da Poesia
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P’ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…
Fernando Pessoa
17 março, 2024
Nuno Júdice (1949 - 2024)
Trabalho o poema sobre uma hipótese: o amor
que se despeja no copo da vida, até meio, como se
o pudéssemos beber de um trago. No fundo,
como o vinho turvo, deixa um gosto amargo na
boca. Pergunto onde está a transparência do
vidro, a pureza do líquido inicial, a energia
de quem procura esvaziar a garrafa; e a resposta
são estes cacos, que nos cortam as mãos, a mesa
da alma suja de restos, palavras espalhadas
num cansaço de sentidos. Volto, então, à primeira
hipótese. O amor. Mas sem o gastar de uma vez,
esperando que o tempo encha o copo até cima,
para que o possa erguer à luz do teu corpo
e veja, através dele, o teu rosto inteiro.
Nuno Júdice, in “Poesia Reunida”
As mulheres loucas arrumam os quartos, fazem
as camas desfeitas, empilham camisas e calças,
abotoam os cintos do infinito, prendem os laços
da sombra. Com os seus olhos cegos, enfiam
agulhas no buraco da vida, cosem as feridas
do amor que não tiveram, cantam devagar
a canção da idade fria. Dispo essas mulheres
no meu poema; espalho as suas roupas pelas cadeiras
do quarto; abro a cama onde as deito; rasgo
os pontos que acabaram de coser. O seu sexo -
seco pelos ventos de uma inquietação nocturna
- humedece-me os dedos. Desfolho os dias de março
enquanto desfloro os seus lábios. Por vezes,
as mulheres loucas abrem a porta da varanda,
respiram o perfume das trepadeiras brancas
da primavera, desmaiam com o sol.
16 março, 2024
𝑨 𝑩𝒐𝒏𝒆𝒄𝒂 𝑫𝒆𝒔𝒑𝒊𝒅𝒂, de Paulo M. Morais
OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐
13 março, 2024
Oppenheimer, de Christopher Nolan
11 março, 2024
Vencedores dos Óscares 2024
Melhor Filme — "Oppenheimer", Emma Thomas, Charles Roven e Christopher Nolan (produtores)
Melhor Realização — "Oppenheimer", de Christopher Nolan
Melhor Atriz — Emma Stone ("Pobres criaturas")
Melhor Ator — Cillian Murphy ("Oppenheimer")
Melhor Atriz Secundária — Da’Vine Joy Randolph ("Os excluídos")
Melhor Ator Secundário — Robert Downey Jr. ("Oppenheimer")
Melhor Filme Internacional — "A zona de interesse", de Jonathan Glazer (Reino Unido)
Melhor Curta-Metragem — "A incrível história de Henry Sugar", de Wes Anderson
Melhor Longa-Metragem de Animação — "O rapaz e a garça", de Hayao Miyazaki
Melhor Curta-Metragem de Animação — "War is over", de Dave Mullins e Sean Lennon
Melhor Documentário — "20 days in Mariupol", de Mstyslav Chernov
Melhor Curta-Metragem Documental — "The last repair shop", de Kris Bowers e Ben Proudfoot
Melhor Argumento Original — "Anatomia de uma queda", de Justine Triet e Arthur Harari
Melhor Argumento Adaptado — "American fiction", de Cord Jefferson e Percival Everett
Melhor Banda Sonora Original — "Oppenheimer", de Ludwig Göransson
Melhor Canção Original — "What was I made for?", de Billie Eilish e Finneas O'Connell, para "Barbie"
Melhor Design de Produção — "Pobres criaturas", James Price, Shona Heath e Zsuzsa Mihalek
Melhor Montagem — "Oppenheimer", Jennifer Lame
Melhor Fotografia — "Oppenheimer", Hoyte Van Hoytema
Melhores Efeitos Visuais — "Godzilla minus one", Takashi Yamazaki, Kiyoko Shibuya, Masaki Takahashi e Tatsuji Nojima
Melhor Som — "A zona de interesse", Tarn Willers e Johnnie Burn
Melhor Caracterização — "Pobres criaturas", Nadia Stacey, Mark Coulier e Josh Weston
Melhor Guarda-Roupa — "Pobres criaturas", Holly Waddington
10 março, 2024
Apresentação do livro Súbito, de Ana Zorrinho
Cumprimento todos os presentes.
Quero agradecer o convite formulado
pela Ana Zorrinho para estar ao seu lado nesta iniciativa de partilhar palavras
poéticas.
Quero congratular a Liliana Rodrigues
e os elementos da sua equipa por nos proporcionarem este momento e este espaço
maravilhoso. É tão bom falar de poesia num ambiente de fotografias de mulheres
com livros.
É um prazer enorme assinalar o Dia Internacional da Mulher partilhando convosco as palavras escritas e ditas pela Ana Zorrinho. Ela sabe que é verdade.
Este dia, 8 de março de 2024, é
duplamente importante porque celebramos os 50 anos do dia “em que emergimos da
noite e do silêncio” como o imortalizou Sophia de Mello Breyner no seu poema 25
de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
e porque estamos a dois dias de exercer um acto cívico e democrático (direito conquistado pelas mulheres).
Acabámos de ouvir publicamente uma jovem, a Catarina, a tocar violino e uma mulher a ler a poesia que escreveu. Em 1943, no boletim mensal da Mocidade Portuguesa Feminina, publicava-se o seguinte texto (apud A Boneca Despida, Paulo M. Morais)
"Queridas raparigas! Sede boas, sensatas, alegres, dedicadas, esquecidas de vós mesmas e sereis mulheres superiores, sem pretender rivalizar em tolas superioridades com os homens, o que nada vos engrandece, antes diminui! Cada um deve ocupar o seu lugar - aquele que a Providência lhe marcou. E o vosso, como rainhas do lar, é o mais belo."
Leitura do poema (p. 73- Ana)
(Leitura do poema “lugar” p.11, por José)
(leitura do poema “último poema” p. 67, por Paulo)
Vejo plenamente o vazio a 360 graus
Flicto-me para o salto
Sobre o limite
da linha
Mergulho no nada
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Afogo-me
Nas palavras inexistentes
Centro de Artes de Sines