29 agosto, 2019

Mil Sóis Resplandecentes de Khaled Hosseini




SINOPSE

Há livros que se enquadram na categoria de verdadeiros fenómenos literários, livros que caem na preferência do público e que são votados ao sucesso ainda antes da sua publicação. Há já algum tempo que se ouvia falar de Mil Sóis Resplandecentes, do afegão Khaled Hosseini, depois da sua fulgurante estreia com O Menino de Cabul, traduzido em trinta países e agora com adaptação cinematográfica em Portugal. A verdade é que assim que as primeiras cópias de Mil Sóis Resplandecentes foram colocadas à venda, o romance liderou o primeiro lugar nos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Holanda, Itália, Noruega, Nova-Zelândia e África do Sul, estando igualmente muito bem classificado no Brasil e em França. A própria Amazon americana afirmou que há muito tempo não tinha visto um entusiasmo tão grande a propósito de um livro. Devido ao elevado número de encomendas, nos Estados Unidos, foram realizadas cinco reedições ainda antes do livro chegar às livrarias e na primeira semana após a publicação, já tinham sido registadas um milhão de cópias em circulação. É pois um caso verdadeiramente arrebatador que combina preferências populares potenciadas pelo efeito de passa-palavra às melhores críticas internacionais. Confirmando o talento de um grande narrador, Mil Sóis Resplandecentes passa em revista os últimos trinta anos no Afeganistão através da comovente história de duas mulheres afegãs casadas com o mesmo homem, unidas pela amizade e pela dor proveniente dos abusos que lhes são infligidos, dentro e fora de casa, em nome do machismo e da violência política vigente durante o regime taliban, mas separadas pela idade e pelas aspirações de vida. Um livro revelador, que aborda as relações humanas e as reforça perante reacções de poder excessivo e impunidade.

OPINIÃO

Comprei este livro em 2008, ano da sua publicação, e como tantos outros foi ficando na estante, outros se intrometeram e avançaram. Decidi, finalmente, dar-lhe uma oportunidade. Já sabia que era duro e violento tendo em conta o seu conteúdo, isto é, a guerra no Afeganistão, a ocupação e retirada dos soviéticos, a tomada de poder primeiro pelos mujahidin e depois pelos talibans.

Mas é sobretudo a história de duas mulheres, Mariam e Laila, casadas com o mesmo homem, Rashid, que impõe regras dentro e fora de casa de acordo com a tradição estabelecida. Elas, cumprem. Humilhadas, caladas, submissas. 

Por muito que estejamos informados acerca das convulsões sociopolíticas que atingiram o Afeganistão nas últimas três décadas do século XX, a leitura deste livro, mesmo assim, é marcante e devastadora. Há momentos de extrema violência, de intolerância. Porém, e apesar da crueldade humana, em Mil Sóis Resplandecentes vingam a amizade, o amor e a esperança.

“Não se podem contar as luas que brilham sobre os telhados,
Nem os mil sóis resplandecentes
que se escondem por trás dos seus muros.”



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