27 fevereiro, 2017

Lusco-Fusco de Cristina Carvalho



Viktor, o narrador desta história encantadora, tem características especiais e no seu mundo de sonhos co-existem fadas, silfos, gnomos sereias e salamandras. Viktor e Rocka, a sua amiga vivem experiências fabulosas.

 

 

23 fevereiro, 2017

O Triunfo dos Porcos de George Orwell



George Orwell, nesta fábula, demonstra, através de uma escrita fabulosa, que o homem troca todos os seus ideais, pelos quais lutou arduamente, para conseguir o poder através da mentira e da corrupção. É na tirania que vinga o mandamento "Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros"...
Vale a pena (re)ler porque é sempre actual...





20 fevereiro, 2017

Une malle pleine de gens de Antonio Tabucchi



Neste livro, António Tabucchi presta homenagem a Fernando Pessoa e apresenta-nos textos curtos sobre a sua personalidade, os seus heterónimos (vários) e sobre o lugar que ocupou na literatura portuguesa no final do século XIX e inícios do século XX.
Trata-se de mais um ensaio sobre o grande poeta português e fornece alguns anexos para uma melhor compreensão do seu estudo.
Deu para verificar como é difícil traduzir a poesia de FP sem alterar o sentido do texto.


14 fevereiro, 2017

Todas as Cartas de Amor são Ridículas?





Todas as Cartas de Amor são Ridículas



Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos, in "Poemas"  (Heterónimo de Fernando Pessoa)



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Segunda-feira à tarde


Seria um mentiroso se não dissesse ainda
mais do que disse hoje na carta desta manhã dizer-te justamente a ti,
perante a qual posso falar tão livremente
como perante ninguém porque ainda ninguém
se pôs de tal modo ao meu lado como tu, consciente e 
voluntariamente, apesar de tudo, apesar de tudo
(distingue o Apesar de Tudo do grande a Despeito de )
As mais belas das tuas cartas (e
isto é dizer muito, pois são,
no seu todo, quase linha por linha, o que de mais belo
aconteceu na minha vida) são aquelas 
em que justificas o meu "medo" e 
simultaneamente procuras explicar que não 
tenho de o ter.Pois também eu, por muito que
às vezes pareça um defensor subornado
do meu medo, no fundo, o justifico provavelmente, 
mais sou feito dele e ele talvez seja o que eu tenho de melhor. E já  que ele é o
melhor de mim, talvez seja também a única coisa que te 
agrada. Porque, de outro modo, que se poderia encontrar 
em mim que fosse tão digno de ser amado. Isto é, no entanto, digno de ser amado.

(...)


in, Três Cartas a Milena Jesenská, Franz Kafka (edição fac-similada do manuscrito)




13 fevereiro, 2017

Três Cartas a Milena Jesenská de Franz Kafka

                                                       (edição fac-similada do manuscrito)


Hoje, reli estas Três Cartas a Milena Jesenská". Tenho livros aos quais volto regularmente. Este é um deles, aliás, Kafka é um dos autores a quem volto sempre.



12 fevereiro, 2017

O Bom Inverno de João Tordo



Após a leitura de As Três Vidas do mesmo autor, galardoado com o Prémio Saramago, espera-se que este esteja ao mesmo nível.
Bem escrito, o autor apresenta-nos um enredo policial que mantém o leitor preso e por vezes surpreendido com o desenrolar da ação.
O narrador é um escritor português frustado e depressivo (o facto de coxear e usar bengala é apenas psicológico) que aceita um convite para participar num encontro de escritores, na Hungria. Aí conhece outros escritores e vai envolver-se numa aventura estranha e negra...
Gostei, lê-se bem. No entanto, continuo a achar que As Três Vidas está num patamar superior.