21 dezembro, 2019

A Porta, de Magda Szabó



SINOPSE
Romance escrito em tom confessional e vagamente autobiográfico, A Porta narra a estreita relação que se estabelece entre duas mulheres na Hungria dos anos do pós-guerra: Magda, uma jovem escritora, e a sua empregada, Emerence, uma camponesa analfabeta.
Magda, até então impedida de publicar, é politicamente reabilitada pelo regime, e torna-se escritora a tempo inteiro, alcançando, aos poucos, o merecido sucesso e reconhecimento social.
Ao mudar-se para um apartamento maior, emprega Emerence para a ajudar com as lides domésticas. Esta é uma figura enigmática, respeitada e quase temida pela vizinhança, sobre a qual exerce uma autoridade natural, embora ninguém conheça verdadeiramente o seu passado ou vida privada. A porta de sua casa está sempre fechada.
A inesperada e dramática doença do marido de Magda reforçará a ligação e intimidade entre as duas mulheres, as quais, não obstante as enormes diferenças que as separam, estabelecem uma insólita relação de dependência e confiança mútua, que fará Emerence abrir a porta de sua casa a Magda, revelando-lhe os segredos de um passado traumático, ao mesmo tempo que precipita um final trágico na sua relação.

Nova tradução, feita directamente do húngaro pelo reconhecido escritor e ensaísta Ernesto Rodrigues.

OPINIÃO

Livro fabuloso que ainda estou a digerir. É este tipo de livros que me dá prazer ler, em que a história remói e remói a minha mente, não consigo pensar noutra coisa a não ser nas personagens. 
A narradora que é escritora (autobiográfico?) e a sua empregada e porteira do prédio, Emerence, vivem durante mais de vinte anos uma relação ambígua, desconcertante e bastante tumultuosa ancorada em momentos de amizade, de ódio, de amor. 
As duas personagens dotadas de uma personalidade forte que vai oscilando entre o entendimento e a desconfiança, provocam no leitor sentimentos contraditórios e intensos. 
É pelas palavras de Magda, a narradora, que vamos conhecendo a vida das personagens, os erros cometidos, o remorso e a culpa que carrega, o segredo de Emerence que está por detrás da porta e que pouquíssimas pessoas conhecem, mas também um pouco da História da Hungria. 
Gostei muito do livro, da história que questiona as relações humanas, da escrita e sobretudo de Emerence, personagem com um carácter incrível.


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