25 outubro, 2012

As Idades do Mar - Exposição no Museu Calouste Gulbenkian

A Evasão de Rochefort, 1881 - Édouard MANET (1832-1883) | Paris, musée d’Orsay © 2012.
White Images/Scala, Florence
Óleo sobre tela 80 x 73 cm Paris, Musée d’Orsay Inv. RF 1984-158

 

Figura de Branco, Biarritz, 1906 | Joaquín SOROLLA BASTIDA (1863-1923).
Óleo sobre tela 63 x 91,5 cm Museo Sorolla, Madrid n.º inv. 773

As Idades do Mar

Museu Calouste Gulbenkian
 26 outubro 2012 - 27 janeiro 2013    

O mar é o tema central da exposição que o Museu Calouste Gulbenkian vai apresentar a partir do dia 26 de outubro, na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação. Em exposição vão estar mais de uma centena de obras, dos séculos XVI ao XX, provenientes de 51 instituições nacionais e estrangeiras, com o apoio excecional do Museu d’Orsay.



Van Goyen, Lorrain, Turner, Constable, Friedrich, Courbet, Boudin, Manet, Monet, Signac, Fattori, Sorolla, Klee, De Chirico, Hopper, são alguns dos 89 autores presentes na exposição com obras de superior qualidade. Também a pintura portuguesa, através de Henrique Pousão, Amadeo de Souza-Cardoso, João Vaz, Maria Helena Vieira da Silva e Menez, entre outros, contribuirá para esta abordagem exaustiva e por vezes inesperada de um motivo tão fascinante – e simultaneamente com especial significado na história e cultura portuguesas.
 
Mais informação em FCG

24 outubro, 2012

Diários de Al Berto

Amanhã , nas livrarias um novo livro de Al Berto com edição e apresentação de Golgona Anghel
Sinopse
Embora não haja uma organização definida pelo autor, nem indicações quanto à edição dos diários, Al Berto alimentava o corpo dos cadernos com notas e esboços, acreditando, por vezes, que esse devir-obra da sua própria vida pudesse ganhar uma dimensão diferente, uma outra "força", "outra leitura" se ponderasse a sua publicação. Decidimos agora, de acordo com a vontade dos herdeiros legais e, ao mesmo tempo, fazendo eco do desejo de Al Berto, tornar públicos estes documentos privados. Nestes Diários sobressai o registo diário de algo que servia para um uso pessoal e íntimo. Estamos perante um corpus que se expõe a si mesmo, que se dá no ritmo efervescente da criação mas também na sua fragilidade, na dúvida.
Índice:

Prefácio "Caminhos nocturnos, incertas travessias"       .....  9
Critérios de edição                                                           ..... 21

Diário 1982                                                                      ..... 25
Diário 1984                                                                      . ... 54
Diário 1985                                                                      . ... 201
Diário 1991                                                                      . ... 311                                            
Diário 1994                                                                      . ... 399
Diário 1996 - 1997                                                           . ... 469
Diário 1995 -1997                                                            . ... 529




Quarta. 8 maio 91 / Lx.

(...)
Todos os dias se torna mais difícil encontrar um sentido para a vida.
(...)
um grande desespero isto tudo, este país, esta cidade, esta gente. e, apesar de tudo, amo este país, sou louco por Lisboa (...) mas faltam heróis, faltam pessoas com carisma - falta gente que saiba dizer e viver enormidades. é tudo demasiado mesquinho, muito comadres de cá para lá, pequenino. (...) Volta Camilo! E não esqueças a bengala! há que zurzir de novo...zurzir. (p. 396)



Informação retirada da página Wook.pt


20 outubro, 2012

Valérie Rouzeau - Prémio Apollinaire

Vrouz


O Prémio Apollinaire, considerado como o "Goncourt da poesia", foi atribuído a Valérie Rouzeau pela antologia Vrouz publicada no mês de março, pela Table Ronde.



 
"Bonne qu’à ça ou rien
Je ne sais pas nager pas danser pas conduire
De voiture même petite
Pas coudre pas compter pas me battre pas baiser
Je ne sais pas non plus manger ni cuisiner
(Vais me faire cuire un œuf)
Quant à boire c’est déboires."

"Aussi je est un hôte d’on ne sait qui ni quoi
Mystère en bout de course comme à la balançoire
La vie assujettit drôlement ses invités
Alors je vante le vent par ma lucarne ouverte
Et je ne confonds pas auspices avec hospices
Rouzeau avec réseau dentiste avec temps triste
Pater avec par terre pleure avec meurs meurs meurs
Tu pisseras moins moins moins
Mon poème ne compte pas davantage
Que la conversation bruyante de mon prochain
M’empêchant de poursuivre par ici sauf
A fermer ma lucarne ou la repeindre en bleu
Appeler ma prochaine
Ou m’écrier au feu."
 
Vrouz, Table Ronde, 2012
 

19 outubro, 2012

3 poemas de Manuel António Pina


                                               Imagem retirada do blog "Guardador de livros"


Algumas coisas

A morte e a vida morrem
e sob a sua eternidade fica
só a memória do esquecimento de tudo;
também o silêncio de aquele que fala se calará.

Quem fala de estas
coisas e de falar de elas
foge para o puro esquecimento
fora da cabeça e de si.

O que existe falta
sob a eternidade;
saber é esquecer, e
esta é a sabedoria e o esquecimento.

in Aquele que Quer Morrer, Regra do Jogo, 1978



Na biblioteca

O que não pode ser dito
guarda um silêncio
feito de primeiras palavras
diante do poema, que chega sempre demasiadamente tarde,


quando já a incerteza
e o medo se consomem
em metros alexandrinos.
Na biblioteca, em cada livro,


em cada página sobre si
recolhida, às horas mortas em que
a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,


as palavras dormem talvez,
sílaba a sílaba,
o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.


Aí, onde não alcançam nem o poeta
nem a leitura,
o poema está só.
‘E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.’


in Poesia, Saudade da Prosa - uma antologia pessoal , Assírio & Alvim, 2011


 

Todas as palavras

As que procurei em vão,
principalmente as que estiveram muito perto,
como uma respiração,
e não reconheci,
ou desistiram e
partiram para sempre,
deixando no poema uma espécie de mágoa
como uma marca de água impresente;
as que (lembras-te?) não fui capaz de dizer-te
nem foram capazes de dizer-me;
as que calei por serem muito cedo,
e as que calei por serem muito tarde,
e agora, sem tempo, me ardem;
as que troquei por outras (como poderei
esquecê-las desprendendo-se longamente de mim?);
as que perdi, verbos e
substantivos de que
por um momento foi feito o mundo
e se foram levando o mundo.
E também aquelas que ficaram,
por cansaço, por inércia, por acaso,
e com quem agora, como velhos amantes sem
desejo, desfio memórias,
as minhas últimas palavras.


 

 
in Todas as palavras - poesia reunida, Assírio & Alvim, 2012

Morreu Manuel António Pina (1943-2012)

Manuel António Pina tinha 68 anos
Imagem Lusa
 
 
Morreu esta tarde no Porto o poeta Manuel António Pina, 68 anos, Prémio Camões 2011. A sua obra poética está reunida no volume Todas as Palavras (2012), editado pela Assírio & Alvim.
 
 
Manuel António Pina, 68 anos, nasceu no Sabugal em 1943, e licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Para além de poeta também um consagrado autor de literatura infanto-juvenil. Ao longo de mais de 30 anos foi colunista do Jornal de Notícias. A sua obra está publicados em Espanha, França, Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Croácia, Bulgária, Rússia e Estados Unidos.
 
Manuel António Pina estreou-se na poesia em 1974 com o livro “Ainda Não É o Fim nem o Princípio do Mundo Calma É Apenas Um Pouco Tarde”. No ano anterior publicara o seu primeiro livro para crianças, “O País das Pessoas de Pernas para o Ar”.
 
Reconhecido como um dos melhores cronistas de língua portuguesa, Manuel António Pina publicou dezenas de livros de poesia e de literatura para crianças, mas só em 2003 se aventurou na ficção “para adultos”, com “Os Papéis de K.” O seu mais recente livro é "Todas as palavras - Poesia reunida", publicado este ano.
 
Além do Prémio Camões que lhe foi atribuído em 2011, Manuel António Pina foi distinguido ao longo da sua longa carreira literária e jornalística com inúmeros prémios, nomeadamente o Prémio de Poesia da Casa da Imprensa (1978) ; Prémio Gulbenkian (1987); Prémio Nacional de Crónica Press Club/ Clube de Jornalistas (1993); Prémio da Crítica, da Secção Portuguesa da Associação Internacional de Críticos Literários" (2002); Prémio de poesia Luís Miguel Nava (2003) e Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT (2005).
 
A sua obra está traduzida em França (francês e corso), Estados Unidos, Espanha (espanhol, galego e catalão), Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Rússia, Croácia e Bulgária.
 
 

11 outubro, 2012

Mo Yan ganha Prémio Nobel da Literatura 2012


Foto: Reuters

O escritor chinês Mo Yan venceu o Nobel da Literatura pelo trabalho que o comité considerou ser de um "realismo alucinatório".
Mo Yan, de 57 anos, consegue conjugar "com realismo alucinatório, lendas, histórias e elementos contemporâneos", destacou a Academia Sueca.

Em Portugal foi publicado em 2007 o livro "Peito grande, ancas largas", traduzido por João Martins e editado pela Ulisseia. 

Mo Yan (pseudónimo literário de Guan Moye) nasceu, em 1956, na província de Shandong, "no seio de uma família pobre" e "foi forçado a abandonar a escola primária durante a Revolução Cultural (1966-76)".

A sua primeira obra literária, um conto que começou a escrever enquanto ainda era soldado, saiu em 1981. Seis anos depois publicou um romance de grande sucesso, "Red Sorghum". Em 2011, Mo Yan ganhou o Premio Mao Dun, o mais importante galardão literário oficial do país, e foi eleito vice-presidente da Associação dos Escritores da China.
O seu mais recente romance, "Frog", aborda um tema especialmente sensível:  a prática de abortos forçados na China devido à drástica política de controlo  da natalidade imposta há três décadas sob a fórmula "um casal, um filho".
"Em todos os países há certas restrições à escrita", disse o autor numa  entrevista concedida há dois anos à revista Time. 

Mo Yan considera que "um escritor deve enterrar os seus pensamentos  e transmiti-los através dos personagens dos seus romances". 

 O pseudónimo que criou significa, aliás, "não fales". 

in SicNotícias

10 outubro, 2012

"Agnoia", novo espetáculo do Teatro do Mar

Litoral Alentejano Tetro do Mar Agnoia

“Agnoia” - Teatro do Mar
  12 e 13 de outubro -  22h00
 Castelo de Sines
 
Uma criação de Julieta Aurora Santos, a peça utiliza como cenário um carrossel verdadeiro, metáfora do “carrossel da vida”.
“Agnoia” é um espetáculo com uma narrativa de caráter poético, físico e visual. O seu título tem uma dupla raiz: do grego, ignorância, e, do português, o estado do doente que não conhece nada do que o cerca.
Tendo o cenário como base conceptual, “Agnoia” trabalha “as dicotomias consciência e realidade, humanidade e animalidade, inocência e perversidade, sonho e pesadelo” e reflete sobre “a natureza humana, numa permanente rotação onde o tempo - invenção humana - condiciona as ações e controla o pensamento”, conforme se lê no seu texto de apresentação.
“Agnoia” apresenta várias questões sobre o “carrossel da vida”: “E se o carrossel da vida pudesse parar ou fazer-nos retroceder? E se houvesse a possibilidade de experimentar outros caminhos, se realmente nos pudéssemos ver de fora ou mergulhar mais profundamente dentro de nós próprios? E se reduzíssemos a velocidade vertiginosa dos dias de modo a aproveitar mais cada instante? E se nunca tivéssemos perdido a capacidade de reconhecer a magia da vida e a beleza das coisas simples?”
 

 
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e Encenação Julieta Aurora SANTOS | Atores Carlos CAMPOS, Luís João MOSTEIAS, Sandra SANTOS, Sérgio VIEIRA | Conceito Plástico Julieta Aurora SANTOS | Cenografia e Adereços / Construção Hugo CUSTÓDIO, Carlos CAMPOS | Figurinos e Caracterização Maria MATOS, Sandra SANTOS | Banda Sonora Tiago INUIT | Apoio ao Movimento Bruno ALEXANDRE | Desenho e Operação de Luz Hugo CUSTÓDIO | Direção Técnica Luís João MOSTEIAS | Operação de Som Maria MATOS | Produção Executiva e Promoção Artur CHAINHO | Secretariado Sónia CUSTÓDIO | Foto cartaz Christophe DESSAIGNE (www.midnight-digital.com) | Cartaz Ana GIL | Produção CONTRA REGRA - AAC

09 outubro, 2012

Edward Hopper (1882-1967) au Grand Palais




Edward Hopper, Nighthawks, 1942, Chicago, The Art Institute of Chicago, Friends of American Art Collection
        © The Art Institute of Chicago



Edward Hopper, Chop suey Collection de Barney A. Ebsworth
© Collection particulière




Grand Palais du 10 octobre 2012 au 28 janvier 2013
 

Cette rétrospective est la plus grande exposition parisienne du peintre américain organisée à Paris. 164 œuvres dont 128 peintures, aquarelles, gravures et illustrations, et certains de ses chefs-d’œuvre comme le fameux bar avec ses « oiseaux de nuits ». 55 tableaux sur la centaine qu'il a peints pendant sa période de maturité.
 

 
Les peintures d’Edward Hopper ont la simplicité trompeuse des mythes, l’évidence des images d’Epinal. Chacune d’elles est un condensé des savoirs hypothétiques, des rêves que nous inspire l’Amérique. Expression des sentiments les plus poignants, ou pures constructions mentales, ces peintures donnent lieu aux interprétations les plus contradictoires.
Romantique, réaliste, symboliste, et même formaliste, Hopper a été enrôlé tour à tour sous toutes les bannières. C’est cette complexité, signe de la richesse de cette oeuvre que s’efforce d’éclairer cette exposition.
Conçue chronologiquement, elle se compose de deux grandes parties : la première, consacrée aux années de formation, rapproche les œuvres de Hopper de celles de ses contemporains et de celles, découvertes à Paris, qui ont pu l’inspirer. La seconde partie à l’art de la maturité, des premières peintures emblématiques de son style personnel à ses œuvres ultimes.
 
Commissaire
Didier Ottinger, directeur adjoint du MNAM – Centre Pompidou
 
 
 


 
 

01 outubro, 2012

Hélio Oiticica - Museu é o Mundo



Hélio Oiticica morreu em 1980 com 42 anos.


Museu Colecção Berardo
Centro Cultural de Belém
21.09.2012 - 06.01.2013
 
 
No âmbito do Ano do Brasil em Portugal, o Museu Colecção Berardo dedica uma exposição à obra de Hélio Oiticica (1937-1980). O artista plástico brasileiro é considerado um dos artistas mais revolucionários do sec.XX e é cconhecido pelas suas criações inovadoras intituladas, por ele, como “arte amiga do ambiente”.
A exposição intitulada “Museu é o Mundo”, com curadoria de Fernando Cocchiarle e César Oiticica Filho (sobrinho do artista), abrange todos os períodos da sua produção, e inclui cerca de 117 obras, filmes, fotografias e documentos de grande interesse e actualidade, que serão apresentados cronologicamente, começando com o Grupo Frente, Metaesquemas, Pinturas Brancas, Bilaterais, Relevos Espaciais, Penetráveis, Bólides, Parangolés e Cosmococas.
 
 
Parangolé1- P25 Capa 21 -Xoxoba- 1968 Fotografia: César Oiticica Filho