31 dezembro, 2013

Um poema de Miguel Torga



Tempo

Tempo — definição da angústia.
Pudesse ao menos eu agrilhoar-te
Ao coração pulsátil dum poema!
Era o devir eterno em harmonia.
Mas foges das vogais, como a frescura
Da tinta com que escrevo.
Fica apenas a tua negra sombra:
— O passado,
Amargura maior, fotografada.

Tempo...
E não haver nada,
Ninguém,
Uma alma penada
Que estrangule a ampulheta duma vez!

Que realize o crime e a perfeição
De cortar aquele fio movediço
De areia
Que nenhum tecelão
É capaz de tecer na sua teia! 



 in Cântico do Homem

30 dezembro, 2013

A Paisagem Nórdica do Museu do Prado no MNAA


Museu Nacional de Arte Antiga 

03-12-2013 a 30-03-2014. 



Obras-primas do Museu do Prado em Lisboa. São 57 as pinturas pertencentes ao museu madrileno, de grandes mestres da paisagem do século XVII que podem ser vistas no MNAA.


A mostra resulta de um acordo formalizado pelos directores das duas instituições: António Filipe Pimentel, do Museu Nacional de Arte Antiga, e Miguel Zugaza, do Museu do Prado. Este acordo inédito e de renovação automática determina uma série de iniciativas entre os dois museus, incluindo a divulgação e estudo dos respectivos acervos.

“Rubens, Brueghel, Lorrain - A Paisagem Nórdica do Museu do Prado” é a primeira iniciativa. Comissariada por Teresa Posada Kubissa, conservadora do Museu do Prado na área de pintura flamenga e Escolas do Norte (até 1700), a exposição viajou por algumas cidades espanholas antes de chegar à capital portuguesa.



25 dezembro, 2013

um Poema de Fernando Pessoa





Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se vai mais uma quadra
Sinto mais Natal nos pés.

Não quero ser dos ingratos
Mas, com este obscuro céu,
Puseram-me nos sapatos
Só o que a chuva me deu.

Fernando Pessoa, In Poesia 1918-1930 

20 dezembro, 2013

de Al Berto




O mar está cor de chumbo, o dia arrasta-se húmido, não me apetece fazer nada,sento-me em frente à janela e tento esvaziar-me de pensamentos  mais complexos que me assolam.

desejar que, repentinamente, o mar recuasse até à linha do horizonte, significaria tê-lo de volta aqui, ao pé de mim, um instante depois, nas minhas costas.

Al Berto, Diários

13 dezembro, 2013

Maria Mota, galardoada com o Prémio Pessoa 2013




A investigadora Maria Manuel Mota foi distinguida com o Prémio Pessoa 2013, anunciou hoje o júri, em Sintra, pelos seus estudos sobre a malária. O Prémio Pessoa é concedido anualmente à pessoa de nacionalidade portuguesa que durante esse período e na sequência de uma atividade anterior tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do País.


Reunido em Seteais o Júri do Prémio Pessoa 2013, constituído por Francisco Pinto Balsemão (Presidente), Fernando Faria de Oliveira (Vice-Presidente), António Barreto, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, João Lobo Antunes, José Luís Porfírio, Maria de Sousa, Mário Soares, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques decidiu atribuir o Prémio Pessoa 2013 a Maria Manuel Mota.

Maria Manuel Mota nasceu no Porto em Abril de 1971, licenciou-se em Biologia pela Universidade do Porto, onde também fez o Mestrado em Imunologia e doutorou-se em Parasitologia Molecular na University College of London.

Depois de um pós doutoramento na New York University Medical Center, foi investigadora principal no Instituto Gulbenkian da Ciência. È, desde 2005, investigadora principal do Instituto de Medicina Molecular e Professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. A sua área científica é a malária, uma das causas principais de mortalidade a nível mundial. O grupo que constitui tem desenvolvido investigação fundamental com vista a esclarecer os mecanismos pelos quais o parasita se desenvolve no hospedeiro humano.


11 dezembro, 2013

Morreu Nadir Afonso





O arquiteto e pintor, Nadir Afonso, mestre da abstração geométrica, morreu hoje aos 93 anos.

Após ter vivido a infância em Chaves, onde nasceu a 4 de Dezembro de 1920, Nadir Afonso mudou-se para o Porto, onde foi estudar Arquitetura em 1938 na Escola de Belas-Artes. Estudou também em França, na Beaux-Arts de Paris, onde chega em 1946.

Foi da sua geração a figura que mais frutos colheu dos contactos com a vanguarda internacional: “Viveu em Paris. Trabalhou com Le Corbusier, foi colega do [compositor] Xenákis, que também foi arquitecto, foi amigo e colega de Vasarely. Também trabalhou com o Niemeyer em São Paulo. Expôs na Galeria Denise René, centro das vanguardas construtivistas do pós-guerra em Paris.”


Foi depois do período brasileiro, entre 1952 e 1954, que Nadir Afonso decidiu abandonar definitivamente a arquitetura para se dedicar em exclusivo à pintura.

No período das décadas de 1940 e 1950, distante de Portugal, “realiza uma obra por vezes mal avaliada na extensão, complexidade e actualidade das suas propostas". "É ele que faz a primeira pintura cinética em Portugal”, continua Pedro Lapa, referindo-se ao objecto cinético Espacillimité (1956). Por último, Lapa refere os muitos livros que escreveu e publicou, “desenvolvendo uma actividade de teorização e reflexão ímpar no contexto dos artistas portugueses das sua geração”.


07 dezembro, 2013

EUA: Português vence prémio internacional de psicologia










Nos EUA, o professor catedrático António Damásio foi distinguido com o Prémio Grawemeyer 2014 na área da Psicologia. O português foi condecorado pela hipótese que apresentou sobre os marcadores somáticos, que mostra a forma como as emoções influenciam a tomada de decisões. 

Segundo a 'Temas e Debates', editora que chancela as obras do investigador, o Prémio Grawemeyer para Psicologia, entregue anualmente pela Universidade de Louisville, no Kentucky, tem vindo a distinguir "os mais destacados estudiosos da cognição e da neurociência pelas suas ideias revolucionárias". 

Damásio, de 69 anos, é titular da cátedra David Dornsife de Neurociência, professor de psicologia e neurologia e ainda director do Brain and Creativity Institute (Instituto do Cérebro e da Criatividade).


in Boas Notícias sapo.pt

05 dezembro, 2013

Um Adeus a Madiba


Nelson Mandela
18 julho 1918 - 5 dezembro 2013


Vencedores do Prémio Portugal Telecom de Literatura




O romance O Sonâmbulo Amador, do escritor brasileiro José Luiz Passos, é o grande vencedor da 11ª edição do Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, escolhido entre os vencedores de cada categoria - romance, conto e poesia - tendo também recebido o prémio de melhor livro de romance. O anúncio foi feito numa cerimónia realizada no auditório Ibirapuera, em São Paulo, no Brasil.


Os outros livros vencedores da noite foram Essa coisa brilhante que é a chuva, de Cíntia Moscovich, na categoria de contos, e Sentimental, de Eucanaã Ferraz, na categoria de poesia.


02 dezembro, 2013

Maria Velho da Costa vence prémio Vida Literária da APE





O prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), foi atribuído esta segunda-feira à romancista Maria Velho da Costa. A decisão foi unânime e o presidente da APE, José Manuel Mendes, justificou a escolha sublinhando a “criatividade da escritora”, o seu “percurso pessoal e literário”, e ainda o modo inventivo como a autora, que já recebera em 2002 o prémio Camões, trabalha a língua portuguesa.

Nascida em Lisboa em 1938, Maria Velho da Costa estreou-se em 1966 com O Lugar Comum, é co-autora das célebres Novas Cartas Portuguesas (1972) e escreveu alguns dos mais significativos romances da ficção portuguesa posterior ao 25 de Abril, como Casas Pardas (1977), Missa in Albis (1988) ou o mais recente Myra (2008), que venceu os prémios PEN, Máxima, Correntes d’Escrita e DST. A sua obra, que vem sendo traduzida desde os anos 70 nas principais línguas europeias, revolucionou como poucas o romance em língua portuguesa.

in Público


Miguel Torga, José Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, Óscar Lopes, José Cardoso Pires, Eugénio de Andrade, Urbano Tavares Rodrigues, Mário Cesariny, Vítor Aguiar e Siva, Maria Helena da Rocha Pereira e João Rui de Sousa são os outros distinguidos com o Prémio Vida Literária, que não era atribuído desde 1990.

Exposição Lisboa em Pessoa



Local da Exposição: Aeroporto de Lisboa (chegadas – Praça Cilindro)
Duração: de 25 de Novembro de 2013 a 31 de Janeiro de 2014

Organização: Casa Fernando Pessoa
Curadoria: Inês Pedrosa


"Fernando Pessoa (1888-1935), considerado o maior poeta português do século XX e um dos mais destacados criadores da literatura mundial, viveu dentro do planeta das palavras de uma forma vertiginosa, desdobrando-se em personagens tão reais como ele próprio – os heterónimos. 
Ao universo composto pelo poeta da natureza Alberto Caeiro, pelo neoclassicista Ricardo Reis e pelo decadente, futurista e modernista Álvaro de Campos, Pessoa acrescentou ainda muitas outras figuras, entre as quais um detective, um frade, um filósofo, vários tradutores, diaristas, um fidalgo que se suicida, uma mulher corcunda que está a morrer de tuberculose e um astrólogo (Rafael Baldaya que, além de conceber cartas astrológicas de amigos, clientes e personalidades da História universal, desenhou os mapas astrológicos do próprio Pessoa e dos seus três principais heterónimos, tendo-se também dedicado ao estudo do ocultismo).
A Bernardo Soares, um fictício ajudante de guarda-livros classificado como semi-heterónimo por ter uma personalidade semelhante à do autor, foi atribuído o Livro do Desassossego. Esta obra em prosa tornou mundialmente conhecido Fernando Pessoa, a partir da sua edição, em 1982. 
Pessoa caracterizou o seu projecto literário como “um drama em gente, em vez de em actos”, e cultivou a arte do fingimento: “Eu simplesmente sinto com a imaginação”.
Lisboa foi mais do que o cenário da prodigiosa arquitectura literária de Pessoa – foi a sua casa (feita de muitas moradas), o seu porto de abrigo e desabrigo, a sua segurança funcionária e o seu desvario, território de encontros e oceano de solidão. Como escreveu Teresa Rita Lopes, no prefácio ao guia de Lisboa que o próprio Poeta escreveu (“Lisboa: o que o turista deve ver”, edição Livros Horizonte): “Para Pessoa, Lisboa foi mais do que uma cidade, foi a pátria, condensadamente. E desde que nela lançou âncora, em 1905, nunca mais daí saíu”. 
Comemorando os 125 anos de nascimento deste escritor universal, a Casa Fernando Pessoa – a morada de Pessoa nos seus últimos 15 anos de vida, de 1920 a 1935 – recupera as suas ruas e trajectos, as suas deambulações e os seus lugares em Lisboa, a sua cidade e, por isso mesmo, cidade-símbolo da sua extraordinária aventura literária."

Inês Pedrosa, Directora da Casa Fernando Pessoa


Mais informação e fotos em: http://www.lisboaempessoa.com/galeria.html

01 dezembro, 2013

III Congresso Internacional Fernando Pessoa





Após três dias de encantamento, no Teatro Aberto, ilustres pessoanos desassossegaram com comunicações riquíssimas os muitos participantes que aí acorreram. Terminou, ontem, o III Congresso Internacional de Fernando Pessoa, em Lisboa e no final da sessão foi atribuída a Ordem do Desassossego. Nesta edição, foram quatro os agraciados: Teresa Rita Lopes, Richard Zenith, Patrick Quillier e António Carrapatoso. 
Teresa Rita Lopes é a pessoana portuguesa mais consagrada de sempre. 
O norte-americano Richard Zenith é o Prémio Pessoa 2013 e o mais reconhecido investigador internacional do poeta português.
Patrick Quillier é o responsável pela tradução e edição da maior parte da obra de Fernando Pessoa publicada em França.
António Carrapatoso é o responsável pela decisão da Vodafone em patrocinar a digitalização integral da biblioteca particular de Pessoa, tornando-a disponível para consulta na internet, de forma gratuita, em todo o mundo.
Para finalizar o evento, os participantes foram contemplados com a leitura magnífica do poema Ultimatum de Álvaro de Campo, por Diogo Dória.




26 novembro, 2013

III Congresso Internacional de Fernando Pessoa






Teatro Aberto - Praça de Espanha 
28, 29 e 30 de novembro


Durante três dias, no ano em que se celebram os 125 anos do autor, a Casa Fernando Pessoa reúne mais de quarenta investigadores, críticos, tradutores e criadores de variados países, no espaço em que o poeta viveu os seus últimos 15 anos e onde se encontra a sua biblioteca pessoal, promovendo o encontro entre os leitores da sua obra.

Alexandra Lucas Coelho vence Grande Prémio de Romance da APE



O romance E a Noite Roda de Alexandra Lucas Coelho, editado pela Tinta da China, é o vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE) relativo a 2012. O prémio co-promovido pela Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, foi atribuído por unanimidade.

José Correia Tavares, Ana Marques Gastão, Clara Rocha, Isabel Cristina Rodrigues, Luís Mourão e Manuel Gusmão formaram o júri que tomou a decisão final, nesta segunda feira, dia 25.

E a Noite Roda, história de amor entre uma jornalista catalã – Ana Blau, a narradora – e um jornalista belga, estava na corrida com mais cinco finalistas: O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel, de Mário de Carvalho, Jesus Cristo Bebia Cerveja, de Afonso Cruz, A Rapariga Sem Carne, de Jaime Rocha, e O Banquete, de Patrícia Portela.



23 novembro, 2013

Brassaï à Paris



Exposition gratuite | 8 novembre 2013 - 8 mars 2014
Tous les jours de 10h à 19h sauf  dimanges et jours fériés



La Ville de Paris poursuit son exploration de la capitale à travers le regard de ses plus grands photographes en présentantl’oeuvre intense et lumineuse de Brassaï. 


L’exposition "Brassai, Pour l’amour de Paris" relate l'histoire exceptionnelle d'une passion, celle qui a uni pendant plus de cinquante ans Brassaï l'écrivain, le photographe, le cinéaste, aux coins et recoins de la capitale mais aussi à tous ceux, intellectuels, artistes, grandes familles, prostituées et vauriens, bref à tous ceux et celles qui font la légende de Paris. Toute sa vie en effet, Paris demeure au cœur de sa réflexion, le fil rouge de son travail.



Brassaï



Né en 1899 à Brasso en Transylvanie, Gyulus Halasz qui prendra le nom de Brassaï lorsqu'il commencera à photographier en 1929, vient tout juste de fêter ses quatre ans lorsque son père professeur de littérature l’embarque avec lui à Paris où il est invité à passer une année sabbatique. Cette période d'enchantement miraculeuse reste à jamais gravée dans la mémoire du jeune homme.

Cette fascination pour Paris amène Brassaï à rejoindre la capitale française en 1924 après ses études d'art à Berlin. Il va rapidement rencontrer Desnos, Prévert qui l’intègrent dans le milieu brillant des artistes et intellectuels qui font la renommée des Années Folles à Montparnasse et l'introduisent dans la nébuleuse surréaliste. 


in Que faire à Paris?



13 novembro, 2013

Exposição "Miss Dior" no Grand Palais



"Miss Dior", o primeiro perfume criado por Christian Dior em 1947, é tanto um símbolo quanto um mito. 

A exposição "Miss Dior", comissariada por Hervé Mikaeloff,  inaugura hoje, no Grand Palais, em Paris,  e apresenta pela primeira vez os trabalhos de 15 mulheres artistas femininas de diferentes nacionalidades convidadas a criar obras inspiradas no universo Miss Dior. A exposição conta ainda com fotografias raras e peças de coleção, que acompanham  as obras de arte. 


Joana Vasconcelos foi uma das convidadas a participar nesta exposição, juntamente com, entre outras, a francesa Carole Benzaken, a coreana Lee Bul,  a brasileira Maria Nepomuceno, a britânica Hanna Starkey, a americana Polly Apfelbaum, a japonesa Tomoko Shioyasu  e a iraniana Shirin Neshat.

A jóia que Joana Vasconcelos criou é um enorme laço dourado com 280x305x105cm, feito com frascos de perfume “J’Adore” iluminados, resina de poliéster, fibra de vidro, LED RGB, microcontrolador, fonte de alimentação e metal e intitula-se «J’Adore Miss Dior». 

Cada obra será exposta ao lado de uma criação icónica da casa Dior, como o vestido "Concerto", de 1957, que acompanhará o laço de Joana Vasconcelos.


Joana Vasconcelos cria laço gigante a convite da Dior




07 novembro, 2013

Albert Camus - 100 anos







Escritor, jornalista e ensaísta francês, Albert Camus nasceu a 7 de novembro de 1913 em Mondovi, na Argélia. Filho de um jornaleiro meio argelino, meio francês, e de uma espanhola analfabeta, cedo se revelou um estudante exemplar tendo-se licenciado em Filosofia pela Universidade de Argel, em 1936.

Em 1937, publicou o seu primeiro livro, uma antologia de ensaios com o título L'Envers Et L'Endroit. No ano seguinte, passou a trabalhar como jornalista no Alger Républicain.


Com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, Camus publicou Noces (1939), uma antologia de ensaios.

Juntou-se ao movimento da Resistência Francesa e, em 1942, publicou um dos seus principais romances, L'Étranger, obra que  dava início ao estudo do absurdo, uma constante no seu trabalho, e que representava a prova aparente, segundo Camus, da não existência de Deus.


Em 1942, publicou o ensaio filosófico LeMythe de Sisyphe: Essai Sur L'Absurde. Neste ensaio  juntou o conceito do suicídio ao conceito do marasmo do absurdo da vida (conceito que havia de caracterizar a problemática existencial de toda uma geração de autores e pensadores).

Em 1943, juntamente com o escritor Jean-Paul Sartre, fundou o jornal de esquerda Combat, de que foi editor até 1947, ano em que publicou o seu terceiro romance,  La Peste, uma alegoria à ocupação da França pelos Nacional-Socialistas em que os comportamentos humanos em situações extremas são cuidadosamente analisados. 

Rompendo pouco tempo depois com Jean-Paul Sartre, líder da corrente existencialista, Camus publicou, em 1951, L'Homme Revolté, ensaios dedicados à génese histórica do Ateísmo.

Com o título La Chute,  em 1956, retoma   a problemática da justiça humana, sempre em torno da célebre frase de Dostoievski: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido".

Em 1957 foi Galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.

Albert Camus faleceu prematuramente, a 4 de janeiro de 1960, num acidente de viação. 


Obras
 
- Révolte dans les Asturies (Revolta nas Astúrias) ,1936, Ensaio de criação colectiva.
- L'Envers et l'Endroit (O Avesso e o Direito), 1937, Ensaio.
- Noces (Núpcias), 1939 antologia de ensaios e impressões.
- Réflexions sur la Guillotine (Reflexões sobre a Guilhotina), 1947.
- L'Étranger (O Estrangeiro), 1942, romance.
- Le Mythe de Sisyphe O mito de Sísifo), 1942, ensaio sobre o absurdo.
- Les justes (Os justos), Peça em 5 actos, Editor Gallimard, 2008.
- Le Malentendu (O malentendido), 1944, Peça em três actos.
- Lettres à un ami allemand (Cartas a um amigo alemão), publicadas com o pseudónimo de Louis Neuville, Editor Gallimard. 
- Caligula (Calígula) (primeira versão em 1941), Peça em 4 actos.
- La peste (A peste), Editor Gallimard, 1972.
- L'État de siège (Estado de sítio), (1948), Espectáculo em três partes.
- L'Artiste en prison (O Artista na prisão), 1952 prefácio sobre Óscar Wilde.
- Actuelles (Atuais) I, Crónicas,1944-1948", 1950.
- Actuelles (Atuais) II, Crónicas, 1948-1953.
- L’homme révolté (O homem revoltado), 1951.
- L'Été (O Verão), 1954, Ensaio.
- Requiem pour une nonne (Réquiem para uma freira).
- La chute (A queda), Editor Gallimard, 1972. 
- L'Exil et le Royaume (O exílio e o reino), Gallimard, 1957 contos: (La Femme adultère (A mulher adúltera), Le Renégat (O Renegado), Les Muets (Os Mudos), L'Hôte (O Hóspede), Jonas.
- La Pierre qui pousse (A Pedra que brota).
- Os discursos da Suécia, 1957.
- Carnets I (Cadernetas I), maio 1935- fevereiro 1942, 1962.
- Carnets II (Cadernetas II), janeiro 1942-março 1951, 1964.
- Carnets III (CadernetasIII), março 1951-dezembro 1959.
- La Postérité du soleil, photographies de Henriette Grindat. Itinéraire par René Char (A posteridade do Sol, fotografias de Henriette Grindat. Itinerário por René Char, edições E. Engelberts, 1965,  nova edição Gallimard, 2009.
- Les possédés (Os possessos), 1959, adaptação ao teatro do romance de Fiódor Dostoiévski.
 - Résistance, Rebellion, and Death (Resistência, Rebelião e Morte).
- Le Premier Homme (O Primeiro Homem), Gallimard, 1994, publicado por sua filha, romance inacabado.
- La mort heureuse (A morte feliz).




06 novembro, 2013

Casa da Liberdade - Mário Cesariny






A CASA DA LIBERDADE - MÁRIO CESARINY é um espaço artístico, polivalente, com características museológicas, que presta homenagem ao poeta e pintor surrealista Mário Cesariny de Vasconcelos. 

Localiza-se no centro histórico da cidade de Lisboa, em Alfama e em articulação com a Perve Galeria, que lhe é contígua, acolhe um espólio artístico e documental legado pelo artista que lhe dá nome e uma coleção que começou a ser reunida nos anos 90, constituída por diferentes núcleos temáticos, dedicados a áreas artísticas distintas.

 É de um espaço multifacetado que tem por base o conceito aglutinador de liberdade de Mário Cesariny e mais do que obras que se inscrevam no que se pode definir por Surrealismo ‘ortodoxo’, nesse espaço, são apresentadas obras cujo horizonte é delineado pela liberdade, seja ela formal, narrativa, epistemológica, ideológica, conceptual, política, ou religiosa.

Ver iniciativas: aqui


BN CL 1

Um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen



                                                                      Foto retirada da net 

Este é o tempo
Da selva mais obscura

Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura

Esta é a noite
Densa de chacais
Pesada de amargura

Este é o tempo em que os homens renunciam.


in Mar Novo

05 novembro, 2013

Um poema de Clarice Lispector



Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem

a importância das pessoas que passaram por suas
vidas.
O Futuro mais brilhante é baseado num passado
Intensamente vivido.

Você só terá sucesso na vida
Quando perdoar os erros e as decepções do passado

A vida é curta, mas as emoções
Que podemos deixar dura uma eternidade
A vida não é de se brincar
Por que em pleno dia se morrer

Clarice Lispector

Colóquio Internacional Almada Negreiros


Fundação Calouste Gulbenkian - Lisboa
13, 14 e 15 de Novembro 2013


No ano em que se completam 120 anos sobre o nascimento de Almada Negreiros e 100 anos sobre a sua primeira exposição, O Projecto Modernismo Online, em parceria com o Instituto de Estudos de Literatura Tradicional e do Instituto de História de Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, organiza o Colóquio Internacional Almada Negreiros.


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Ondjaki vence prémio Saramago 2013






Com o romance Os transparentes o escritor angolano, de 36 anos, vence a 8ª edição do prémio José Saramago.

A distinção foi anunciada hoje, na sede da Fundação José Saramago, no mesmo dia em que é publicado o seu novo livro, Uma escuridão bonita, com ilustrações de António Jorge Gonçalves. 


É o segundo prémio que o escritor recebe este ano, depois do Prémio Fundação Nacional do Livro Infantil.



"Este prémio não é meu, este prémio é de Angola." Foi assim que Ondjaki agradeceu o prémio. "Eu não ando sozinho, faço-me acompanhar dos materiais que me passaram os mais velhos. Na palavra 'cantil' guardo a utopia, para que durante a vida eu possa não morrer de sede."

"Este é um livro sobre uma Angola que existe dentro de uma Luanda que eu procurei escrever e descrever. Fi-lo com o que tinha dentro de mim entre verdade, sentimento, imaginação. E amor. É uma leitura de carinho e de preocupação. É um abraço aos que não se acomodam mas antes se incomodam. É uma celebração da nossa festa interior, trazendo as makas, os mujimbos, algumas dores, alguns amores. Penso que todos queremos uma Angola melhor", referiu o escritor no seu discurso de agradecimento.


Instituído pela Fundação Círculo de Leitores, o prémio, que é atribuído de dois em dois anos, distingue uma obra literária no domínio da ficção, romance ou novela, escrita em língua portuguesa, por um autor com idade não superior a 35 anos à data da publicação do livro, e cuja primeira edição tenha saído em qualquer país lusófono.



Paulo José Miranda, Adriana Lisboa, José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Andréa del Fuego foram os nomes premiados  nas edições anteriores.

02 novembro, 2013

Mia Couto vence prémio internacional de literatura Neustadt






O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido com o prémio internacional de literatura Neustadt, atribuído de dois em dois anos pela Universidade de Oklahoma desde 1970.  


Os outros escritores nomeados para o que é considerado o prémio Nobel norte-americano foram o argentino César Aira, a vietnamita Duong Thu Huong, o ucraniano Ilya Kaminsky, o japonês Haruki Murakami, o norte-americano Edward P. Jones, o sul-coreano Chang-rae Lee, o palestiniano Ghassan Zaqtan e Edouard Maunick, das Ilhas Maurícias.


Em declarações à agência Lusa, Mia Couto dedicou  o prémio à sua família, que apelidou de "primeira nação"  e a "Moçambique, por todas as razões, mas agora ainda mais, porque temos de ficar mais juntos nessa busca por opções de paz, por alternativas de desenvolvimento".




Mia Couto, com 58 anos,  já recebeu os seguintes prémios:


1995 - Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos
1999 - Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra
2001 - Prémio Mário António, pelo livro O último voo do flamingo
2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas
2007 - Prémio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura
2012 - Prémio Eduardo Lourenço 2011
2013 - Prémio Camões 2013

01 novembro, 2013

Prémios P.E.N. 2012 atribuídos ex aequo na Poesia e no Ensaio



           

Hélia Correia com A Terceira Miséria (Relógio de Água) e Manuel de Freitas com Cólofon (Fahrenheit 451) vencem, em ex aequo, o prémio P.E.N. Poesia.


           



Rosa Maria Martelo com O Cinema na Poesia (Assírio & Alvim)  e Fernando Rosas com Salazar e  o Poder, a Arte de Saber Durar (Tinta da China), são os vencedores, também em ex aequo,  do prémio P.E.N. Ensaio. 


  

Ao romance Travessa d’Abençoada (Sextante Editora) de João Bouza da Costa é atribuído o prémio P.E.N. Narrativa.




Raquel Nobre Guerra vence o prémio P.E.N. Primeira Obra com o título Groto Sato (Mariposa Azul).


  O P.E.N. (Poetas, Ensaístas, Novelistas) Club foi constituído legalmente em Portugal, em 1979, fazendo parte do P.E.N Club Internacional, que é a maior e a mais antiga organização de escritores do mundo, criada em 1921, por escritores ingleses. O seu primeiro presidente foi John Galsworthy, Prémio Nobel da Literatura em 1932.


15 outubro, 2013

Gabriela Ruivo Trindade vence Prémio Leya


                                                      Foto retirada da internet


O romance Uma Outra Voz, escrito por uma portuguesa radicada em Londres,  retrata a emigração para África de uma família de Estremoz.


Com cerca de 300 páginas, é um romance contado a várias vozes, com personagens femininas muito fortes, em que o ponto de vista da história se vai alterando. Júdice, tal como Alegre, explicou que não se trata de uma narração simples, mas de um romance em que por vezes encontramos documentos visuais que nos permitem ver melhor o que foi essa época: “Junta fotografia com ficção.”

A obra vencedora foi escolhida por um júri que incluiu Manuel Alegre, os escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, e ainda José Carlos Seabra Pereira, da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, da Universidade de São Paulo.

Segundo o grupo Leya, esta foi, até agora, a edição “mais concorrida e internacional” do prémio, com 491 originais oriundos de 14 países. Instituído em 2008 com o objectivo de distinguir anualmente um romance inédito escrito em língua portuguesa. 



13 outubro, 2013

José Eduardo Agualusa vence prémio Fernando Namora





O último romance do escritor angolano José Eduardo Agualusa, Teoria Geral do Esquecimento, é o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora. O júri salienta que “esta obra engrandece o apurado estilo literário da ficção do autor”.
 
A narrativa do livro de José Eduardo Agualusa centra-se em Luanda, começando nas vésperas da proclamação da independência (11 de Novembro de 1975), quando uma portuguesa decide erguer um muro para se separar do edifício onde mora, acabando por sobreviver isolada durante cerca de 30 anos.
 
Nos finalistas, para além de Agualusa estavam os escritores Afonso Cruz (Jesus Cristo Bebia Cerveja), Ana Cristina Silva (O Rei do Monte Brasil), Julieta Monginho (Metade Maior) e Rui Nunes (Barro).
 

10 outubro, 2013

Nobel da Literatura - Alice Munro



                                       
                                        
Alice Munro  2009 | Foto de PETER MUHLY/AFP/Getty Images



O Prémio Nobel da Literatura 2013 foi atribuído à canadiana Alice Munro, anunciou hoje a Academia de Ciências Sueca. A escritora, de 82 anos, foi apresentada como "mestre do conto contemporâneo" e é a 13ª mulher a receber este galardão.

Na biografia que divulga da escritora, a academia sueca aplaude os contos de Munro, que focam "a fragilidade da condição humana", e elogiam a "narrativa afinada" da escritora, "que se caracteriza pela clareza e pelo realismo psicológico". "Alguns críticos consideram-na um Tchekhov canadiano", acrescenta a academia. 

"As suas histórias passam-se frequentemente em pequenas localidades, onde a luta por uma existência socialmente aceitável muitas vezes resulta em relações tensas e conflitos morais - problemas que resultam de diferenças geracionais e ambições de vida que colidem", escreve ainda. Os seus textos descrevem frequentemente "eventos do dia-a-dia, mas decisivos; verdadeiras epifanias que iluminam a história e deixam questões existenciais aparecer num relâmpago". 

Munro é sobretudo conhecida pelos seus contos e publicou muitas coleções ao longo dos anos, nomeadamente "Amada Vida", "Fugas" e "O Amor de Uma Boa Mulher", publicadas em Portugal pela editora Relógio d'Água. 

in SICnotícias



07 outubro, 2013

Escritaria 2013 dedicado a Mário de Carvalho




O Festival  Escritaria, que decorreu no passado fim de semana, em  Penafiel, foi dedicado as  escritor Mário de Carvalho

É escolhida uma frase do autor homenageado para ficar para sempre inscrita nas ruas de Penafiel em forma de arte pública. Toda a cidade se envolve na homenagem. Há alusões à obra de Mário de Carvalho nas montras das lojas, painéis com fotografias e excertos das suas obras espalhados pela cidade, teatro de rua, animação e conferências.
 
Este festival que vai na sua 6ª edição  já teve edições dedicadas a António Lobo Antunes, José Saramago, Urbano Tavares Rodrigues, Agustina Bessa-Luís e Mia Couto.

Florbela conquista 6 prémios Sophia




Florbela, do realizador Vicente Alves do Ó, conquistou o maior número de prémios.  Tabu, de Miguel Gomes, foi considerado o melhor filme português do ano. Os dois foram os grandes vencedores dos novos prémios Sophia da Academia Portuguesa de Cinema, entregues numa cerimónia, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa.
 
Florbela, baseado na biografia da poetisa Florbela Espanca, tinha  com 15 nomeações e conquistou seis prémios. Entre eles destacam-se os de Melhor Realizador (Vicente Alves do Ó), Melhor Atriz (Dalila Carmo), Melhor Atriz Secundária (Anabela Teixeira) e Melhor Fotografia (Luís Branquinho).


 



Lista dos vencedores dos prémios de cinema Sophia

Vencedores da 1ª edição  dos prémios Sophia, atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema:


Melhor Filme: "Tabu", Miguel Gomes.

Melhor realização: Vicente Alves do Ó, "Florbela".

Melhor ator principal: Carlos Santos, "Operação Outono".

Melhor atriz principal: Dalila Carmo, "Florbela".

Melhor ator secundário: Albano Jerónimo, "As Linhas de Wellington".

Melhor atriz secundária: Anabela Teixeira, "Florbela".

Melhor argumento original: Carlos Saboga, "As Linhas de Wellington".

Melhor argumento adaptado: Bruno de Almeida, Frederico Delgado Rosa e John Frey, "Operação Outono".

Melhor Fotografia: Luís Branquinho, "Florbela".

Melhor direcção artística: Isabel Branco, "As Linhas de Wellington".

Melhor som: Jaime Barros, Tiago Matos e Elsa Ferreira, "Florbela".

Melhor Guarda-Roupa: Sílvia Grabowski, "Florbela".

Melhor Caracterização: Íris Peleira, "As Linhas de Wellington".

Melhor Montagem: Telmo Churro e Miguel Gomes, "Tabu".

Melhor Música: The Legendary Tigerman e Rita Redshoes, "A Estrada de Palha".

Melhor Documentário em longa-metragem: "É na Terra não é na Lua", Gonçalo Tocha.

Melhor Curta-Metragem de Ficção: "Cerro Negro", João Salaviza.

Melhor Curta-Metragem de Animação: "Kali, o pequeno vampiro", Regina Pessoa.

Melhor Curta-Metragem em Formato de Documentário: "Raúl Brandão Era Um Grande Escritor", João Canijo.


Prémio Carreira Acácio de Almeida, diretor de fotografia,

Prémio Carreira José Manuel Castello Lopes, distribuidor

Prémio Carreira Laura Soveral, atriz

Prémio Sophia de Mérito e Excelência Manoel de Oliveira, realizador

Ana Cristina Silva ganha Prémio Urbano Tavares Rodrigues


Foto: Ana Cristina Silva é a vencedora da primeira edição do Prémio Literário de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, atribuído ao livro "O Rei do Monte Brasil" publicado em 2012.

Saiba mais em http://www.portaldaliteratura.com/noticias.php?id=484

#literatura #premioliterario #anacristinasilva




Ana Cristina Silva ganhou o Prémio Urbano Tavares Rodrigues - Prémio Literário de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues-  com o romance O Rei do Monte Brasil.
 
O prémio, de iniciativa conjunta da FENPROF e SECRE, é atribuído pela primeira vez, em 2013.