06 março, 2020

Xerazade – A Última Noite, de Manuela Gonzaga


OPINIÃO

De início, não é uma leitura fácil e requer muita atenção, mas à medida que se vai avançando, vamos entrando na pele da personagem e vamos acompanhando as histórias mágicas narradas pela personagem, Xerazade, ao seu “amor”. A autora recupera assim a história das Mil e Uma Noites, obra fabulosa de tradição oral.
“Agora, deixa-me contar-te uma história. Mais uma.” (p. 67)

Muitas das histórias narradas fazem parte do nosso imaginário na medida em que há inúmeras referências a mitos, a heróis clássicos, a deuses, a lendas, a contos de encantar. São contos maravilhosos, escritos numa prosa poética que nos cativam e nos surpreendem porque renovados de forma brilhante. A beleza das histórias narradas por Xerazade está precisamente na interligação das histórias do passado com a sua própria vida. Confesso que por vezes é difícil destrinçar esses dois tempos, mas é isso que torna este livro surpreendente e cativante.
“Voei, sim. Sem ti. E ainda tanto para contar. Ou será esta uma desculpa para não me ir embora? É estranho. Neste cruzar de histórias, acabei por recuar tempo de mais, amor.” (p.155)



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