01 setembro, 2019

mi Buenos Aires querido de Ernesto Schoo



SINOPSE

«Frente ao desafio de escrever sobre a complexa cidade de hoje, e a impossibilidade de abarcar Buenos Aires na sua densa malha urbana [...], vislumbrei uma única escolha possível: referir-me à "minha" cidade [...], o espaço delimitado onde decorreu a minha já longa vida. Haverá leitores que me critiquem pelo facto de não me ocupar do tango, do bairro de La Boca, da vida nocturna ou da calle Corrientes. Preferi deixar esses lugares- comuns no sítio próprio, as páginas dos inúmeros guias turísticos que existem sobre o tema. [...] Ao reler-me, no final desta deambulação totalmente subjectiva pelas ruas, pelos lugares e pelos edifícios que me são familiares, deixo o alerta para os limites, talvez estreitos, das minhas andanças portenhas: o bairro Norte, a Recoleta, Palermo, um pouco do centro, um pouco dos bairros de prestígio, como Belgrano ou Flores. Pouco mais: há zonas inteiras da cidade que me são estranhas, e lamento-o. Mas quero ser fiel aos cenários que conheço em vez de fingir uma cidadania ecuménica, essa espécie de condição absoluta de portenho a que aspiram imaginariamente alguns vates antiquados.»


OPINIÃO

Ernesto Schoo, jornalista argentino, apresenta-nos neste livro a sua Buenos Aires, a sua cidade, como ele próprio o refere “vislumbrei uma única escolha possível, referir-me à ”minha” cidade, o espaço delimitado onde decorreu a minha já longa vida”. Ele não pretende que o seu livro seja um guia turístico, mas sim a descrição do vivido, do observado e do recordado. 

Assim, numa prosa clara, elegante e sentimental, temos um relato que inclui, naturalmente, momentos da vida do autor. Como se deambulasse pela “sua” cidade, o autor descreve-nos os recantos frequentados, as ruas percorridas, as caminhadas silenciosas, os bairros e as várias influências arquitectónicas, os cemitérios, os jardins, as árvores, os teatros, e claro, a reconciliação dos portenhos com o rio “indolente e cor de terra”. 

“O Jardim Botânico é um daqueles lugares, bastante raros em Buenos Aires, onde o tempo se detém, a vertigem da grande cidade se anula e surge, misteriosamente, um espaço de sossego”.



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