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27 março, 2024

𝑪𝒂𝒓𝒕𝒂 à 𝒎𝒊𝒏𝒉𝒂 𝑭𝒊𝒍𝒉𝒂, de Maya Angelou

 


Autora: Maya Angelou
Título: Carta à minha Filha
Tradutora: Maria do Carmo Figueira
N.º de páginas: 191
Editora: Lua de Papel
Edição (3.ª): Junho 2022
Classificação: Memórias/Testemunhos
N.º de Registo: (3441)



OPINIÃO ⭐⭐⭐⭐



Carta à minha Filha reúne 28 textos. É um livro de testemunhos, de memórias, de histórias.
Neles, maya Angelou aborda as suas raízes, a sua vida pessoal, a sua educação, as suas inúmeras viagens, o papel da mulher, o preconceito racial e o amor.
Ao atribuir este título ao livro, Maya Angelou que nunca teve uma filha (apenas um filho) atribui uma carga emocional e intimista à mensagem que pretende legar aos seus leitores. No fundo, é uma homenagem às mulheres, com ela própria o escreve.

É um livro de ensinamentos, de vivências, de amor e de carinho, mas também de dificuldades próprias de uma sociedade preconceituosa, de obstáculos, de recaídas e de recomeços muitos graças à literatura, à escrita, à sua força e vontade de vencer.
“Carta à minha filha”, o texto inicial, tem como destinatário uma suposta “querida filha” e funciona como preâmbulo, já que nele dá indicações sobre o que pretende contar, “as lições que aprendi e as condições em que as aprendi”. Adianta que só pretende referir o que lhe foi útil na vida e que não vai referir como usou as soluções “porque sei que és inteligente, criativa, expedita e que as utilizarás como achares melhor”; refere também que cometeu muitos erros e que aprendeu a aceitar as suas responsabilidades.

Só uma mulher inteligente e sensível se expõe, se “desnuda” sem receio perante os seus leitores ao escrever e partilhar de forma tão directa e sincera os seus pensamentos, as suas acções, decisões, erros e lutas. As suas histórias de vida revelam o seu amadurecimento perante os defeitos, os medos, mas também os sucessos e as alegrias.

“Podes não controlar todos os acontecimentos da tua vida, mas podes decidir não deixar que eles te debilitem. Tenta ser o arco-íris da nuvem de outra pessoa. Não te queixes. Esforça-te por mudar as coisas de que não gostas. Se não conseguires mudá-las, muda a tua maneira de pensar (…)” Este é o último “conselho” que delega “às milhares de filhas.”

Recomendo a leitura. Lê-se muito bem, os textos são curtos e a escrita é fluida, poética, inspiradora.


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