Neste espaço pretende-se divulgar actividades culturais/educativas/lúdicas ou simplesmente participar, partilhar opiniões, leituras, viajar...
29 março, 2013
Um poema de Carlos Eduardo Drummond
Albrecht Dürer
Procurei no dicionário,
Com paciência e cuidado,
O real significado
Da palavra aniversário.
Aquele livro pesado,
Mestre dos visionários,
"Pai dos burros" batizado,
Pareceu-me sectário,
Ao responder meu chamado.
Deveras decepcionado,
Joguei o meu dicionário
Na estante, empoeirado,
Para pregar, solitário,
O meu significado
Da palavra aniversário.
Diz assim, o verbete lendário,
Ontem, por mim criado:
"Aniversário: Espécie de relicário,
Muitíssimo bem guardado
Nas folhas do meu diário,
Dos versos que eu escrevi,
Com todo amor, e não li,
Durante o ano passado."
por Carlos Eduardo Drummond
27 março, 2013
Teatro do Mar assinalou Dia Mundial do Teatro em Sines
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Fotos de Teatro do Mar
"Ninguém pode seguir o caminho asfaltado que leva à Felicidade Completa sem se sujeitar a este programa bem óbvio: consentir que lhe cortem a cabeça para não pensar, não ter opinião nem criar piolhos ou ideias perigosas."
in As Aventuras de João Sem Medo de José Gomes Ferreira
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26 março, 2013
"Joana Vasconcelos" no Palácio Nacional da Ajuda
Palácio Nacional da Ajuda
23 de março a 25 de agosto de 2013
A exposição comissariada por Miguel Amado inclui 38 obras criadas na última década entre as quais "Marylin", "A Noiva", "Coração Independente Vermelho", "Petit Gâteau", "Lilicoptère", "Perruque" , a par das várias peças cobertas de "crochet", inspiradas no bestiário de Bordalo Pinheiro.
21 março, 2013
Um poema de Al Berto
Desenho de Almada Negreiros
Aprendiz de viajante
«viajar cura a melancolia».
Creio que, na altura, acreditei no que lia.
Estava doente, tinha quinze anos.
Não me lembro da doença que me levara à cama,
recordo apenas a impressão que me causara,
então, o que acabara de ler.
Os anos passaram - como se apagam as estrelas cadentes
e, ainda hoje, não sei se viajar cura a melancolia. No entanto,
persiste em mim aquela estranha impressão de que lera uma predestinação.
A verdade é que desde os quinze anos nunca mais parei de viajar.
Atravessei cidades inóspitas, perdi-me entre mares e desertos,
mudei de casa quarenta e quatro vezes e conheci corpos que deambulavam pela vaga noite...
Avancei sempre, sem destino certo.
Tudo começou a seguir àquela doença.
Era ainda noite fechada. Levantei-me e parti.
Fui em direcção ao mar. Segui a rebentação das ondas,
apanhei conchas, contornei falésias; afastei-me de casa o mais que pude.
Vi a manhã erguer-se, branca, e envolver uma ilha;
vi crepúsculos e noite sobre um rio, amei a existência.
Dormia onde calhava; no meio das dunas, enroscado no tojo,
como um animal; dormia num pinhal ou onde me dessem abrigo,
em celeiros, garagens abandonadas, uma cama...
e quando regressei, com a ânsia do eterno viajante dentro de mim.
Hoje sei que o viajante ideal é aquele que, no decorrer da vida,
se despojou das coisas materiais e das tarefas quotidianas.
Aprendeu a viver sem possuir nada, sem um modo de vida.
Caminha, assim, com a leveza, de quem abandonou tudo.
Deixa o coração apaixonar-se pelas paisagens enquanto a alma,
no puro sopro da madrugada, se recompõe das aflições da cidade.
A pouco e pouco, aprendi que nenhum viajante vê o que os outros viajantes,
ao passarem pelos mesmos lugares, vêem.
O olhar de cada um, sobre as coisas do mundo é único,
não se confunde com nenhum outro.
Viajar, se não cura a melancolia, pelo menos,
purifica. Afasta o espírito do que é supérfluo e inútil;
e o corpo reencontra a harmonia perdida - entre o homem e a terra.
O viajante aprendeu, assim, a cantar a terra, a noite e a luz,
os astros, as águas, os peixes e a treva, os peixes, os pássaros e as plantas.
Aprendeu a nomear o mundo.
Separou com uma linha de água o que nele havia de sedentário daquilo que era nómada;
sabe que o homem não foi feito para ficar quieto.
A sedentarização empobrece-o, seca-lhe o sangue,
mata-lhe a alma - estagna o pensamento.
Por tudo isto, o viajante escolheu o lado nómada da linha de água.
Vive ali, e canta - sabendo que a vida não terá sido um abismo,
se conseguir que o seu canto, ou estilhaços dele,
o una de novo ao Universo.
in O Anjo Mudo
19 março, 2013
Mal Dito: Festival de Poesia
A primeira edição do Mal Dito realiza-se entre os dias 21 e 24 de Março, em
Coimbra.
Ao longo dos quatro dias estão previstas diversas intervenções na cidade, entre
as quais encontros, tertúlias e, claro, muitas declamações.
Desde o Jardim da Sereia à Casa da Escrita, passando pelo Largo do Marquês e
pelo Jardim Botânico, esta iniciativa pretende chegar a todos os amantes da
poesia.
in Público
16 março, 2013
12 março, 2013
Os Poetas: Entre Nós e as Palavras
O CD "os poetas: entre nós e as palavras é finalmente reeditado. Há muito que se encontrava esgotado. Trata-se de um projeto de Rodrigo Leão e Gabriel Gomes com poemas de Al Berto, Mário Cesariny, Herberto Hélder, Adília Lopes, António Ramos Rosa e Luiza Neto Jorge.
O projecto "OS POETAS" surgiu de encontros entre Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Hermínio Monteiro, então editor da Assírio & Alvim, em cujo espólio existiam gravações de poetas a dizerem os próprios poemas.
O CD "Entre Nós e as Palavras", de 1997, foi o resultado de meses intensos de composição, de uma afinidade com os poetas escolhidos e da amizade entre os dois músicos.
Durante o ano de 2012, compuseram novas músicas e reformularam o espectáculo, projectando os textos e chamando o actor Miguel Borges para dizer poemas.
Sendo a palavra importantíssima, e ponto de partida para a composição - ela é o comandante deste "Navio de Espelhos" - a música não é um mero suporte, pois acaba por se fundir com os poemas. À música falada mistura-se a performance, resultando num espectáculo único e encantatório.
in Antena 1
09 março, 2013
Sapatos Louboutin pescam no Carvalhal
A nova coleção primavera/verão 2013 de Christian Louboutin surge com um conceito inovador.
Os sapatos são apresentados como isca de pesca. O designer Peter Lippmann inspirou-se no surrealismo de René Magritte para fotografar esta coleção num cenário magnífico que é a praia do Carvalhal (perto da Comporta).
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