26 fevereiro, 2019

A Gaivota de Sándor Márai


SINOPSE

Alto funcionário ministerial, culto, solitário e seguro de si próprio, o homem acaba de ditar uma ordem de enorme significado, uma decisão que, numa questão de horas afectará, inexoravelmente, milhões de pessoas. No entanto, a sua serenidade aparentemente imutável desmorona-se com o aparecimento inesperado de Aino Laine, uma formosa jovem finlandesa de nome poético, que tem uma notável semelhança com a única mulher que ele amou, morta há anos. Então, contrariando o que aconselham a prudência profissional e o decoro, este convida a mulher desconhecida para o acompanhar nessa mesma noite à ópera. 

Começa assim entre ambos um diálogo íntimo e profundo, um arriscado jogo de sedução, onde a paixão, a nostalgia e a força do destino provocam uma perturbante transformação no sólido equilíbrio burguês de um homem sensato e honrado. Publicado pela primeira vez em 1943 — um período da Segunda Guerra Mundial de extraordinária tensão e incerteza na Hungria, cujo regime tinha alinhado com a Alemanha nazi — A Gaivota é mais um exemplo da prosa incomparável, incisiva e intransigente de Sándor Márai, um dos maiores escritores do século XX.


OPINIÃO

Livro magistralmente escrito. De leitura complexa, apresenta uma escrita metafórica, densa e plena de ambiguidade, nada é dito claramente, e também porque a voz do narrador (escrita na 3.ª pessoa) se confunde com os pensamentos da personagem. Obra portentosa, envolvente, onde o poder das palavras é esmagador e a manipulação do segredo é levada até ao fim. 


Numa mescla de realidade e onírico, a trama da história situa-se em plena segunda guerra mundial e é através de monólogos e de diálogos íntimos e profundos, que o leitor vai tomando conhecimento, lentamente, da vida das duas personagens envolvidas: um alto funcionário ministerial, cujo nome desconhecemos e uma jovem finlandesa de nome Aino Laine/Única Onda. A chegada desta jovem vai alterar os planos do alto funcionário, desmoronar a sua serenidade e mudar o seu destino. 
De leitura obrigatória.




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